Por Alain Badiou, publicado originalmente no Le Monde Tal qual nos é apresentada, a crise planetária das finanças parece-se com um desses maus filmes produzidos pela fábrica de sucessos pré-fabricados que chamamos hoje de cinema. Nada falta, incluindo as aparições que aterrorizam: é impossível impedir a sexta-feira 13, tudo desmorona, tudo vai desmoronar... Mas a esperança permanece. Diante da cena, aterrorizados e concentrados como num filme-catástrofe, a pequena quadrilha de poderosos, os bombeiros do fogo monetário, os Sarkozy, Paulson, Merkel, Brown e outros Trichet, gastam milhares de milhões. "Salvar os bancos!". Esse nobre grito humanista e democrático surge de todas as gargantas políticas e mediáticas. Para os actores principais do filme, ou seja, os ricos, os seus servidores, os seus parasitas e todos aqueles que os incensam, um final feliz, eu creio, eu sinto, é inevitável, levando em conta o que eles são hoje e o mundo, e os políticos que os cercam. Voltemo-nos an