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Empresas de Orleir faturam R$ 250 milhões no Amazonas




Em sua edição de 29 de junho, o jornal A Crítica publicou dados contidos em vários dossiês preparados por técnicos da própria administração estadual do Amazonas, nos quais surgem indícios consistentes de um gigantesco esquema de desvio de recursos públicos.




Trata-se de um esquema de superfaturamento em obras e convênios que atinge 1,79 bilhão de reais, dinheiro movimentado na gestão do governador Eduardo Braga (PMDB) entre 2003 e 2006.




Os principais indícios de corrupção estão em 18 contratos de obras de recuperação de estradas e melhoramento do sistema viário em 14 municípios do interior e na capital.




Os principais envolvidos no esquema são cinco grandes grupos empresariais, que teriam se beneficiado de concorrências públicas dirigidas a contratos superfaturados em até 120%. Juntos eles teriam faturado 608,5 milhões de reais nos últimos três anos.




Os documentos mostram que a maioria dos superfaturamentos ocorreu em convênios celebrados entre o estado e as prefeituras municipais, que não controlam as obras.




Entre os grupos beneficiados está o Etam, pertencente à família do ex-governador do Acre Orleir Cameli, que controla as construtoras Etam, Amazônidas, Ideal e Colorado. Juntas, essas empresas faturaram 250 milhões de reais na execução de quatro obras: recuperação das estradas de Autazes, da Várzea (Médio Amazonas), de Manaquiri e a urbanização do igarapé do Passarinho, na Zona Norte de Manaus. O grupo é considerado o maior beneficiário do esquema.




O segundo maior parceiro do suposto esquema seria o Grupo Rota, composto pelas empresas Pampulha Construções e Rota Construções, que celebrou contratos com o estado de 160 milhões de reais. A empresa Rota tem entre os seus sócios os empresários Otávio Raman Neves e Otávio Raman Neves Júnior.




Em seguida, aparece o Grupo Coencil, que ganhou do estado contratos de 100 milhões de reais, dos quais 19,3 milhões de reais referem-se à limpeza de igarapés feita nos primeiros dias da gestão de Braga. Os documentos ressaltam que essas obras foram feitas com dispensa de licitação e que o contrato foi fechado 60 dias depois de iniciado o serviço.




Do blog O Malfazejo

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