BRASÍLIA - A resistência do PMDB em chancelar o nome do senador Tião Viana (PT-AC) para suceder o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), fez o petista se aproximar de aliados nem um pouco tradicionais na Casa: os tucanos. Hoje, Viana, que é o atual vice-presidente do Senado, deve discutir com o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) a troca de comando na Casa, que só ocorre em fevereiro de 2009. A aproximação, em um primeiro momento, pode parecer estranha, mas se justifica pelos laços políticos do tucano.
Paes integrou os quadros do PMDB e é uma figura muito próxima ao senador José Sarney (PMDB-AP). O ex-presidente é apontado entre os peemedebistas como a primeira opção para comandar a Casa e passou a ser a aposta das bancadas do PSDB e do DEM para evitar a eleição de Viana. A estratégia do petista é estabelecer uma interlocução com o grupo de Sarney e do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que comandaria a rejeição a sua candidatura.
Intenções
O petista quer saber se há a intenção de Sarney em comandar o Senado e o que poderia oferecer em troca para a bancada do PMDB dar o aval. Acredita que a conversa sendo puxada por um tucano seria menos viciada do apelo peemedebista por uma candidatura própria. A interlocutores, Sarney diz que aceita o cargo se for por aclamação, ou seja, sem uma disputa com outro senador. Conseguiu até um compromisso informal do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) de que o caminho estaria livre.
Segundo petistas próximos a Viana, mesmo se o nome lançado pelo PMDB for Sarney, o petista sustentaria a candidatura.
– Agora, seria um erro voltar atrás - diz um petista que pediu para não ser identificado. - Seria fortalecer Renan e deixar o PMDB livre.
Além de Sarney, os peemedebistas estudam outros nomes como o do ministro das Comunicações, Hélio Costa, e o da líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA). Há ainda outros senadores que articulam candidatura própria, como o senador Mão Santa (PMDB-PI).
No tabuleiro político imaginado pelos petistas, Viana teria o apoio de parlamentares independentes, como Tasso Jereissati (PSDB), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que podem começar a cooptar votos em nome da recuperação da imagem da Casa.
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