Dulcinéia Azevedo é jornalista e advogada Custei a acreditar quando vi estampada em vários jornais e sites da Capital a fotografia de um dependente químico declarado, sentando na ante-sala da Delegacia de Flagrantes da Polícia Civil, agarrado a três galinhas. Pena que aqueles que por ação ou omissão facilitaram a exposição desnecessária do suspeito de furto também não apareçam no registro, como é comum nas operações de grande repercussão, onde posar ao lado de um suspeito deixa de ser constrangedor e ganha status de bravura. Posso até imaginar os risos que a cena provocou naqueles e naquelas desprovidos de qualquer senso de humanidade, ainda mais se tratando de um “Zé Ninguém”, usuário de crack, que no auge da sua “lombra” declarou amor pelas aves. Muito embora, nada do que ele tenha declarado deva ser levado em conta, haja vista a sua capacidade de discernimento esteja reduzida em virtude do uso de entorpecente, algo que por si só já lhe garante um olhar diferenciado em virtude do del...