O governador de São Paulo, José Serra, tem sido pragmático na elaboração do plano para viabilizar a sua candidatura à Presidência da República em 2010. Taticamente, interessa a Serra que cresça a chance de a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disputar o Palácio do Planalto pelo PT.
Por quê?
Na visão de Serra, um terceiro pólo forte na sucessão dinamita as possibilidades de o governador de Minas, Aécio Neves, obter a candidatura presidencial pelo PSDB. Esse terceiro pólo estreita a margem de Ciro Gomes (PSB) para ser o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa que acontecerá daqui a dois anos.
Nas pesquisas atuais, Serra aparece com pouco mais de 30% de intenção de voto no primeiro turno. Ciro tem sido o segundo colocado, no patamar dos 20%. Aécio oscila na faixa entre 10% e 15%.
Se Dilma se fortalecer nas pesquisas a ponto de se tornar uma candidata competitiva, o PSDB tenderia a optar pelo candidato mais forte na pesquisa. É isso o que pensam Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo.
Segundo fator: Serra e FHC acham que o provável crescimento de Dilma se dará sobre o eleitorado que hoje está com Ciro.
O governador de São Paulo nunca escondeu de ninguém que Ciro lhe incomoda muito. E Ciro nunca escondeu de ninguém que bateria muito duro em Serra numa disputa presidencial.
E se Dilma crescer a ponto de atropelar o governador paulista? Bem, isso é possível, mas Serra e FHC avaliam que não é provável. Os dois cardeais tucanos acreditam que haverá um limite para a transferência de votos de Lula para Dilma.
Serra está na estrada faz muito tempo. Foi um ministro da Saúde bem-avaliado. Já disputou uma campanha presidencial _ele perdeu para Lula em 2002. Comanda o Estado mais poderoso do país. Lidera as pesquisas atuais sobre sucessão. E tem um apetite tremendo para chegar ao Palácio do Planalto. Serra governa São Paulo sonhando com Brasília.
Reservadamente, FHC tem dito que o fortalecimento de Dilma ajudará o PSDB a tentar convencer Aécio a ser vice de Serra. O governador mineiro tinha a esperança de disputar a Presidência pela oposição, mas com torcida velada de Lula. Como o petista está jogando todas as fichas em Dilma, Aécio será forçado a pensar melhor, acredita o ex-presidente da República.
FHC e Serra não acreditam na viabilização de uma chapa Aécio-Ciro. O governador mineiro teria de deixar o PSDB. Para FHC, Aécio entenderá que seria melhor o lugar de vice de Serra do que ver Lula eleger Dilma. Uma chapa Serra-Aécio teria o apoio do DEM e do PPS.
FHC acha que uma composição dessas desalojaria o condomínio lulista do Palácio do Planalto.
Combinar com os russos
Nas pesquisas atuais, Serra aparece com pouco mais de 30% de intenção de voto no primeiro turno. Ciro tem sido o segundo colocado, no patamar dos 20%. Aécio oscila na faixa entre 10% e 15%.
Se Dilma se fortalecer nas pesquisas a ponto de se tornar uma candidata competitiva, o PSDB tenderia a optar pelo candidato mais forte na pesquisa. É isso o que pensam Serra e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo.
Segundo fator: Serra e FHC acham que o provável crescimento de Dilma se dará sobre o eleitorado que hoje está com Ciro.
O governador de São Paulo nunca escondeu de ninguém que Ciro lhe incomoda muito. E Ciro nunca escondeu de ninguém que bateria muito duro em Serra numa disputa presidencial.
E se Dilma crescer a ponto de atropelar o governador paulista? Bem, isso é possível, mas Serra e FHC avaliam que não é provável. Os dois cardeais tucanos acreditam que haverá um limite para a transferência de votos de Lula para Dilma.
Serra está na estrada faz muito tempo. Foi um ministro da Saúde bem-avaliado. Já disputou uma campanha presidencial _ele perdeu para Lula em 2002. Comanda o Estado mais poderoso do país. Lidera as pesquisas atuais sobre sucessão. E tem um apetite tremendo para chegar ao Palácio do Planalto. Serra governa São Paulo sonhando com Brasília.
Reservadamente, FHC tem dito que o fortalecimento de Dilma ajudará o PSDB a tentar convencer Aécio a ser vice de Serra. O governador mineiro tinha a esperança de disputar a Presidência pela oposição, mas com torcida velada de Lula. Como o petista está jogando todas as fichas em Dilma, Aécio será forçado a pensar melhor, acredita o ex-presidente da República.
FHC e Serra não acreditam na viabilização de uma chapa Aécio-Ciro. O governador mineiro teria de deixar o PSDB. Para FHC, Aécio entenderá que seria melhor o lugar de vice de Serra do que ver Lula eleger Dilma. Uma chapa Serra-Aécio teria o apoio do DEM e do PPS.
FHC acha que uma composição dessas desalojaria o condomínio lulista do Palácio do Planalto.
Combinar com os russos
Aécio não está disposto a jogar a toalha facilmente em relação a 2010. O governador mineiro deverá eleger Márcio Lacerda (PSB) prefeito de Belo Horizonte numa aliança com o PT. Aécio pretende viajar mais pelo Brasil para tentar popularizar seu nome fora de Minas.
Há complicadores para os planos de Serra: se Alckmin for destruído na campanha eleitoral paulistana, muita gente no PSDB vai apostar num racha para valer. Serra, porém, ligou o trator. Vai passar por cima de Alckmin e pagar para ver.
Fator Lula
Há complicadores para os planos de Serra: se Alckmin for destruído na campanha eleitoral paulistana, muita gente no PSDB vai apostar num racha para valer. Serra, porém, ligou o trator. Vai passar por cima de Alckmin e pagar para ver.
Fator Lula
Um ministro diz que, nas próximas pesquisas sobre a sucessão de 2010, Dilma deverá aparecer com mais de 10% _apontando para 15%. O plano de Lula é que Dilma chegue à casa dos 20% lá pelo meio do ano que vem.
Virou piada
Virou piada
Ao receber uma notícia econômica positiva recentemente, Lula brincou: 'Assim vai acabar voltando aquela história deliciosa de terceiro mandato'.
*
Dupla dinâmica
*
Dupla dinâmica
Em conversas reservadas, Lula demonstra que se surpreendeu positivamente com a capacidade gerencial de dois ministros do PMDB: Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Edison Lobão (Minas e Energia).
Kennedy Alencar, 40, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos. Também é comentarista do telejornal "RedeTVNews", no ar de segunda a sábado às 21h10.
Comentários