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Saída de investidores do mercado brasileiro soma US$ 5 bi

Fabio Graner e Fernando Nakagawa, da Agência Estado

BRASÍLIA - Em meio ao agravamento da crise financeira mundial, os investimentos estrangeiros no mercado financeira brasileiro já registram saldo negativo de mais de US$ 5 bilhões em outubro, segundo dados preliminares divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira, 23. Os investimentos em ações têm saída de US$ 4,398 bilhões até esta quinta, 23. Já os investimentos estrangeiros em renda fixa de papéis negociados no Brasil, em outubro, acumulam saída de US$ 842 milhões, ante saldo positivo de US$ 632 milhões registrado em setembro.

Em setembro, a saída de investimentos ficou em US$ 1,877 bilhão em setembro, ante resultado positivo de US$ 691 milhões em setembro do ano passado. Desse total, US$ 1,863 bilhão refere-se a ações negociadas no país e US$ 14 milhões a ações negociadas no exterior (ADRs).

Desde o início do ano, as empresas listadas na Bolsa de Valores de São Paulo já perderam mais de metade de eu valor de mercado em dólares. Sem contar a desvalorização da quarta-feira, o valor bursátil das 396 companhias com papéis negociados no mercado acionário brasileira era de US$ 656,2 bilhões, o que representa uma queda acumulada de 53% em 2008.

A desvalorização sobe para 58,5% quando a comparação é feita em relação ao final de maio, quando os preços das ações estavam perto das máximas históricas. Considerado apenas o Ibovespa, índice com as 66 ações mais negociadas do mercado doméstico, a desvalorização em dólares foi de 50,7% em 2008, mas sobe para 60% em relação ao final de maio.

De janeiro a setembro de 2008, porém, o saldo do mercado acionário ainda é positivo, em US$ 1,168 bilhão. O resultado, porém, é muito inferior aos US$ 14,727 bilhões verificados em igual período do ano passado.

Conta corrente

A conta corrente do balanço de pagamentos, que apresenta o saldo de todas as transações do País com o exterior, registrou em setembro déficit de US$ 2,769 bilhões, valor acima das previsões apuradas pela Agência Estado, que eram de resultado negativo entre US$ 2 bilhões a US$ 1,19 bilhão.

O resultado do mês passado foi determinado pelo déficit de US$ 5,846 bilhões da conta de serviços e rendas, que não foi coberto integralmente pelo superávit de US$ 2,754 bilhões da balança comercial e pelo resultado positivo das transferências unilaterais correntes de US$ 323 milhões.

No acumulado do ano, a conta corrente tem saldo negativo de US$ 23,264 bilhões (1,95% do PIB). Nesse período, a balança comercial contribuiu com um superávit de US$ 19,638 bilhões, a conta de serviços com déficit de US$ 45,742 bilhões e transferências unilaterais com superávit de US$ 2,840 bilhões.

No acumulado em 12 meses, o saldo em conta corrente é negativo em US$ 25,168 bilhões, o equivalente a 1,64% do PIB. Até agosto, o saldo em 12 meses era negativo em US$ 21,828 bilhões, o equivalente a 1,45% do PIB.

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