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Um prêmio à impunidade


Carta Capital


Antério Mânica, prefeito reeleito de Unaí e suspeito de ser um dos mandantes da chacina de quatro auditores do trabalho na cidade, quatro anos atrás, acaba de ser condecorado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Recebeu, na segunda-feira 24, a Medalha de Ordem ao Mérito Legislativo, pelos “serviços excepcionais” prestados em 2008. Aplaudido por “mais de mil convidados”, diz o site do Parlamento mineiro.


A homenagem irritou entidades engajadas no combate ao trabalho escravo e associações de auditores do trabalho. Os funcionários foram assassinados numa emboscada, enquanto realizavam uma fiscalização na zona rural de Unaí, no noroeste de Minas.


No decurso das investigações da Polícia Federal, os irmãos Norberto e Antério Mânica, que figuravam entre os maiores produtores de feijão do País, foram apontados como os mandantes do crime. Os fazendeiros chegaram a ser presos, depois receberam o benefício de aguardar o julgamento em liberdade. Apenas os executores do crime continuam na cadeia. Meses depois da chacina, Antério foi eleito prefeito da cidade. Conquistou, dessa forma, foro privilegiado. O motivo do crime seriam as constantes multas aplicadas pela equipe de auditores contra os produtores por descumprimento de leis trabalhistas. As autuações somaram cerca de 2 milhões de reais.


A Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais divulgou nota de repúdio contra a condecoração de Antério Mânica pelos deputados estaduais. “A homenagem prestada a um dos suspeitos de ser mandante daquela execução afronta a todos os auditores do Trabalho do Brasil.”

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