Petista deverá se encontrar nos próximos dias com o governador José Serra, com quem mantém boas relações
Cida Fontes - de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Diante da resistência do PMDB e sem apoio do DEM, que defende a candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), o senador Tião Viana (PT-AC), inicia esta semana as articulações com PSDB em busca de votos para a disputa da presidência do Senado. O petista deverá se encontrar nos próximos dias com o governador de São Paulo, José Serra, com quem mantém boas relações. Os dois tiveram, no sábado, uma "amável" conversa, segundo palavras do petista, durante encontro informal na cerimônia de casamento da filha do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), em Fortaleza.
"Na gestão de Serra no Ministério da Saúde atuei como uma espécie de embaixador da saúde no Congresso. Fui um militante da emenda 29", ressaltou o senador petista, se referindo à proposta de emenda constitucional que aumenta os recursos para a saúde. Além de elogiar o trabalho do governador paulista à frente da Saúde, Tião Viana procurou tranqüilizar Serra: se eleito para a presidência do Senado vai trabalhar para que, até 2010, a Casa e os partidos políticos - independentemente de serem da oposição ou do governo - estejam fortalecidos.
Os senadores do PSDB, no entanto, enfrentam um dilema. De um lado, a volta do senador José Sarney à presidência do Senado - que vem sendo cogitada pelo PMDB - poderia trazer dificuldades a Serra, por conta das rusgas entre a família Sarney e o presidenciável do PSDB. E se fecharem com Tião, temem dar mais poder ao PT justamente nos próximos dois anos, quando serão montadas as alianças eleitorais para as eleições de 2010. Ao mesmo tempo, fechariam as portas para o PMDB, o que estrategicamente não interessa ao partido.
Depois de falar ao telefone com Sarney na sexta-feira, Tião Viana conversou hoje pessoalmente com o peemedebista. "Foi muito positiva", disse o petista, evitando dar detalhes. Sarney tem repetido que, apesar das pressões de setores da bancada do PMDB, não quer voltar à cadeira de presidente. Foi o que disse também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião no Palácio do Planalto. Mesmo assim, muitos peemedebistas acreditam que deseja ser ungido ao cargo. O PSDB, por sua vez, não quer fazer esse tipo de acordo com Sarney, por entender que isso só interessa ao próprio senador.
Embora tenha afirmado que não deseja se envolver na disputa do Senado, José Serra está atento às articulações, sendo informado diariamente pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). A exemplo do governador paulista, ele é simpático a Tião Viana. Mas ressaltou que a bancada ainda não formou uma posição. Os tucanos aguardam o desfecho da disputa entre PMDB e PT. A bancada do PT já fechou com Tião Viana. No entanto, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) tem revelado a amigos que, se houver resistência ao nome do acreano na bancada peemedebista, ele poderia entrar no páreo.
Na avaliação de parlamentares do PSDB, o partido precisa atuar com cautela, mesmo porque a eleição dos postos de comando do Congresso é estrategicamente importante para 2010. Na Câmara, enquanto o DEM tem se mostrado contrário à candidatura do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), para o comando da Casa, o PSDB pretende apoiá-lo fazendo assim um gesto político de aproximação do partido com o PMDB, já pensando nas eleições de 2010.
"Na gestão de Serra no Ministério da Saúde atuei como uma espécie de embaixador da saúde no Congresso. Fui um militante da emenda 29", ressaltou o senador petista, se referindo à proposta de emenda constitucional que aumenta os recursos para a saúde. Além de elogiar o trabalho do governador paulista à frente da Saúde, Tião Viana procurou tranqüilizar Serra: se eleito para a presidência do Senado vai trabalhar para que, até 2010, a Casa e os partidos políticos - independentemente de serem da oposição ou do governo - estejam fortalecidos.
Os senadores do PSDB, no entanto, enfrentam um dilema. De um lado, a volta do senador José Sarney à presidência do Senado - que vem sendo cogitada pelo PMDB - poderia trazer dificuldades a Serra, por conta das rusgas entre a família Sarney e o presidenciável do PSDB. E se fecharem com Tião, temem dar mais poder ao PT justamente nos próximos dois anos, quando serão montadas as alianças eleitorais para as eleições de 2010. Ao mesmo tempo, fechariam as portas para o PMDB, o que estrategicamente não interessa ao partido.
Depois de falar ao telefone com Sarney na sexta-feira, Tião Viana conversou hoje pessoalmente com o peemedebista. "Foi muito positiva", disse o petista, evitando dar detalhes. Sarney tem repetido que, apesar das pressões de setores da bancada do PMDB, não quer voltar à cadeira de presidente. Foi o que disse também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião no Palácio do Planalto. Mesmo assim, muitos peemedebistas acreditam que deseja ser ungido ao cargo. O PSDB, por sua vez, não quer fazer esse tipo de acordo com Sarney, por entender que isso só interessa ao próprio senador.
Embora tenha afirmado que não deseja se envolver na disputa do Senado, José Serra está atento às articulações, sendo informado diariamente pelo presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). A exemplo do governador paulista, ele é simpático a Tião Viana. Mas ressaltou que a bancada ainda não formou uma posição. Os tucanos aguardam o desfecho da disputa entre PMDB e PT. A bancada do PT já fechou com Tião Viana. No entanto, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) tem revelado a amigos que, se houver resistência ao nome do acreano na bancada peemedebista, ele poderia entrar no páreo.
Na avaliação de parlamentares do PSDB, o partido precisa atuar com cautela, mesmo porque a eleição dos postos de comando do Congresso é estrategicamente importante para 2010. Na Câmara, enquanto o DEM tem se mostrado contrário à candidatura do presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), para o comando da Casa, o PSDB pretende apoiá-lo fazendo assim um gesto político de aproximação do partido com o PMDB, já pensando nas eleições de 2010.
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