O Globo
Nesse mês de janeiro, o que mais preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pauta política é a difícil solução para o Senado, onde o PMDB e PT disputam o comando da Casa. Por isso, há uma forte costura por uma solução de consenso. Pela primeira vez, o Planalto começa a enxergar uma saída para o impasse. O governo passou a considerar como certa a eleição do senador José Sarney (PMDB-AP) como o próximo presidente do Senado. Isso porque depois de uma forte reação inicial, Sarney passou a emitir sinais nos últimos dias de que estaria disposto a rever sua posição com o ambiente de consenso que começa a ser criado em torno do seu nome. Segundo interlocutores próximos do ex-presidente, evoluíram bastante as conversas de Sarney com o seu grupo político e com interlocutores do presidente Lula.
O anúncio do nome de Sarney só deve ocorrer na segunda quinzena de janeiro, depois de uma articulação política nos bastidores. Como gesto simbólico, o próprio presidente Lula deve conversar com Sarney assim que voltar de férias na Bahia, na próxima semana. A articulação para criar um clima de consenso no Senado deve incluir a retirada da candidatura à reeleição do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que tem forte resistência do Palácio do Planalto. Setores da base aliada e da oposição trabalham no sentido de convencer Sarney a assumir o que classificam de "missão" num momento delicado de crise financeira internacional e ano pré-eleitoral.
Agora, para isso, o Planalto terá dois problemas. Primeiro, encontrar uma solução para a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC). A constatação palaciana é de que Tião teria dificuldades para vencer a disputa no Senado. E o governo não deseja correr riscos. Por isso, cresce o movimento para que Tião seja recompensado, provavelmente com uma vaga no primeiro escalão. Lula ficaria devedor do senador acreano, que neste caso, poderia ganhar o Ministério da Saúde. Já Garibaldi Alves tem afirmado que só decidiu tentar a reeleição depois do apoio que recebeu do próprio Sarney. E vai dar trabalho. Hoje, Garibaldi vai enviar uma carta para os 80 senadores para reafirmar a sua candidatura e ao mesmo tempo pedir o voto dos colegas. O Planalto quer que o PMDB resolva o problema de nome Garibaldi.
* Gerson Camarotti é jornalista da sucursal do jornal O GLOBO em Brasília e comentarista político da Globo News.
Nesse mês de janeiro, o que mais preocupa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na pauta política é a difícil solução para o Senado, onde o PMDB e PT disputam o comando da Casa. Por isso, há uma forte costura por uma solução de consenso. Pela primeira vez, o Planalto começa a enxergar uma saída para o impasse. O governo passou a considerar como certa a eleição do senador José Sarney (PMDB-AP) como o próximo presidente do Senado. Isso porque depois de uma forte reação inicial, Sarney passou a emitir sinais nos últimos dias de que estaria disposto a rever sua posição com o ambiente de consenso que começa a ser criado em torno do seu nome. Segundo interlocutores próximos do ex-presidente, evoluíram bastante as conversas de Sarney com o seu grupo político e com interlocutores do presidente Lula.
O anúncio do nome de Sarney só deve ocorrer na segunda quinzena de janeiro, depois de uma articulação política nos bastidores. Como gesto simbólico, o próprio presidente Lula deve conversar com Sarney assim que voltar de férias na Bahia, na próxima semana. A articulação para criar um clima de consenso no Senado deve incluir a retirada da candidatura à reeleição do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que tem forte resistência do Palácio do Planalto. Setores da base aliada e da oposição trabalham no sentido de convencer Sarney a assumir o que classificam de "missão" num momento delicado de crise financeira internacional e ano pré-eleitoral.
Agora, para isso, o Planalto terá dois problemas. Primeiro, encontrar uma solução para a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC). A constatação palaciana é de que Tião teria dificuldades para vencer a disputa no Senado. E o governo não deseja correr riscos. Por isso, cresce o movimento para que Tião seja recompensado, provavelmente com uma vaga no primeiro escalão. Lula ficaria devedor do senador acreano, que neste caso, poderia ganhar o Ministério da Saúde. Já Garibaldi Alves tem afirmado que só decidiu tentar a reeleição depois do apoio que recebeu do próprio Sarney. E vai dar trabalho. Hoje, Garibaldi vai enviar uma carta para os 80 senadores para reafirmar a sua candidatura e ao mesmo tempo pedir o voto dos colegas. O Planalto quer que o PMDB resolva o problema de nome Garibaldi.
* Gerson Camarotti é jornalista da sucursal do jornal O GLOBO em Brasília e comentarista político da Globo News.
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