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A degola de Marina Silva

Edinei Muniz

As eleições estaduais de 2010 podem retirar uma dúvida histórica envolvendo Jorge Viana e Marina Silva. A dúvida versa sobre o potencial eleitoral de cada um.

Se as previsões se confirmarem e Jorge e Marina forem mesmo candidatos às duas vagas ao senado pela Frente Popular, teremos, pela primeira vez, a oportunidade de verificarmos qual dos dois detém maior densidade eleitoral no Acre, eis que serão, pelo menos em tese, adversários na disputa.

Até o momento, diante da lógica quase irreversível, sabe-se que é "favas contadas" a vitória dos dois, já que a oposição não se organiza para, pelo menos, disputar com dignidade uma das duas vagas. Nesse aspecto, concordo com o Osmir Lima. Ponto pacífico.

O problema é que talvez essa composição não se confirme, pois, apesar de nada sobre o assunto vir a público, existe um certo interesse do "grupo de Jorge e Tião" de retirar Marina Silva de tempo.

As razões são óbvias, Marina é excessivamente independente e os "Vianas" trabalham para construção de uma bancada – com os três senadores – mais alinhada aos seus interesses. Ainda mais quando sabem ser essa a principal moeda de barganha para garantir o apoio de Jose Serra (sucessor de Lula) e manter abertas as portas de Brasília a um possível governo de Tião Viana.

Em troca da governabilidade para Tião, prestarão apoio integral, cedendo os três senadores a Jose Serra: Aníbal Diniz (ocupará a vaga deixada por Tião), Jorge Viana (dono da bancada) e um terceiro nome, que, por vontade dos Vianas, pode não ser a Marina.

Marina, sabendo da degola que está sendo preparada contra si, já articula uma saída honrosa. Vem dizendo a interlocutores mais próximos que só abrirá mão de disputar vaga ao senado se puder indicar pessoalmente o nome do substituto. No caso, o nome seria o de Binho Marques.

Fica a pergunta: Será que Jorge vai correr o risco de ver Marina desbancá-lo no voto? Quem conhece bem o Jorge acha que não!

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