Edinei Muniz
A melhor forma de se testar o nível de maturidade política de alguém é avaliar sua agilidade no tocante à construção de consensos. A capacidade de conciliar interesses divergentes, e aparentemente incontornáveis, sem que sobrem arestas dispostas a construir o indesejável caminho da incerteza, deve ser, e é, um dos principais atributos de grandes homens públicos.
Olhando para o palco de infantilidades políticas que se transformou o PSDB do Acre, vejo o quanto falta de lideranças autênticas para conduzi-lo, este que é um dos mais influentes e respeitados partidos da República, assim como também o é o PT.
Em verdade, salvo justificada discordância, o PSDB do Acre só conseguirá escapar do fiasco em 2010, se, de uma vez por todas, superar a demanda reprimida das disputas e definir quem é quem na legenda.
Isso mesmo! O PSDB está precisando realizar uma ampla reforma interna e, para tal, inevitavelmente, terá que haver disputa - pela primeira vez democrática - no ninho tucano.
Digo isso por uma razão óbvia: o PSDB não definiu seus atuais espaços democraticamente. Melhor, desde seu nascedouro que vem sendo conduzido na base do golpe. Chega dessa prática anti-federalista de se socorrer em Brasília o tempo todo, como faz o Tião Bocalon.
A mesma oposição que critica o viés totalitário do PT faz uso, na direção do partido, dos artifícios que publicamente diz condenar. Não é por outra razão que está agora sendo vítima da própria contradição.
Jamais aconselharia isto se o contexto fosse outro, posto ser remédio de exceção, mas vejo que ao PSDB acriano só resta uma disputa interna para definir a cara do partido. É necessário que disputem, mas, lembrem-se sempre que no meio do caminho, no intervalo entre uma batalha e outra, deve haver uma mesa e algumas cadeiras para que, de vez em quando, sentem, pois a habilidade em realizar este exercício é o que irá diferenciar "liderança política legítima" de "tirania infantil kamikase".
O Tião Bocalon, por exemplo, que no Acre se coloca como peça indispensável do “Projeto Serra”, impondo suas posições - mal avaliadas – talvez precise ouvir o óbvio para que não se perca como liderança razoavelmente viável que é para a sucessão de Raimundo Angelim, sem que isso implique em candidatura de “marcação de posição” em 2010.
Convenhamos. É bem possível que se Serra tivesse que apostar na disputa dos “Tiãos”, ele apostaria no Viana, pois sabe que pode cooptá-lo e de quebra ainda levar um senador (Jorge Viana) quando um for presidente e o outro governador do Acre, rota inevitável na atual conjuntura politica.
Tudo o que Jose Serra mais quer - dada a proximidade dos “Vianas” com o PSDB e com o intento da Direção Nacional tucana de levá-los - é que Tião Viana seja candidato a governador do Acre. Quem não viu os afagos Serristas ao petista na sucessão no senado?
Com Tião Viana e Jose Serra, se der a lógica, o Acre manterá o ciclo de investimentos. Este será o mote de campanha do Tião. Não haverá torneira fechada para o Acre, dirão eles.
Essa será a lógica da disputa em 2010. É, por isso, que o PSDB precisa, e já, definir o que quer.
Olhando para o palco de infantilidades políticas que se transformou o PSDB do Acre, vejo o quanto falta de lideranças autênticas para conduzi-lo, este que é um dos mais influentes e respeitados partidos da República, assim como também o é o PT.
Em verdade, salvo justificada discordância, o PSDB do Acre só conseguirá escapar do fiasco em 2010, se, de uma vez por todas, superar a demanda reprimida das disputas e definir quem é quem na legenda.
Isso mesmo! O PSDB está precisando realizar uma ampla reforma interna e, para tal, inevitavelmente, terá que haver disputa - pela primeira vez democrática - no ninho tucano.
Digo isso por uma razão óbvia: o PSDB não definiu seus atuais espaços democraticamente. Melhor, desde seu nascedouro que vem sendo conduzido na base do golpe. Chega dessa prática anti-federalista de se socorrer em Brasília o tempo todo, como faz o Tião Bocalon.
A mesma oposição que critica o viés totalitário do PT faz uso, na direção do partido, dos artifícios que publicamente diz condenar. Não é por outra razão que está agora sendo vítima da própria contradição.
Jamais aconselharia isto se o contexto fosse outro, posto ser remédio de exceção, mas vejo que ao PSDB acriano só resta uma disputa interna para definir a cara do partido. É necessário que disputem, mas, lembrem-se sempre que no meio do caminho, no intervalo entre uma batalha e outra, deve haver uma mesa e algumas cadeiras para que, de vez em quando, sentem, pois a habilidade em realizar este exercício é o que irá diferenciar "liderança política legítima" de "tirania infantil kamikase".
O Tião Bocalon, por exemplo, que no Acre se coloca como peça indispensável do “Projeto Serra”, impondo suas posições - mal avaliadas – talvez precise ouvir o óbvio para que não se perca como liderança razoavelmente viável que é para a sucessão de Raimundo Angelim, sem que isso implique em candidatura de “marcação de posição” em 2010.
Convenhamos. É bem possível que se Serra tivesse que apostar na disputa dos “Tiãos”, ele apostaria no Viana, pois sabe que pode cooptá-lo e de quebra ainda levar um senador (Jorge Viana) quando um for presidente e o outro governador do Acre, rota inevitável na atual conjuntura politica.
Tudo o que Jose Serra mais quer - dada a proximidade dos “Vianas” com o PSDB e com o intento da Direção Nacional tucana de levá-los - é que Tião Viana seja candidato a governador do Acre. Quem não viu os afagos Serristas ao petista na sucessão no senado?
Com Tião Viana e Jose Serra, se der a lógica, o Acre manterá o ciclo de investimentos. Este será o mote de campanha do Tião. Não haverá torneira fechada para o Acre, dirão eles.
Essa será a lógica da disputa em 2010. É, por isso, que o PSDB precisa, e já, definir o que quer.
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