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Aprovação ao governo Lula cai 10 pontos com piora no emprego

Estadão

SÃO PAULO - A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva caiu dez pontos porcentuais desde janeiro, segundo a pesquisa CNT/Sensus. O índice passou de 72,5% para 62,4%, o menor desde abril de 2008. Também tem queda significativa a aprovação pessoal de Lula, passou de 84% em janeiro para 76,2% em março. Os números em abril do ano passado foram 57,5% de aprovação ao governo e 69,3% de aprovação pessoal.

Essa é o terceiro levantamento em dez dias que apresenta queda na avaliação do governo e na aprovação de Lula. Segundo o instituto, o resultado deve-se à piora no emprego e renda desde o início da crise. A pesquisa revela que a taxa dos que sentiram a piora no emprego nos últimos seis meses subiu de 38,5% para 54,5%. Na pesquisa anterior, de janeiro, essa taxa era de 38,5%. Já os que avaliam que houve melhora no mercado de trabalho foram apenas 20,9% em março, ante 32,7% em janeiro.

Apesar das quedas registradas, os patamares ainda são bem superiores aos verificados pela pesquisa no governo Fernando Henrique Cardoso, no mesmo mês de um ano pré-eleitoral. Em março de 2001, a avaliação positiva do governo FHC era de 33,3% e a avaliação positiva do presidente era de 45,6%.

Sobre a sucessão em 2010, o destaque da pesquisa é para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata preferencial de Lula. Pela 1ª vez, ela passou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves na sondagem. O governador de São Paulo, José Serra, segue liderando as intenções de voto em todos os cenários. No primeiro turno, Serra teria 45,7% e Dilma, 16,3%.

Pesquisa entrevistou 2 mil pessoas, em 24 Estados.

CNI/Ibope

A blindagem da popularidade do presidente Lula sofreu o primeiro solavanco há dez dias com a última rodada da pesquisa trimestral CNI/Ibope. A sondagem revelou que, pela primeira vez desde setembro de 2007, a avaliação positiva do governo recuou: de 73%, em dezembro, para 64%. E apontou a vilã: vários indicadores mostram impactos reais da crise econômica global.

O índice de "péssimo" cresceu de 6% para 10% e o de regular, de 20% para 25%. Segundo o instituto, a aprovação ao governo recuou de 84% para 78% (seis pontos), enquanto a desaprovação foi de 14% para 19%.

Apesar da reviravolta, cabe lembrar que os números, isoladamente, continuam favoráveis: o saldo é positivo em todos os segmentos analisados. A nota média atribuída à administração foi de 7,4 - pouca variação em relação ao 7,8 anterior.

A popularidade crescente de Lula, que bateu recorde em dezembro, foi estancada: a confiança no presidente caiu de 80% para 74%. A desconfiança subiu de 18% para 23%. Sobre o segundo mandato, 41% (eram 49%) veem avanço em relação ao primeiro e 18% (11% em dezembro) avaliam que houve piora.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 144 municípios, entre os dias 11 e 15 de março. A margem de erro é de dois pontos.

Pesquisa Datafolha também divulgada no último dia 20 apontou queda similar à do Ibope, mas menos acentuada - a aprovação ao governo encolheu de 70%, em novembro de 2008, para 65%.

(Com Leonardo Goy, da Agência Estado)


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