Pular para o conteúdo principal

Moisés defende regularidade das obras na BR-364


Moisés Diniz

Durante 8 anos a oposição utilizou as auditorias e acórdãos do TCU para atacar o governo da Frente Popular no tocante às obras da BR 364. A principal bandeira era a do superfaturamento nas obras da BR. Durante 8 anos as auditorias e acórdãos do TCU foram considerados cláusula pétrea, norma sagrada. Agora não são mais.

Agora a oposição não está levando em conta o que antes, durante 8 anos, considerou relevante e definitivo, quando o assunto era discutir a legalidade e a transparência nas obras da BR 364. Agora as auditorias e acórdãos do TCU não servem mais.

Pois bem, senhor presidente e senhores deputados, vou repetir: as obras da BR 364 que estão sendo denunciadas pelo MPF tiveram seus preços auditados pelo TCU e o pleno daquele tribunal aceitou as justificativas em questão por meio do Acórdão n.º 2.017/2004.

Qualquer cidadão acreano sabe que, durante 8 anos, o nosso governo sofreu incompreensões sobre os preços de obras na Amazônia. Os técnicos de Brasília não compreendiam como um metro cúbico de brita era comprado por R$ 70,00 e chegava ao pé da obra, no Juruá, por R$ 300,00 As distâncias que percorriam os insumos, com a sua gigantesca logística, e as condições climáticas e geológicas não eram levadas em conta e as obras viviam sendo suspensas.

Agora vamos fazer o mesmo esforço e usar da mesma transparência para que o MPF se cerque de todas as auditorias possíveis e, então, possa perceber que nós construímos estradas com honestidade. E, se há erros, são erros técnicos e passíveis de correção. Nós vamos provar que não há desvio de dinheiro ou superfaturamento nas obras da BR 364.

Nós vamos continuar construindo a BR 364, com todas as dificuldades operacionais e com todas as vicissitudes políticas. A população do Juruá pode confiar que nós não vamos parar essa grande obra. Já passou o tempo das promessas em torno da BR 364. Agora, nós fazemos, nós construímos. E, junto com o asfaltamento, nós vamos entregar as quatro grandes pontes da BR 364. O povo do Acre sabe que estamos falando a verdade.

O povo sabe que, junto a uma incomprensão técnica ou até mesmo o desconhecimento da realidade física do Acre, algumas vozes políticas vão se levantar para falar de ética e tentar passar a idéia de que a corrupção tomou conta de nossas obras. Alguns têm um discurso para cada ocasião.

Veja o que dizia Sérgio Petecão, presidente da Assembléia Legislativa, no final de 2004, quando a estrada de Boca do Acre foi paralisada para fazer adequações exigidas pelo TCU: “Eu tenho uma história de sofrimento nessa estrada. Para que tivéssemos uma ponte sobre o igarapé Bagaço, além do mínimo de trafegabilidade, já tive que acampar, em governos passados, com os meus companheiros, durante mais de uma semana, neste trecho. Ver de perto o que está acontecendo aqui, com o asfalto e com a luz elétrica chegando às casas dos colonos, eu me convenço de que vale à pena lutar tanto na defesa deste governo, o governo da Frente Popular, da qual faz parte o meu partido, o PMN. A oposição age com irresponsabilidade quando acusa que há superfaturamento nessa obra. Parece que eles não vivem no Acre, pois não conhecem as dificuldades logísticas e climáticas daqui”.

Agora veja o que Sérgio Petecão disse ontem: “os recursos públicos destinados à melhoria da qualidade de vida do povo do interior do estado estão sendo desviados por pessoas desonestas”.

O que dizer depois disso? Essa denúncia foi feita por José Alex em 2001, defendida à época por Sérgio Petecão e, agora, Sérgio Petecão diz que são desonestos os mesmos gestores que ele defendeu. Por isso nós vamos falar com a honestidade que o assunto exige: nós vamos separar a política partidária da obra da BR 364, senão ela pode parar e 20 dias de paralisação prejudica a obra do ano todo. Só quem mora aqui sabe disso.

Um dia de chuva provoca três dias com homens ociosos e máquinas paradas, gerando imensos prejuízos. É preciso fazer aditivo, reajustar custos. Uma peça que quebra tem que chegar de avião, senão atrasa a obra, o preço se eleva. Os políticos do Acre sabem disso. Quem pode não saber são os técnicos de Brasília. Por isso não dá para aceitar a politicagem que estão fazendo com um parecer técnico que, se Deus quiser, será corrigido, adequado.

Nós temos consciência de que as obras questionadas pelo MPF foram realizadas dentro das exigências legais e de que os nossos gestores agiram com honestidade no trato com os recursos públicos. Temos clareza do que aconteceu e os fatos serão a luz no final da investigação. Acreditamos que, da mesma forma que fez agora, o MPF virá à público recolocar a verdade, após as perícias necessárias e o pronunciamento da Justiça Federal. Nós confiamos na justiça.

A verdade vai prevalecer e as obras da BR 364 vão continuar. O povo do Acre, especialmente do Juruá, não agüenta mais conviver com a politicagem em cima das obras da BR 364. O povo quer essa estrada. E é isso que o nosso governo está fazendo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de ...

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr...