Da AE - Brasília
A possibilidade de a senadora Marina Silva (PT-AC) entrar na disputa presidencial do ano que vem está longe de ser vista como uma ameaça pelos comandos do PT e do PSDB, que planejam polarizar a corrida ao Palácio do Planalto, conferindo a ela um caráter "plebiscitário". Tucanos e petistas, no entanto, avaliam que, caso a ex-ministra do Meio Ambiente aceite o convite do PV, a corrida de 2010 passar a ter mais chances de ser resolvida no segundo turno.
Líderes do PT e do PSDB consideram que a senadora deve se beneficiar da imagem de "vítima" que teria junto à opinião pública, alcançando cerca de 5% dos votos. Roubaria ainda votos de um eleitor mais ideologizado, que demonstra um certo cansaço da polarização PT-PSDB. Marina também receberia votos de eleitores órfãos da ex-senadora Heloisa Helena (PSOL), que concorreu ao Planalto em 2006 e que pode não disputar a Presidência em 2010. Manteria, assim, uma candidatura satélite e independente, como a da ex-senadora, que alcançou 6,8% dos votos em 2006.
Nos dois lados, entretanto, a notícia do convite foi suficiente para provocar alguma movimentação. No PT, que se prepara para lançar a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, setores da direção propuseram que seja imediatamente encomendada uma pesquisa, para avaliar o possível impacto na performance de Dilma. Mas prevaleceu a tese de que o melhor é aguardar até que a senadora tome uma decisão definitiva.
As divergências com Dilma por causa de licenças ambientais para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram um papel fundamental na decisão de Marina de pedir demissão do Ministério do Meio Ambiente, em maio do ano passado. Daí a avaliação de que ela poderá partir para o ataque a sua antiga colega na Esplanada dos Ministérios. Marina não nega as divergências, mas diz não alimentar rancores. "Graças a Deus, não faço nada na minha vida movida por ressentimento ou mágoas", diz. "Não gosto nunca de me colocar em lugar de vítima ou de colocar os outros em lugar de algoz." É justamente a imagem de vítima que preocupa tucanos e petistas, dada a personalidade forte de seus candidatos.
DECISÃO - Marina, por enquanto, se diz "obviamente incomodada" com especulações sobre o impacto de uma eventual candidatura sua na votação de outros concorrentes. "Ficam dizendo, diante de qualquer movimentação, que você tira voto de cicrano ou dá voto para beltrano. É uma visão patrimonialista", reage.
O PV, entretanto, já faz as contas. A sigla avalia que poderá ampliar sua bancada na Câmara para algo em torno de 25 cadeiras, bem acima dos atuais 14 deputados.
Marina ainda não decidiu seu futuro político, mas até em seu círculo mais próximo a avaliação é a de que ela está fortemente inclinada deixar o PT. A senadora vai dedicar este fim de semana a uma maratona de reuniões com seus aliados no Acre que, afirma, a ajudarão a se decidir.
Nos últimos dias, Marina confidenciou a um colega que não teria se reunido com o PV se não estivesse muito tentada a aceitar o convite. Afinal, disse ela, há anos o partido lhe oferece a vaga de candidata a presidente. Por outro lado, ela também se disse comovida pelos telefonemas e até cartas que recebeu de petistas.
A possibilidade de a senadora Marina Silva (PT-AC) entrar na disputa presidencial do ano que vem está longe de ser vista como uma ameaça pelos comandos do PT e do PSDB, que planejam polarizar a corrida ao Palácio do Planalto, conferindo a ela um caráter "plebiscitário". Tucanos e petistas, no entanto, avaliam que, caso a ex-ministra do Meio Ambiente aceite o convite do PV, a corrida de 2010 passar a ter mais chances de ser resolvida no segundo turno.
Líderes do PT e do PSDB consideram que a senadora deve se beneficiar da imagem de "vítima" que teria junto à opinião pública, alcançando cerca de 5% dos votos. Roubaria ainda votos de um eleitor mais ideologizado, que demonstra um certo cansaço da polarização PT-PSDB. Marina também receberia votos de eleitores órfãos da ex-senadora Heloisa Helena (PSOL), que concorreu ao Planalto em 2006 e que pode não disputar a Presidência em 2010. Manteria, assim, uma candidatura satélite e independente, como a da ex-senadora, que alcançou 6,8% dos votos em 2006.
Nos dois lados, entretanto, a notícia do convite foi suficiente para provocar alguma movimentação. No PT, que se prepara para lançar a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, setores da direção propuseram que seja imediatamente encomendada uma pesquisa, para avaliar o possível impacto na performance de Dilma. Mas prevaleceu a tese de que o melhor é aguardar até que a senadora tome uma decisão definitiva.
As divergências com Dilma por causa de licenças ambientais para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tiveram um papel fundamental na decisão de Marina de pedir demissão do Ministério do Meio Ambiente, em maio do ano passado. Daí a avaliação de que ela poderá partir para o ataque a sua antiga colega na Esplanada dos Ministérios. Marina não nega as divergências, mas diz não alimentar rancores. "Graças a Deus, não faço nada na minha vida movida por ressentimento ou mágoas", diz. "Não gosto nunca de me colocar em lugar de vítima ou de colocar os outros em lugar de algoz." É justamente a imagem de vítima que preocupa tucanos e petistas, dada a personalidade forte de seus candidatos.
DECISÃO - Marina, por enquanto, se diz "obviamente incomodada" com especulações sobre o impacto de uma eventual candidatura sua na votação de outros concorrentes. "Ficam dizendo, diante de qualquer movimentação, que você tira voto de cicrano ou dá voto para beltrano. É uma visão patrimonialista", reage.
O PV, entretanto, já faz as contas. A sigla avalia que poderá ampliar sua bancada na Câmara para algo em torno de 25 cadeiras, bem acima dos atuais 14 deputados.
Marina ainda não decidiu seu futuro político, mas até em seu círculo mais próximo a avaliação é a de que ela está fortemente inclinada deixar o PT. A senadora vai dedicar este fim de semana a uma maratona de reuniões com seus aliados no Acre que, afirma, a ajudarão a se decidir.
Nos últimos dias, Marina confidenciou a um colega que não teria se reunido com o PV se não estivesse muito tentada a aceitar o convite. Afinal, disse ela, há anos o partido lhe oferece a vaga de candidata a presidente. Por outro lado, ela também se disse comovida pelos telefonemas e até cartas que recebeu de petistas.
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