Pular para o conteúdo principal

Supremo nega liminar ao PSDB e mantém eleição indireta no Tocantins

Diego Abreu
Do G1, em Brasília
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou nesta quarta-feira (7) uma ação protocolada pelo PSDB, que pedia a suspensão da eleição indireta para os cargos de governador e vice-governador do Tocantins. Em plenário, por 8 votos a 1 os ministros decidiram manter o pleito, marcado para esta quinta-feira (8) à noite.

A eleição indireta foi convocada pela Assembleia Legislativa do Tocantins, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a cassação dos mandatos do governador e vice do estado, Marcelo Miranda (PMDB) e Paulo Sidnei Antunes (PPS), por abuso de poder político durante as eleições de 2006.

Na ação, o PSDB pedia que o Supremo declarasse inconstitucional a lei estadual que regulamenta o processo eleitoral. Em caráter liminar (provisório), o partido queria a suspensão da eleição até o julgamento do mérito do processo. No entanto, o relator do caso, Cezar Peluso, sugeriu o arquivamento do processo, o que elimina até a necessidade de o caso voltar a ser analisado de maneira definitiva em plenário.

Os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes seguiram o entendimento do relator. Para eles, a lei que regulamenta a eleição indireta não fere a Constituição Federal. Já Joaquim Barbosa, apesar de concordar que a lei é regular, discordou do ponto da lei que define que a votação seja aberta, ao defender que o pleito deveria ser secreto. Ele, no entanto, foi voto vencido nesse aspecto.

Assembleia Legislativa

No dia 8 de setembro, além de confirmar a cassação de Marcelo Miranda, o TSE determinou que fosse convocada a eleição indireta, a ser realizada pela Assembleia Legislativa - somente deputados estaduais têm direito a voto.

Os candidatos inscritos para o pleito são o presidente da Assembleia, Carlos Henrique Gaguim (PMDB) – que, desde a cassação de Miranda, exerce o cargo de governador interino do estado –, o ex-vereador de Palmas Joaquim Rocha (PHS) e o professor Adail Carvalho (PSDC).

Na ação protocolada no STF, o PSDB alegava que a norma que determinou a realização do pleito foi publicada apenas 12 dias antes da data prevista para a eleição, o que, segundo os tucanos, seria ilegal. “Não podem ser aplicadas mudanças que ocorrerem até um ano da data das eleições”, argumentou o partido.

Para a legenda, a eleição indireta “demonstra um verdadeiro retrocesso na história constitucional brasileira, quando se tenta fortalecer as instituições e o processo democrático”. O autor das acusações que levaram a cassação de Marcelo Miranda foi o ex-governador José Wilson Siqueira Campos (PSDB), segundo colocado nas eleições do estado em 2006. Ele pretendia herdar o cargo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de ...

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr...