A conquista do tetracampeonato rubro-negro em 1987, ainda hoje, 22 anos depois, continua sendo alvo de críticas por parte de anti-flamenguistas de plantão. Na opinião deles, o Sport de Recife teria sido o campeão naquele ano.
Para entender melhor o motivo de tanta discórdia, ou melhor, inveja mesmo, vamos contar um pouco da história:
Em 1987, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), recém-criada da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), vivia grave crise financeira, estava em quase absoluto descrédito e, pior, não tinha dinheiro para bancar o campeonato daquele ano, com 44 clubes.
Por conta disso, os treze maiores clubes do Brasil, liderados por Miguel Aidar – então presidente do nosso atual adversário, o São Paulo – fecharam um patrocínio com as empresas GLOBO, Coca-Cola e Varig e convidaram mais três clubes para formar um campeonato com 16 equipes. Na época, a CBF assinou em baixo, pelo menos no primeiro momento.
Acontece que o sucesso do campeonato começou a irritar dois outros grandes cartolas da CBF, Otávio Pinto e Nabi Abi Chedid, que se mantinham no poder graças à estratégia de apoiar clubes pequenos. Tudo que Otávio e Nabi não queriam era a autonomia dos grandes clubes que, com sua popularidade, não precisavam da CBF para organizar campeonato.
Diante da oposição da dupla de defensores dos times pequenos, os clubes grandes criaram o “Clube dos Treze” e impuseram a criação de um campeonato com menos clubes. Com a divergência, realizaram-se dois campeonatos paralelos, o Módulo Verde, do Clube dos Treze, com 16 clubes, que ficou conhecido também como “Copa União”, e o Módulo Amarelo, organizado pela CBF, com 15 clubes que haviam sido excluídos do Clube dos 13. Este último ficou conhecido como “Copa Brasil”.
Pois bem, acontece que, estranhamente, quando já haviam sido jogadas cinco rodadas da Copa União, a CBF vai e impõe o cruzamento dos dois módulos, tudo, claro, para valorizar o módulo amarelo, organizado por ela. Tudo, também, para atender os interesses do SBT, televisão contratada pela CBF naquele momento. Foi um golpe no clube dos 13, pois a regra foi alterada com o campeonato já em pleno andamento.
A reação do Clube dos 13 foi não aceitar a determinação da CBF, isso, inclusive, foi deliberado no grupo, todos os clubes que hoje dizem que o Flamengo não é penta assinaram em baixo contra a posição da CBF na época.
Resultado: o Flamengo foi campeão do módulo verde e o Sport do Recife campeão do módulo amarelo. O Flamengo, acatando o que havia sido deliberado pelo Clube dos 13 recusou-se a jogar o quadrangular final junto com o Sport, Internacional e Guarani. Começou então a polêmica que já se arrasta há mais de duas décadas.
O que a maior parte dos anti-flamenguistas não sabe é que a recusa do Flamengo em acatar a regra imposta pela CBF contou com o apoio do Clube dos 13. Em outras palavras, os torcedores do Vasco da Gama, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Internacional, Grêmio e Bahia, integrantes do Clube dos 13, deveriam reconhecer o título do Flamengo, já que na época todos estavam do mesmo lado contra a posição da CBF. Chega de hipocrisia!
Em 1988, o STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva, na época chamado Conselho Nacional de Desporto –, órgão administrativo máximo do esporte no Brasil, decidiu por unanimidade que o título pertence ao Flamengo. Querem mais?
A própria FIFA, pela via indireta, também vem reconhecendo que o título de 1987 pertence ao Flamengo. Vejamos: em 2007, quando o São Pulo se igualou ao Flamengo em números de títulos nacionais, a nota da FIFA - em que parabenizava o clube paulista pela conquista - frisava que o mesmo, naquele momento, estava se igualando ao Flamengo em número de títulos. Ou seja: a Fifa reconhece que o Flamengo foi cinco vezes campeão brasileiro.
Por fim, para que não digam que não estou sendo fiel aos fatos, é bem verdade que o Sport de Recife ganhou na justiça comum o título de 1987. Tudo transitado em julgado. Mas, por minha conta, ressalvado melhor entendimento, não acredito na tese de que a justiça comum se sobrepõe ao STJD em questões dessa natureza. No mais, o juiz que decidiu a favor do Sport é, olhem só, de Recife, local onde tramitou o processo.
Hoje, 21 de fevereiro de 2010, finalmente, a CBF reconheceu oficialmente o que todo mundo já sabia: o Flamengo é Hexacampeão brasileiro.
Para entender melhor o motivo de tanta discórdia, ou melhor, inveja mesmo, vamos contar um pouco da história:
Em 1987, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), recém-criada da antiga Confederação Brasileira de Desportos (CBD), vivia grave crise financeira, estava em quase absoluto descrédito e, pior, não tinha dinheiro para bancar o campeonato daquele ano, com 44 clubes.
Por conta disso, os treze maiores clubes do Brasil, liderados por Miguel Aidar – então presidente do nosso atual adversário, o São Paulo – fecharam um patrocínio com as empresas GLOBO, Coca-Cola e Varig e convidaram mais três clubes para formar um campeonato com 16 equipes. Na época, a CBF assinou em baixo, pelo menos no primeiro momento.
Acontece que o sucesso do campeonato começou a irritar dois outros grandes cartolas da CBF, Otávio Pinto e Nabi Abi Chedid, que se mantinham no poder graças à estratégia de apoiar clubes pequenos. Tudo que Otávio e Nabi não queriam era a autonomia dos grandes clubes que, com sua popularidade, não precisavam da CBF para organizar campeonato.
Diante da oposição da dupla de defensores dos times pequenos, os clubes grandes criaram o “Clube dos Treze” e impuseram a criação de um campeonato com menos clubes. Com a divergência, realizaram-se dois campeonatos paralelos, o Módulo Verde, do Clube dos Treze, com 16 clubes, que ficou conhecido também como “Copa União”, e o Módulo Amarelo, organizado pela CBF, com 15 clubes que haviam sido excluídos do Clube dos 13. Este último ficou conhecido como “Copa Brasil”.
Pois bem, acontece que, estranhamente, quando já haviam sido jogadas cinco rodadas da Copa União, a CBF vai e impõe o cruzamento dos dois módulos, tudo, claro, para valorizar o módulo amarelo, organizado por ela. Tudo, também, para atender os interesses do SBT, televisão contratada pela CBF naquele momento. Foi um golpe no clube dos 13, pois a regra foi alterada com o campeonato já em pleno andamento.
A reação do Clube dos 13 foi não aceitar a determinação da CBF, isso, inclusive, foi deliberado no grupo, todos os clubes que hoje dizem que o Flamengo não é penta assinaram em baixo contra a posição da CBF na época.
Resultado: o Flamengo foi campeão do módulo verde e o Sport do Recife campeão do módulo amarelo. O Flamengo, acatando o que havia sido deliberado pelo Clube dos 13 recusou-se a jogar o quadrangular final junto com o Sport, Internacional e Guarani. Começou então a polêmica que já se arrasta há mais de duas décadas.
O que a maior parte dos anti-flamenguistas não sabe é que a recusa do Flamengo em acatar a regra imposta pela CBF contou com o apoio do Clube dos 13. Em outras palavras, os torcedores do Vasco da Gama, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Fluminense, Botafogo, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Internacional, Grêmio e Bahia, integrantes do Clube dos 13, deveriam reconhecer o título do Flamengo, já que na época todos estavam do mesmo lado contra a posição da CBF. Chega de hipocrisia!
Em 1988, o STJD – Superior Tribunal de Justiça Desportiva, na época chamado Conselho Nacional de Desporto –, órgão administrativo máximo do esporte no Brasil, decidiu por unanimidade que o título pertence ao Flamengo. Querem mais?
A própria FIFA, pela via indireta, também vem reconhecendo que o título de 1987 pertence ao Flamengo. Vejamos: em 2007, quando o São Pulo se igualou ao Flamengo em números de títulos nacionais, a nota da FIFA - em que parabenizava o clube paulista pela conquista - frisava que o mesmo, naquele momento, estava se igualando ao Flamengo em número de títulos. Ou seja: a Fifa reconhece que o Flamengo foi cinco vezes campeão brasileiro.
Por fim, para que não digam que não estou sendo fiel aos fatos, é bem verdade que o Sport de Recife ganhou na justiça comum o título de 1987. Tudo transitado em julgado. Mas, por minha conta, ressalvado melhor entendimento, não acredito na tese de que a justiça comum se sobrepõe ao STJD em questões dessa natureza. No mais, o juiz que decidiu a favor do Sport é, olhem só, de Recife, local onde tramitou o processo.
Hoje, 21 de fevereiro de 2010, finalmente, a CBF reconheceu oficialmente o que todo mundo já sabia: o Flamengo é Hexacampeão brasileiro.
Edinei Muniz é da Nação Rubro-Negra
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