Portal da Imprensa
Em carta aberta ao Governo federal brasileiro, a organização Repórteres Sem Fronteiras condenou, nesta sexta-feira (4), a prisão do jornalista Antônio Ferreira Raimundo Muniz, colunista de política da TV e do jornal O Rio Branco, do Acre. Em 2002, o profissional foi condenado há um ano de prisão com base nos artigos 22 e 23 da extinta Lei de Imprensa, sob a acusação de difamação do senador Tião Viana em um artigo publicado em 1999.
Muniz conseguiu a suspensão da pena, já que em 30 de abril deste ano o Supremo Tribunal Federal revogou a lei e excluiu qualquer possibilidade de condenação penal por delitos de imprensa. No entanto, foi preso na última quarta-feira (2), por descumprimento de determinação judicial a qual estava sujeito.
Em nota endereçada ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, a RSF solicitou a intervenção das autoridades federais brasileiras no caso, "que representa um ataque direto ao princípio da liberdade de expressão, conquistado na Constituição democrática de 1988".
Para a entidade, "a revogação da Lei de Imprensa de 1967, uma grande vitória jurídica, teve efeito perverso, com uma série de medidas de censura (preventiva) na mídia. O caso mais notório diz respeito ao jornal O Estado de S. Paulo, proibido desde 31 de julho de fazer qualquer referência às questões financeiras envolvendo o empresário Fernando Sarney e as investigações da Polícia Federal".
A RSF cita ainda a censura prévia imposta aos jornalistas do Mato Grosso Adriana Vandoni e Enock Cavalcanti, em 10 de novembro, por declarações "ofensivas" a José Riva, presidente da Assembléia Legislativa do Estado. "A soberania de um Estado Federativo só existe quando os princípios constitucionais fundamentais não são violados. Por esta razão, consideramos urgente e necessário uma ação enérgica das autoridades públicas brasileiras, no sentido de reforçar estes princípios", diz a entidade.
Senador Mesquita Júnior se diz indignado
Na manhã desta sexta-feira, o senador Geraldo Magalhães Júnior (PMDB-AC) disse, no Plenário do Senado, estar indignado com o que chamou de perseguição política ao jornalista Antônio Muniz. Mesquita Júnior sublinhou que Muniz foi condenado com base na Lei de Imprensa e que a mesma foi abolida da legislação brasileira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informa a Agência Senado, o senador declarou que embora os jornalistas de seu estado, "em sua maioria", se submetam à vontade dos governantes, alguns resistem, fazendo menção direta a Muniz. Citou ainda Chalub Leite, já falecido, entre os jornalistas que "resistem à pressão dos mandatários de plantão".
"Por sorte, na imprensa do meu estado, individualmente, há jornalistas que resistem. Em plena era dos blogs, dos sites informativos, não há como controlar a imprensa", disse. O senador informou, ainda, que o advogado de Muniz pediu relaxamento da prisão do jornalista.
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Em carta aberta ao Governo federal brasileiro, a organização Repórteres Sem Fronteiras condenou, nesta sexta-feira (4), a prisão do jornalista Antônio Ferreira Raimundo Muniz, colunista de política da TV e do jornal O Rio Branco, do Acre. Em 2002, o profissional foi condenado há um ano de prisão com base nos artigos 22 e 23 da extinta Lei de Imprensa, sob a acusação de difamação do senador Tião Viana em um artigo publicado em 1999.
Muniz conseguiu a suspensão da pena, já que em 30 de abril deste ano o Supremo Tribunal Federal revogou a lei e excluiu qualquer possibilidade de condenação penal por delitos de imprensa. No entanto, foi preso na última quarta-feira (2), por descumprimento de determinação judicial a qual estava sujeito.
Em nota endereçada ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao Ministro das Comunicações, Hélio Costa, a RSF solicitou a intervenção das autoridades federais brasileiras no caso, "que representa um ataque direto ao princípio da liberdade de expressão, conquistado na Constituição democrática de 1988".
Para a entidade, "a revogação da Lei de Imprensa de 1967, uma grande vitória jurídica, teve efeito perverso, com uma série de medidas de censura (preventiva) na mídia. O caso mais notório diz respeito ao jornal O Estado de S. Paulo, proibido desde 31 de julho de fazer qualquer referência às questões financeiras envolvendo o empresário Fernando Sarney e as investigações da Polícia Federal".
A RSF cita ainda a censura prévia imposta aos jornalistas do Mato Grosso Adriana Vandoni e Enock Cavalcanti, em 10 de novembro, por declarações "ofensivas" a José Riva, presidente da Assembléia Legislativa do Estado. "A soberania de um Estado Federativo só existe quando os princípios constitucionais fundamentais não são violados. Por esta razão, consideramos urgente e necessário uma ação enérgica das autoridades públicas brasileiras, no sentido de reforçar estes princípios", diz a entidade.
Senador Mesquita Júnior se diz indignado
Na manhã desta sexta-feira, o senador Geraldo Magalhães Júnior (PMDB-AC) disse, no Plenário do Senado, estar indignado com o que chamou de perseguição política ao jornalista Antônio Muniz. Mesquita Júnior sublinhou que Muniz foi condenado com base na Lei de Imprensa e que a mesma foi abolida da legislação brasileira por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo informa a Agência Senado, o senador declarou que embora os jornalistas de seu estado, "em sua maioria", se submetam à vontade dos governantes, alguns resistem, fazendo menção direta a Muniz. Citou ainda Chalub Leite, já falecido, entre os jornalistas que "resistem à pressão dos mandatários de plantão".
"Por sorte, na imprensa do meu estado, individualmente, há jornalistas que resistem. Em plena era dos blogs, dos sites informativos, não há como controlar a imprensa", disse. O senador informou, ainda, que o advogado de Muniz pediu relaxamento da prisão do jornalista.
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