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Sempre o mosquito



Acordei na segunda-feira com uma dor nas pernas um tanto quanto estranha. Ainda “jiboiando” na cama, pensei comigo: isso passa, não devo ter dormido direito, deve ser cansaço! Afinal, fiquei até tarde da noite de domingo assistindo alguma bobagem, que nem me lembro mais, na TV.

Ato contínuo, ensaiei uma leve e sutil reação, pondo-me em posição vertical, foi aí que senti o quanto meu corpo estava pesado, parecia que a força da gravidade tinha se alterado. Tremia mais do que vara verde para me manter em pé.

Parecendo um zumbi de filme de terror dei alguns passos, que mais parecia uma maratona sem fim, em direção ao banheiro, fiz minha assepsia matinal e logo percebi que meu destino na semana era mesmo a cama. Quando se está com dengue, além do Paracetamol, a cama é o melhor remédio, além de água, muita água, que pode, para ficar menos sem graça, vir disfarçada de sucos, chás e coisas do tipo.

Bom, daí em diante, teve de tudo, dor de cabeça, dor nos olhos, suadeira, tremendeira, confusão mental, e dores espalhadas por todo o corpo, especialmente nas articulações, ou juntas, como se diz no popular. Isso sem falar na febre, que no caso da dengue é a regra.

Rapaz, uma febrezinha a gente até releva, mas uma semana de febre alta é dose para leão, se é que leão tem febre.

É gente, eu que nunca tinha “pego” esse troço, finalmente senti na pele o tamanho do sofrimento do nosso povo com essa tal de dengue.

Enquanto isso, segue a Prefeitura de Rio Branco veiculando na TV aquela pseudo-campanha preventiva, em que aparece aquele desenho animado do inseto (causador de todo mal) debochando da população.

Na minha cama, mais enjoado que cachorro de índio por conta dos sintomas da doença, juro que sentia vontade de quebrar a TV todas as vezes que eles apareciam com aquelas vozes esquisitas, de péssimo gosto.

Sou franco em afirmar, a situação de epidemia que vivemos hoje exige um material publicitário compatível com a realidade. O atual, passa longe de ser levado a sério pela população. A razão é simples: não é sério.

A meu ver o diálogo dos mosquitos poderia ser assim, ficaria mais fiel à realidade:

- Enquanto a prefeitura não age a gente vai se alastrando, heh, heh, heh, heh..

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