■Por Denise Rothenburg
deniserothenburg.df@dabr.com.br
No Dia Internacional da Mulher, combinado com o ano eleitoral, não falta quem queira tirar uma casquinha de votos aqui e ali. O PT, por exemplo, vai agir em duas frentes. A primeira é colocar a ministra da Casa civil, Dilma Rousseff, como a estrela das comemorações da data no evento promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, na Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro. A outra é uma homenagem que o Ministério do Meio Ambiente fará às mulheres que marcaram história no ambientalismo brasileiro.
Quanto à primeira solenidade, a do Rio, já era de se esperar que viesse um evento de peso num grande colégio eleitoral para que a ministra tentasse conquistar o voto feminino. Mas, quanto ao segundo evento, aquele do Ministério do Meio Ambiente, vale uma reflexão. Quando se fala em mulher e defesa do Meio Ambiente, qual é um dos primeiros nomes que vem à sua mente, caro leitor? Na minha, com todo o respeito às demais ambientalistas e sem qualquer conotação eleitoral, é o da senadora Marina Silva, que saiu do PT no passado e se filiou ao PV.
Assim como Dilma, Marina é pré-candidata a presidente da República. Talvez por isso, esteja fora da homenagem e do debate organizado dentro do ministério que ocupou e pelo qual lutou e ajudou a fortalecer. Ela saiu de lá em maio de 2008 justamente por causa de uma trombada com a ministra da Casa Civil, que queria pressa nas obras de infraestrutura e jogava no Ministério do Ambiente a culpa por atrasos de cronograma.
A solenidade do ministério, organizada pela secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, colocará os holofotes sobre quatro mulheres que vão comandar o debate “A contribuição das mulheres brasileiras ao ambientalismo brasileiro”. Como mediadora, a secretária-executiva do ministério, Izabella Texeira. À mesa, estarão Bertha Becker, Tereza Urban e Isabel Cristina Moura de Carvalho, todas relacionadas com a causa. As homenageadas terão suas biografias resumidas em marcadores de páginas que o ministério lança amanhã. Além da geógrafa Bertha Becker e de Magda Renner, pioneira na defesa do meio ambiente no Brasil, haverá uma homenagem póstuma a irmã Dorothy Stang e a Judith Cortesão.
Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada. É como se o PT quisesse sumir com a biografia daqueles que deixaram seus quadros. Nos bastidores, ela é vista como a “ameaça verde”. A homenagem de hoje, do Ministério, passou inclusive a alguns políticos a impressão de que o objetivo é mesmo levantar outras mulheres e colocar Marina no fundo do palco do ambientalismo nacional.
O PT, entretanto, não terá muito como esconder a sua ex-musa do meio ambiente na terça-feira, quando da entrega do prêmio Bertha Lutz no Senado a mulheres que se destacaram na defesa da igualdade de gênero. A ministra Dilma deve ser chamada para compor a Mesa Diretora da sessão, como foi em 2008. No ano passado, ela não estava no evento. A dúvida entre os políticos ontem era se a senadora Marina terá o mesmo tratamento de ser convidada a participar da mesa, já que as duas são pré-candidatas e merecem tratamento igual. Afinal, se o objetivo é igualdade de gênero, seria incoerente discriminar uma das duas mulheres que hoje lutam pelo mesmo cargo. [...]
deniserothenburg.df@dabr.com.br
No Dia Internacional da Mulher, combinado com o ano eleitoral, não falta quem queira tirar uma casquinha de votos aqui e ali. O PT, por exemplo, vai agir em duas frentes. A primeira é colocar a ministra da Casa civil, Dilma Rousseff, como a estrela das comemorações da data no evento promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, na Estação Leopoldina, no Rio de Janeiro. A outra é uma homenagem que o Ministério do Meio Ambiente fará às mulheres que marcaram história no ambientalismo brasileiro.
Quanto à primeira solenidade, a do Rio, já era de se esperar que viesse um evento de peso num grande colégio eleitoral para que a ministra tentasse conquistar o voto feminino. Mas, quanto ao segundo evento, aquele do Ministério do Meio Ambiente, vale uma reflexão. Quando se fala em mulher e defesa do Meio Ambiente, qual é um dos primeiros nomes que vem à sua mente, caro leitor? Na minha, com todo o respeito às demais ambientalistas e sem qualquer conotação eleitoral, é o da senadora Marina Silva, que saiu do PT no passado e se filiou ao PV.
Assim como Dilma, Marina é pré-candidata a presidente da República. Talvez por isso, esteja fora da homenagem e do debate organizado dentro do ministério que ocupou e pelo qual lutou e ajudou a fortalecer. Ela saiu de lá em maio de 2008 justamente por causa de uma trombada com a ministra da Casa Civil, que queria pressa nas obras de infraestrutura e jogava no Ministério do Ambiente a culpa por atrasos de cronograma.
A solenidade do ministério, organizada pela secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, colocará os holofotes sobre quatro mulheres que vão comandar o debate “A contribuição das mulheres brasileiras ao ambientalismo brasileiro”. Como mediadora, a secretária-executiva do ministério, Izabella Texeira. À mesa, estarão Bertha Becker, Tereza Urban e Isabel Cristina Moura de Carvalho, todas relacionadas com a causa. As homenageadas terão suas biografias resumidas em marcadores de páginas que o ministério lança amanhã. Além da geógrafa Bertha Becker e de Magda Renner, pioneira na defesa do meio ambiente no Brasil, haverá uma homenagem póstuma a irmã Dorothy Stang e a Judith Cortesão.
Na homenagem às ambientalistas, feita pelo Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva sequer é citada. É como se o PT quisesse sumir com a biografia daqueles que deixaram seus quadros. Nos bastidores, ela é vista como a “ameaça verde”. A homenagem de hoje, do Ministério, passou inclusive a alguns políticos a impressão de que o objetivo é mesmo levantar outras mulheres e colocar Marina no fundo do palco do ambientalismo nacional.
O PT, entretanto, não terá muito como esconder a sua ex-musa do meio ambiente na terça-feira, quando da entrega do prêmio Bertha Lutz no Senado a mulheres que se destacaram na defesa da igualdade de gênero. A ministra Dilma deve ser chamada para compor a Mesa Diretora da sessão, como foi em 2008. No ano passado, ela não estava no evento. A dúvida entre os políticos ontem era se a senadora Marina terá o mesmo tratamento de ser convidada a participar da mesa, já que as duas são pré-candidatas e merecem tratamento igual. Afinal, se o objetivo é igualdade de gênero, seria incoerente discriminar uma das duas mulheres que hoje lutam pelo mesmo cargo. [...]
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