Pular para o conteúdo principal

Ponte do Madeira



O Senador Jorge Viana - até pelo forte estilo pessoal, e também pelo que representa - é o político acreano mais observado, mais questionado, mais amado e, como consequência, o mais odiado. Destino natural para quem sempre optou por ser protagonista na cena política local. Inevitável.

A prova disso é que logo na primeira semana de Senado da República, já chegou, em grande estilo, se comprometendo com a pauta estratégica mais importante do Estado do Acre no momento: “a viabilização da construção da ponte sobre o Rio Madeira”.

Muitos oposicionistas poderiam dizer que Jorge Viana anda um pouco atrasado em relação ao pleito. Mas, em verdade, considerando os interesses do Estado de Rondônia na questão, é bom lembrar que as coisas não são tão simples assim, eis que estamos diante de uma disputa política de enormes implicações no campo econômico.

Para Rondônia, a construção da ponte significa a transformação do Estado em mero corredor de exportação, mas, para o Acre, por outro lado, considerando a porta que se abre para o Oceano Pacífico, seria a redenção absoluta.

A prova disso é que Rondônia prefere centrar suas forças na construção de uma ponte sobre o mesmo Rio Madeira, mas em direção ao Amazonas, visando o mercado do Caribe.

Pensando regionalmente, o Estado de Rondônia está certíssimo. Porém, quando se cogita um projeto maior, mais amplo, a conclusão a que se chega é que Rondônia vive um verdadeiro isolamento estratégico, pois não faz sentido algum o governo brasileiro investir milhões na construção da Rodovia Interoceânica e o acesso ao Acre continuar refém do nível das águas do Rio Madeira (lembrem-se do que ocorreu em 2010).

É por isso que os movimentos do Senador Jorge Viana em relação a tal pleito precisam do apoio de todos, inclusive da oposição.

Veja aqui a documentação referente à licitação da ponte e entenda o que está ocorrendo.




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de ...

REPONDO A VERDADE SOBRE O ACRECAP LEGAL

A APLUB CAPITALIZAÇÃO, responsável pelo ACRECAP LEGAL, publicou nota no Jornal A GAZETA, edição de sábado, rebatendo as denúncias de que estaria praticando jogo de azar e se apropriando do resgate dos referidos títulos de capitalização. Em homenagem à verdade, façamos alguns reparos. Diz a APLUB que comercializa o título de capitalização, ACRECAP LEGAL, mediante a aprovação, junto à Superintendência de Seguro Privado (SUSEP), dos Processos nº 15414.200276/2010-81 e 15414.003023/2009-28, Ora, convenhamos, o fato da APLUB CAPITALIZAÇÃO ter obtido, após procedimento administrativo regular, junto à Superintendência de Seguros Privados,  autorização para a emissão e a comercialização de títulos de capitalização, não é o cerne do problema. O Problema está em sabermos se a atuação da referida empresa em relação ao ACRECAP LEGAL tem obervado os ditames legais. Ou seja: o problema é o que a APLUB faz com a autorização da SUSEP e não a autorização em si. Infelizmente, o que vem f...