Pular para o conteúdo principal

Referendo: o resultado vencedor irá se impor!

O Desembargador Arquilau de Castro Melo, jurista dos mais respeitados do Acre - homem culto, inteligente, atento - como ex-presidente do Tribunal Regional Eleitoral foi quem melhor informou, em inúmeras entrevistas, os objetivos do referendo do fuso horário.

Porém, nada do que o Desembargador disse que aconteceria com o resultado do referendo, nada mesmo, está virando realidade.

É de se destacar, que a condução do processo pela Justiça Eleitoral do Estado do Ace foi absolutamente transparente, tanto que o TSE, ao homologar o resultado, frisou que a vontade dos acreanos manifestou-se livremente: “O povo do Acre, por maioria, atendendo, e cumprindo, os “preceitos fundadores do Estado de Direito” disse não à vigência da 11.662/2008.”

O TRE do Acre, reconhecemos, foi “quase” impecável na última eleição. Justiça seja feita! Que bom, pois quanto mais perfeito for o trabalho da Justiça Eleitoral, mais e mais seguros estaremos em relação à manutenção dos preceitos que fundam, e fazem nascer, o próprio Estado.

Porém, agora em homenagem à lógica democrática, afirmamos a todos pulmões: “é absolutamente inaceitável que o Tribunal Regional Eleitoral do Acre, que tão bem conduziu o referendo, mantenha tamanha distância do problema agora”.

“Será que em casos assim, envolvendo ofensas à soberania popular, o princípio da inércia não se desnatura?”.

Se me lembro bem, todos nós fizemos o juramento constitucional, e, se foi de verdade, estamos todos obrigados à defesa da manutenção do resultado do referendo do fuso horário. É a mais pura lógica!

Do lado de cá, a OAB do Acre, por sua vez, entendeu isso muito bem, tanto que aprovou, por unanimidade, proposta de indicação de ajuizamento de ADPF, em 25 de fevereiro de 2011, inclusive na meia presença do Presidente Nacional da Ordem, que naquele dia esteve também no TRE na posse do Desembargador Pedro Ranzy.

O que parece inexplicável – precisa ser dito - é a postura da Presidência, na pessoa do Dr. Florindo Poersch, por ainda não ter providenciado o encaminhamento do problema para análise do Conselho Federal; inexplicável é, também, a postura do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) - que com muita competência garantiu a manifestação da vontade do povo – em não se manifestar pelo menos “para explicar, a esse mesmo povo, o que está acontecendo”.

Esse silêncio, mais que um turbilhão de palavras, ofende a nossa gente.Fiquem certos: haverá grande barulho ainda.

Exigimos mais respeito!

Comentários

Anônimo disse…
Esse assunto não acaba nunca...
Já está ficando chato... Esse horário é de tão pouca significância para a população, não é um assunto de primeira ordem, não tira a fome de ninguém, não promove moradia para ninguém, não ajuda em nada uma hora a menos ou uma hora a mais, quando se trata de saúde pública, como no caso da dengue e outras doenças, o mosquito não está confuso com o fuso horário e tão pouco os outros insetos e animais... Existem assuntos de muito mais importantes para esse Estado e, essas pessoas se preocupam com tão pouco... Por que você não escreve um artigo ou vários artigos incisivos sobre o aumento estratosférico do salário base dos parlamentares, e, os posta aqui nesse site? Por que você não escreve ARTIGOS sobre a construção da ponte sobre o rio abunã na região do madeira que ligam Acre e Rondônia? POR QUE O SR. NÃO POSTA ARTIGOS DESSA SIGNIFICÂNCIA NESTE SITE? SERÁ QUE ESSES ASSUNTOS REALMENTE NÃO INTERESSA AO POVO DO ACRE? ESSES SIM, SÃO DIGNOS DO CLAMOR DO POVO... PARA ESSES, OS SENHORES SE CALAM, ASSISTEM E FICAM QUIETOS... POR QUÊ???
Tenha dignidade disse…
POUCA SIGNIFICÂNCIA? O senhor anônimo é cidadão brasileiro? A vontade popular não foi respeitada, na maior ofensa à democracia no Brasil desde 64 e o senhor anônimo diz que o assunto é de pouca significância? Ou somos cidadãos em um Estado democrático ou somos fantoches em um Estado hipócrita?

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de ...

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr...