Já faz algum tempo que não escrevo um artigo. Quando falo algum tempo analisem na minha lógica de tempo, advirto. Sou da opinião. E que não confundam com oposição, apesar da proximidade sonora. Se bem que opinar é papel da oposição no campo do debate político. Daí a confusão que alguns, mais desprovidos de discernimento, fazem. Principalmente quando tentam me decifrar.
Certa vez, ainda menino - acostumado a ler jornais compulsivamente, talvez por influência do meu pai que sempre foi dado a ler jornal, em especial o jornal A GAZETA, ainda o mais respeitado do Acre - li um artigo, desses “chupados” da imprensa nacional, que dizia algo que até hoje ainda examino seu conteúdo (fico devendo o nome do autor). Dizia que “a imprensa tem por dever ser oposição”.
O amigo leitor deve está se perguntando as razões de tal assertiva. Cada um interprete da maneira que achar mais razoável. De minha parte, darei alguns argumentos que talvez ajude no debate.
Vou explicar contando uma história. A história é aquela da relação entre o PT e o Jornal FOLHA DE S. PAULO, na minha avaliação o melhor do país.
Assim diz a história: durante os oito anos do governo do nosso querido Fernando Henrique Cardoso a linha editorial do jornal Folha de S. Paulo acompanhava as movimentações do PT de Lula.
Parecia até que Lula era o queridinho da Folha. Mas não era. Ele apenas significava uma figura útil no mercado da notícia. O que é bem óbvio, afinal, oposição tem por dever provocar a notícia. É da democracia. Pena que alguns não entendam.
É dever da oposição submeter o projeto político dominante ao debate público. Aí reside a razão para a Folha de S. Paulo ter dado tanto espaço para o "rei dos petistas" naquela época, que com méritos, apesar de alguns ainda não o engolirem, governará o país pelo mesmo tempo que FHC ficou por lá. Venceu porque enfrentou o debate político. E a imbatível Folha, sabendo disso, o tinha como fonte.
Passou-se aquele tempo e quem tinha o “monopólio da crítica”, por ser de oposição, passou para a condição de criticado, como manda a cartilha democrática. E a Folha, esperta que só ela, mudou de fonte.
Examine! Amigo leitor. E veja se não tem sentido.
No acre, essa ordem natural, nascida na fonte do bom jornalismo, inverteu-se. A oposição não critica o governo. O que se vê é o governo como detentor absoluto do monopólio da crítica. Melhor dizendo: do auto-elogio. É o que se retrata nos jornais todos os dias. Cá entre nós, é um saco. Pior é que tem gente que passou quatro anos na faculdade (de jornalismo) e não aprendeu essa lição.
Por outro lado, a própria oposição tem colaborado. Ora, eles não dizem nada com nada mesmo. Vez por outra é que aparece aquele deputado, o do Diário Oficial (sem estratégia de trabalho), jogando aquela que jogaram na Geni no ventilador. É um legítimo soltador de traques no deserto.
O problema, devoto leitor, é que eles não sabem o que dizer. Por isso, não dizem nada. Por essa razão é que estamos encerrando a primeira terça parte do processo eleitoral e ainda não se ouviu nada. O PT, esperto, vai ficando calado, sabe que esse jogo lhe é favorável.
A imprensa está esperando que eles falem o que querem quando juntaram a papelada e foram ali no TRE dizer ao povo de Rio Branco que são candidatos a prefeito.
Desse jeito, se der um cartão telefônico de R$ 50 para o Raimundo Angelim (melhor que o Jorge na prefeitura, por ser mais honesto) ele ganha no primeiro turno lá na Praia de Boa Viagem em Recife.
Com a palavra, a tal oposição.
PS: O da foto é meu querido pai. Xauriense daqueles. Fazendo o que mais gosta: ler jornal.
Edinei Muniz
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