Pular para o conteúdo principal

O rei e o sábio



Havia um rei que, apesar de ser extremamente rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado da sua riqueza. Quanto mais doava para cuidar dos seus súditos, tanto mais os cofres do seu fabuloso palácio enchiam.

Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades procurou o rei para descobrir seu segredo. Ele pensava:
- Como o rei, que não é versado nas sagradas escrituras e não leva uma vida de penitência e renúncia, pode viver cercado por tantas riquezas materiais e ainda assim não ficar “contaminado” por elas? Eu, que renunciei ao mundo e conheço todos os Vedas(livros sagrados), tenho tantos problemas, e ele é virtuoso e amado por todos.

Ao chegar na frente do rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma. O rei respondeu:
- Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio, assim o Senhor vai descobrir meu segredo. Porém, há uma condição: se o Senhor deixar que a chama se apague, cairá morto.

Desse modo, o sábio visitou todas as salas e duas horas depois voltou para o rei, que lhe perguntou:
- O Senhor viu toda a minha riqueza?

Ainda tremendo da experiência, o sábio respondeu:
- Sua majestade, não vi absolutamente nada. Eu estava tão preocupado em manter a chama acesa que não notei nada.

Com o olhar cheio de misericórdia, o rei falou do seu segredo:
- Assim, Senhor sábio, eu vivo. Tenho tanta atenção em manter a chama da minha alma acesa, que embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam. Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença, e não o contrário.
Esta história ilustra dois fatos:
· A virtude ou defeito não está em ter as coisas, mas em como são utilizadas.
· O verdadeiro esforço se limita em manter a consciência interior espiritualmente acesa, e não em lutar contra supostas tentações e ameaças.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

REPONDO A VERDADE SOBRE O ACRECAP LEGAL

A APLUB CAPITALIZAÇÃO, responsável pelo ACRECAP LEGAL, publicou nota no Jornal A GAZETA, edição de sábado, rebatendo as denúncias de que estaria praticando jogo de azar e se apropriando do resgate dos referidos títulos de capitalização. Em homenagem à verdade, façamos alguns reparos. Diz a APLUB que comercializa o título de capitalização, ACRECAP LEGAL, mediante a aprovação, junto à Superintendência de Seguro Privado (SUSEP), dos Processos nº 15414.200276/2010-81 e 15414.003023/2009-28, Ora, convenhamos, o fato da APLUB CAPITALIZAÇÃO ter obtido, após procedimento administrativo regular, junto à Superintendência de Seguros Privados,  autorização para a emissão e a comercialização de títulos de capitalização, não é o cerne do problema. O Problema está em sabermos se a atuação da referida empresa em relação ao ACRECAP LEGAL tem obervado os ditames legais. Ou seja: o problema é o que a APLUB faz com a autorização da SUSEP e não a autorização em si. Infelizmente, o que vem f...

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr...