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Tião celebra revolução





O senador Tião Viana (PT-AC) lembrou nesta quarta-feira (6) os 106 anos da revolução acreana de 1902, que levou à independência do estado. Para o parlamentar, esse episódio "compõe uma belíssima página da história de definição de fronteiras e da conformação da integridade do território nacional brasileiro".

Tião Viana lembrou que no início do século passado havia muita incerteza nas relações entre o Brasil e a Bolívia. As tensões decorrentes desse quadro eram reforçadas pelas ações de países como os Estados Unidos, a Inglaterra, a França e a Alemanha, que disputavam a possibilidade de anexação de uma parte do território sul-americano em plena Amazônia no auge do Ciclo da Borracha.
A revolução iniciada em 6 de agosto, e liderada pelo gaúcho de 27 anos José Plácido de Castro, buscou firmar como brasileiro um território tido como boliviano, mas que, no entender do senador, era parte de "uma indefinição, uma consolidação de fronteira".

Antes disso, haviam sido registradas três outras insurreições, uma delas chamada de "Revolução dos Poetas", que se seguiu a lutas chefiadas por Luis Galvez (espanhol) e José Carvalho.

- O 6 de agosto é data preciosa, porque nos levou ao dia 24 de janeiro de 1903, num conflito duro, intenso, entre brasileiros e bolivianos, hoje povos irmãos, intocáveis nas relações de paz, estabilidade e boa convivência na região de fronteira - disse Tião Viana.

O parlamentar relembrou outros aspectos cruciais da formação do estado, como a rejeição do Brasil ao Acre durante alguns anos, na fase pós-revolução.

- Os primeiros meses, então, foram muito mais intensos nesse desprezo e nessa indefinição. Plácido de Castro afirmava a história de independência como uma história de pressão para que o Brasil pudesse compreender que ali estavam brasileiros, muitos imigrantes nordestinos, que afirmavam a soberania do país naquele território e entendiam que era uma luta contra uma interferência internacional - analisou o senador.

Tião Viana cobrou o esclarecimento das circunstâncias do assassinato de Plácido de Castro, há cem anos, "por instâncias representativas do poder à época". Na visão do senador, aquele foi um momento de "afirmação da defesa da Amazônia num processo de ameaça de internacionalização".
AGÊNCIA SENADO

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