As dificuldades enfrentadas por candidaturas a prefeito apoiadas por Lula mostram que, apesar dos índices inéditos de popularidade para os padrões brasileiros, o presidente não pode ser considerado um político imbatível. As limitações da transferência de votos no pleito atual projetam dificuldades para viabilizar a candidatura da ministra Dilma Rousseff à Presidência da República.
O PT deve ser o partido de melhor desempenho nas capitais e outros grandes centros, além de aumentar o enraizamento no país, fruto de seis anos de poder federal. Mesmo assim, as pesquisas apontam cidades onde o partido pode nem chegar ao segundo turno, como Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro nem se cogita dessa possibilidade.
Outros exemplos de mau desempenho são localizados em Manaus (AM), Belém (PA), Teresina (PI), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), para citar somente capitais onde o partido concorre com candidaturas próprias.
A pesquisa CNT/Sensus, divulgada nessa segunda-feira, atribuiu ao presidente Lula uma capacidade de transferência de votos de 15,5%. A soma desse índice com os que “poderiam votar” em um candidato apoiado pelo presidente elevaria o percentual a 44,1%. Mas o “poderia votar” se situa em uma faixa intermediária, sendo plausível que esse eleitor poderia também não votar. Os 15,5% são um índice mais representativo do poder de transferência.
Nas simulações para as eleições presidenciais de 2010, a performance de Dilma Rousseff (8,4% e 8,6%, conforme a bateria), em relação ao governador José Serra e mesmo ao deputado Ciro Gomes, indica que não vai ser nada fácil para o presidente emplacar o nome da ministra. Figura sem carisma, Rousseff é pouco conhecida e não ocupa um ministério de destaque para o mundo exterior.
A popularidade do presidente não é suficiente para eleger prefeitos e Lula não tem como transferi-la para uma candidata a presidente de sua escolha. As eleições municipais vão mostrar que “o homem” não é invencível. (Carlos Lopes - Santafé Idéias)
Etevaldo Dias - Ultimo Segundo
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