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Mundo está "à beira de recessão", diz diretor do FMI

da BBC

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, disse nesta quinta-feira em Washington que o mundo está entrando em uma "recessão global" e que o sistema financeiro internacional só deve começar a se recuperar da atual crise na segunda metade de 2009.
"Nosso parecer é que o crescimento das economias avançadas será próximo de zero no ano que vem e de cerca de 3% na economia global", disse Strauss-Kahn. "Assim, estamos à beira de uma recessão global."
"Na primavera (no hemisfério norte, outono no Brasil), o FMI foi criticado por ser pessimista demais", acrescentou. "Infelizmente, fomos otimistas demais."
Strauss-Kahn também comentou o avanço da crise bancária na Europa e afirmou que os países da União Européia precisam adotar ações coordenadas em relação ao problema.
Para o diretor-gerente do FMI, qualquer ação unilateral --como as que foram anunciadas nos últimos dias por vários países do bloco-- "precisa ser evitada ou mesmo condenada".
"Faço um apelo aos países europeus para que trabalhem juntos", acrescentou. "Não há solução doméstica para uma crise como esta."
Preço para os pobres
Em outra coletiva em Washington, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, alertou que existe o risco de a crise financeira piorar a situação dos países mais pobres, com um impacto negativo que pode nunca mais ser superado, especialmente pelas crianças dessas nações.
"Não podemos deixar que uma crise financeira se transforme e uma crise humana", disse Zoellick. "Não se pode pedir aos mais pobres que paguem o preço mais alto."
"As crianças podem sofrer as conseqüências de longo prazo dos choques econômicos de curto prazo e nunca se recuperar totalmente."
"Estimamos que mais 44 milhões de pessoas vão sofrer de desnutrição neste ano como resultado da alta dos preços dos alimentos e, para as crianças, isso significa um potencial perdido que nunca será recuperado."
As declarações de Strauss-Kahn e Zoellick foram feitas às vésperas do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, que será realizado neste fim de semana na capital americana em meio à intensificação da crise financeira mundial.
Na quarta-feira, sete bancos centrais de todo o mundo anunciaram juntos uma redução nas taxas de juros, em uma ação coordenada para tentar frear o desaquecimento econômico.
Mercados
Depois de uma quarta-feira de intensas oscilações, as principais bolsas de valores operam com baixas nesta quinta-feira. Por volta das 12h30 (hora de Brasília), depois das coletivas de Strauss-Kahn e Zoellick, a maior queda entre os principais pregões europeus era registrada no índice Dax, da bolsa de valores de Frankfurt: 3,87%. Em Nova York, o Dow Jones recuava 1,3%.
Mas, na Rússia, os investidores viveram um dia de euforia, com o índice RTS fechando com alta de 10,9%, em um movimento de recuperação de lucros após quedas acentuadas no dia anterior.
Na Ásia, as bolsas também não tiveram uma tendência unificada no fechamento. O índice Hang Seng, de Hong Kong, encerrou com alta de 3,59% aos 15.985,39 pontos, recuperando parte da perda de quase 13% registrada em dois dias.
Na Coréia do Sul, o índice Kospi subiu 0,64%, depois que o Banco Central sul-coreano anunciou um corte de 0,25 ponto percentual nos juros, para 5%.
Já em Taiwan, o recuo foi de 1,45%. Na China, o principal indicador da bolsa de Xangai, o Composite, perdeu 0,84%.
No Japão, o principal indicador da Bolsa de Tóquio, o Nikkei 225, fechou em queda de 0,5% aos 9.157,49 pontos, o menor nível em cinco anos. O índice Topix, mais amplo, encerrou em alta de 0,68%.
O Banco do Japão anunciou uma injeção de 2 trilhões de ienes (US$ 20 bilhões) para acalmar os ânimos dos mercados.

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