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Dólar sobe 13,3% no mês, maior alta mensal desde 1999

Após cair 9,6% nas quatro sessões anteriores, o dólar fechou em alta em relação ao real neste último dia útil de outubro, cotado a R$ 2,158 (+2,57%) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a R$ 2,156 (+2,52%) no mercado interbancário de câmbio. Apesar do forte recuo das cotações na semana, a moeda americana apurou valorização de 13,34% em outubro - maior ganho mensal do dólar desde a alta de 68,90% registrada no mês de fevereiro de 1999, decorrente do processo de desvalorização do real iniciado em janeiro daquele ano. No ano até este mês, o dólar acumula alta de 21,4%. O giro financeiro total movimentado hoje somou US$ 3,051 bilhões.

O mercado cambial foi pressionado hoje pela valorização externa do dólar, as rolagens de contratos futuros na BM&F e a liquidação residual pela Aracruz de posições de derivativos de câmbio.

Do lado externo, os fatores que levaram o dólar no mercado doméstico a se ajustar à valorização externa da moeda americana ante as principais divisas estrangeiras foram o corte de juros no Japão de 0,20 ponto porcentual, para 0,30% ao ano, menor do que o 0,25 ponto esperado pelo mercado, e a apreensão dos investidores com os fracos indicadores econômicos dos Estados Unidos e o baixo sentimento do consumidor americanos, mostrados pelo índice de preços dos gastos com consumo, o índice de atividade industrial de Chicago e o de sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan.

Internamente, as cotações à vista ampliaram as altas exibidas à tarde pelo impacto das rolagens de contratos futuros de dólar na BM&F e da movimentação em torno da liquidação pela Aracruz de uma parcela de 15% em posições de derivativos de câmbio.

Ontem, a Aracruz liquidou 85% de suas posições de derivativos de câmbio e liquidaria o restante até o fim do dia hoje, segundo fontes próximas às negociações. Ao câmbio na casa de R$ 2,10, as perdas da empresa são estimadas em aproximadamente US$ 2 bilhões, equivalentes à receita de um ano de exportações da fabricante de celulose, de US$ 2,1 bilhões em 2007.

Leilões

O Banco Central fez dois leilões de swap cambial hoje, em que ofertou US$ 2,875 bilhões desses contratos com três vencimentos. Contudo, a autoridade monetária vendeu apenas US$ 440,8 milhões no total.

Um operador informou que o BC deve ter vendido um pequeno volume de swaps nesta sessão por causa da concentração das atenções dos investidores nas rolagens de contratos futuros. Além disso, o BC está sendo seletivo nos leilões em relação as taxas propostas pelas instituições financeiras, que estariam acima do pretendido pela autoridade monetária, e há percepção ainda de que o mercado não estaria mais tão tomador de dólares, dada a momentânea melhora dos mercados internacionais.

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