Pular para o conteúdo principal

Três milhões de muçulmanos chegam a Meca para peregrinação











Agência Estado e Associated Press





MECA - Vestidos com túnicas brancas para simbolizar a pureza e a igualdade dos homens perante Deus, cerca de 3 milhões de muçulmanos de todo o mundo reuniram-se em Meca nesta sexta-feira, 5, um dia antes do início da peregrinação anual do Haj. Os homens, usando túnicas de duas peças, e as mulheres, cobertas da cabeça aos pés - com exceção das mãos e da face -, circulam sete vezes ao redor da Caaba, a pedra sagrada em forma de cubo que fica dentro da Grande Mesquita.

Um dos pilares da fé muçulmana, o Haj é cheio de rituais e simbolismo. Todo muçulmano que tiver condições financeiras deve realizar a jornada pelo menos uma vez na vida. A Arábia Saudita disponibilizou cerca de 100 mil agentes de segurança para manter a ordem durante os cinco dias de peregrinação, iniciada no sábado.


Barreiras foram colocadas em todas as estradas que levam a Meca e a polícia verifica as permissões dos sauditas para participar do evento, além dos passaportes dos peregrinos vindos do exterior. A segurança também foi reforçada porque o Haj deste ano acontece apenas pouco mais de uma semana depois dos ataques terroristas em Mumbai, a capital financeira da Índia.

Suspeita-se que militantes islâmicos tenham realizado os ataques que mataram 171 pessoas e deixaram mais de 300 feridas em hotéis, restaurantes e outros pontos da cidade. Os meios de comunicação locais informam que várias prisões foram feitas até agora, dentre elas a de dois egípcios que supostamente operavam uma empresa ilegal de turismo para o Haj. Diversas feiras surgiram em Meca para atender às necessidades dos peregrinos, mas as autoridades as consideram ilegais. Ainda assim, apesar das notícias de batidas policiais, os negócios continuam de vento em popa.

Ambulâncias e centros médicos foram preparados para lidar com emergências. Tumultos e tiros mataram centenas de pessoas e deixaram muitas feridas. Na Grande Mesquita, quando os alto-falantes anunciam a oração do meio-dia, a procissão ao redor da Caaba é interrompida. Os peregrinos param para ouvir os versos do Corão, o livro sagrado do Islã, e unem-se às orações.


O ponto máximo do Haj acontece no domingo, quando os peregrinos reúnem-se no Monte Arafat, a 20 quilômetros de Meca, no deserto onde acredita-se que o profeta Maomé fez seu último sermão, 14 séculos atrás. No Monte Arafat, os peregrinos fazem orações do meio-dia até pouco depois do cair da noite, num ritual que é interpretado como uma antecipação do Dia do Julgamento, quando, segundo o Islã, cada pessoa terá de responder a Deus por suas ações.

De acordo com teólogos islâmicos, o Haj é uma jornada espiritual que limpa a alma e leva à absolvição dos pecados. Apenas 50 anos atrás, a peregrinação atraía cerca de 10 mil pessoas. Neste ano, as embaixadas sauditas ao redor do mundo emitiram cerca de 2 milhões de vistos. Apenas pouco menos de um milhão de peregrinos sauditas participam do Haj. Acredita-se que muitos outros façam a viagem sem os documentos em dia.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju...

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de ...

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr...