Por Larissa Garcia, do Conjur
Hoje, com a unificação do Exame de Ordem, já é possível comparar os resultados obtidos por cada estado, exceto São Paulo e Minas Gerais — São Paulo acaba de aderir à avaliação unificada e Minas Gerais ainda não aderiu. Os números mostram como anda o ensino jurídico no país. No último exame concluído em 2008, os cincos estados que obtiveram os melhores desempenhos são da região nordeste. São eles: Sergipe, com 42,8% de aprovação; Ceará, com 41,2%; Bahia, com 40,7%; Paraíba, com 37,1%; e Rio Grande do Norte, com 35,8%. O estado de São Paulo, que não participou do exame unificado, teve o pior índice de reprovação da sua prova diferenciada. Apenas 18,2% dos candidatos que fizeram a prova foram aprovados.
À parte o ranking de qual estado aprova mais (veja ao lado), um fato é preocupante: o índice de aprovação, no geral, é muito baixo. Henri Clay Andrade, o presidente da OAB de Sergipe, estado que mais aprovou no último exame, preocupa-se com o fato de menos da metade dos bacharéis sergipanos ter sido aprovada. O estado é o que mais aprova desde 2007, época em que o índice de aprovados era de 40,77%.
Andrade, no entanto, acredita que os dias de Sergipe no topo do ranking estão contados. Segundo ele, até o último exame, apenas duas escolas de Direito representavam o estado — a Universidade Federal de Sergipe e a Universidade Tiradentes, a maior do estado.“Nos últimos cinco anos, nove faculdades foram criadas em Sergipe, e devem estrear no Exame de Ordem esse ano, o que deve dar uma modificada nos números", lamenta.
A preocupação de Sergipe não contamina a seccional da OAB do Ceará, que se orgulha em ser a segunda colocada com 41,16% de presentes aprovados. O presidente da seccional, Hélio Leitão, explica que há 16 escolas de Direito em todo o estado, que são vistoriados com frequência pela Comissão de Estágio e Exame de Ordem. “Procuramos ser rigorosos tanto quanto podemos. Quando é instalado um curso, nos aproximamos e damos até palestras. Os resultados do Exame devem ser uma preocupação de todos, pois reflete na advocacia”, afirmou Leitão.
Assim como Sergipe estava em primeiro, Ceará já estava em segundo lugar na avaliação de 2007. Bahia, a terceira colocada, também manteve sua posição desde 2007. Um dos estados que melhorou consideravelmente seu desempenho foi o Amapá. Em 2007, apenas dois bacharéis dos 70 que prestaram o exame passaram — o índice de sucesso não chegou a 3%. Em 2008, subiu para quase 21%. O Rio de Janeiro fazia parte dos últimos colocados em 2007, com índice de aprovação de 8,49%.Em 2008, subiu para 30,58%.
Queda unificada
Antes de entrar para o exame unificado, o Acre apresentava o maior índice de aprovação em todo o país, emplacando quase 100% dos inscritos, a maioria saía de outros estados para prestar o exame na seccional. Depois da unificação, em 2007, o estado aprovou apenas 15,35% dos presentes. No último exame, esse índice subiu para 20,10% .
Um dos estados que apresenta índice bastante alarmante é Goiás, com só 18,82% de sucesso na prova. Ao mencionar a seriedade das 38 universidades do estado, o presidente da seccional, Miguel Cançado, ironizou. Lembrou que um menino de oito anos foi aprovado no vestibular de Direito em março de 2008. Ele afirma que a seccional tem a preocupação de passar os resultados para que as faculdades possam analisar e aprimorar seu ensino. "Não interessa para OAB-GO ter esse baixo índice. Recentemente, participei de uma discussão sobre o assunto e falei que precisa ser melhorado o conteúdo, corpo docente, há muito o que ser feito. A solução não é mágica.”
Prova única
Em 2007, 16 estados e o Distrito Federal aderiram ao exame unificado, passando a aplicar a prova com mesmo conteúdo, na mesma data e horário. No decorrer de um ano, outros oito estados passaram a fazer parte das provas padronizadas, totalizando 24 estados e o DF.
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, já afirmou que, a partir do próximo exame, São Paulo passará a fazer exame unificado. Para firmar a ação, faltam apenas alguns ajustes contratuais, pois a entidade paulista discorda de pontos como prazos para divulgação de resultados, correção de provas, “mas estão sendo sugeridos e discutidos com o Conselho Federal”. Com a entrada de São Paulo, fica faltando apenas Minas Gerais aderir à prova única.
O país tem hoje 1.088 escolas de Direito, 236 só em São Paulo, segundo dados do MEC. “O cenário de ensino de Direito em São Paulo é dividido em três blocos: ilhas de excelências, escolas intermediárias e verdadeiras arapucas. As ilhas de excelências têm grande índice de aprovação (80%), como a USP. As intermediárias têm boas instalações e docentes, mas ainda apresentam um índice baixo, 20%. E tem as arapucas que queremos fechar”, afirma o presidente da OAB-SP. A seccional, no entanto, não divulga quais são as arapucas. Esse números eram usados como marketing, e não como alerta, explica.
A OAB-MG não informou o índice de aprovados.
À parte o ranking de qual estado aprova mais (veja ao lado), um fato é preocupante: o índice de aprovação, no geral, é muito baixo. Henri Clay Andrade, o presidente da OAB de Sergipe, estado que mais aprovou no último exame, preocupa-se com o fato de menos da metade dos bacharéis sergipanos ter sido aprovada. O estado é o que mais aprova desde 2007, época em que o índice de aprovados era de 40,77%.
Andrade, no entanto, acredita que os dias de Sergipe no topo do ranking estão contados. Segundo ele, até o último exame, apenas duas escolas de Direito representavam o estado — a Universidade Federal de Sergipe e a Universidade Tiradentes, a maior do estado.“Nos últimos cinco anos, nove faculdades foram criadas em Sergipe, e devem estrear no Exame de Ordem esse ano, o que deve dar uma modificada nos números", lamenta.
A preocupação de Sergipe não contamina a seccional da OAB do Ceará, que se orgulha em ser a segunda colocada com 41,16% de presentes aprovados. O presidente da seccional, Hélio Leitão, explica que há 16 escolas de Direito em todo o estado, que são vistoriados com frequência pela Comissão de Estágio e Exame de Ordem. “Procuramos ser rigorosos tanto quanto podemos. Quando é instalado um curso, nos aproximamos e damos até palestras. Os resultados do Exame devem ser uma preocupação de todos, pois reflete na advocacia”, afirmou Leitão.
Assim como Sergipe estava em primeiro, Ceará já estava em segundo lugar na avaliação de 2007. Bahia, a terceira colocada, também manteve sua posição desde 2007. Um dos estados que melhorou consideravelmente seu desempenho foi o Amapá. Em 2007, apenas dois bacharéis dos 70 que prestaram o exame passaram — o índice de sucesso não chegou a 3%. Em 2008, subiu para quase 21%. O Rio de Janeiro fazia parte dos últimos colocados em 2007, com índice de aprovação de 8,49%.Em 2008, subiu para 30,58%.
Queda unificada
Antes de entrar para o exame unificado, o Acre apresentava o maior índice de aprovação em todo o país, emplacando quase 100% dos inscritos, a maioria saía de outros estados para prestar o exame na seccional. Depois da unificação, em 2007, o estado aprovou apenas 15,35% dos presentes. No último exame, esse índice subiu para 20,10% .
Um dos estados que apresenta índice bastante alarmante é Goiás, com só 18,82% de sucesso na prova. Ao mencionar a seriedade das 38 universidades do estado, o presidente da seccional, Miguel Cançado, ironizou. Lembrou que um menino de oito anos foi aprovado no vestibular de Direito em março de 2008. Ele afirma que a seccional tem a preocupação de passar os resultados para que as faculdades possam analisar e aprimorar seu ensino. "Não interessa para OAB-GO ter esse baixo índice. Recentemente, participei de uma discussão sobre o assunto e falei que precisa ser melhorado o conteúdo, corpo docente, há muito o que ser feito. A solução não é mágica.”
Prova única
Em 2007, 16 estados e o Distrito Federal aderiram ao exame unificado, passando a aplicar a prova com mesmo conteúdo, na mesma data e horário. No decorrer de um ano, outros oito estados passaram a fazer parte das provas padronizadas, totalizando 24 estados e o DF.
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’Urso, já afirmou que, a partir do próximo exame, São Paulo passará a fazer exame unificado. Para firmar a ação, faltam apenas alguns ajustes contratuais, pois a entidade paulista discorda de pontos como prazos para divulgação de resultados, correção de provas, “mas estão sendo sugeridos e discutidos com o Conselho Federal”. Com a entrada de São Paulo, fica faltando apenas Minas Gerais aderir à prova única.
O país tem hoje 1.088 escolas de Direito, 236 só em São Paulo, segundo dados do MEC. “O cenário de ensino de Direito em São Paulo é dividido em três blocos: ilhas de excelências, escolas intermediárias e verdadeiras arapucas. As ilhas de excelências têm grande índice de aprovação (80%), como a USP. As intermediárias têm boas instalações e docentes, mas ainda apresentam um índice baixo, 20%. E tem as arapucas que queremos fechar”, afirma o presidente da OAB-SP. A seccional, no entanto, não divulga quais são as arapucas. Esse números eram usados como marketing, e não como alerta, explica.
A OAB-MG não informou o índice de aprovados.
Comentários