Conjur
O advogado Waldir Troncoso Peres, de 85 anos, morreu na noite do último domingo, no Hospital Albert Einstein, por conta de uma insuficiência renal. Seu corpo, que já foi velado no próprio hospital até às 13h, será transportado para sua cidade natal, Vargem Grande do Sul (interior paulista). O enterro está marcado para hoje (14/4).
Considerado "lenda viva das tribunas do júri" e "príncipe dos advogados criminais do Brasil", Troncoso Peres atuou por mais de 50 anos até o ano de 2004, quando foi vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que prejudicou a sua fala. Ele trabalhou na defesa de mais de 130 homens e mulheres que mataram seus cônjuges. Entre eles, o famoso caso do cantor Lindomar Castilho.
Em entrevista concedida ao Jornal do Advogado, ele disse que acreditava no crime por amor. E ilustrou a afirmativa citando o romancista Somerset Maughan, que tem uma imagem muito interessante a respeito do amor. Ele diz que é um sentimento tão intenso que o homem e a mulher se fundem. E que o nascimento do filho é o resultado dessa fusão. Então, quando existe a ruptura – e a ruptura em regra é unilateral –, aquele que a sofreu, que é abandonado, rejeitado, é capaz de matar.
Ele também considerava o Poder Judiciário a coluna vertebral da civilização brasileira. Na sua visão, foi o único Poder que não se contaminou, “no curso histórico, com as ditaduras que vêm destruindo o nosso país periodicamente”. Clique aqui para ler a entrevista.
A OAB de São Paulo lamentou a morte do advogado.“A Advocacia, especialmente a criminalista, perde um grande mestre, de notório saber jurídico, grande oratória e vasta cultura. Entendia que o advogado criminalista tinha de ter cultura científica, literária, filosófica e de matérias afins para que pudesse explicar os sentimentos e razões dos atos do cliente para o Júri. Deixa a grande lição da indispensabilidade do direito de defesa, do contraditório, de que o advogado criminalista garante um julgamento justo, o devido processo legal, pois defende o réu e não o crime”, afirmou o presidente da OAB paulista, Luiz Flávio Borges D´Urso.
Para D'Urso, Trancoso Peres está entre os grandes nomes da advocacia criminal, como Evaristo de Moraes, Dante Delmanto, Raimundo Paschoal Barbosa e Manoel Pedro Pimentel. “Estes advogados transformaram a advocacia criminal em arte, ao assegurar que ninguém é indigno de defesa por mais odioso que seja o crime que lhe seja atribuído”, afirma.
A Federação das Associações dos Advogados do Estado de São Paulo (Fadesp), também lamentou a morte de Troncoso Peres. Diz que ele não foi apenas um grande criminalista. “Foi um ícone da advocacia levada a sério por um homem que acreditava na capacidade do seu semelhante em ser indulgente, temperante, e, principalmente, via mortificado as misérias humanas”. Acrescentou, ainda, que ele foi referencial para todos os criminalistas e nunca esmoreceu nas causas em que atuou.
Considerado "lenda viva das tribunas do júri" e "príncipe dos advogados criminais do Brasil", Troncoso Peres atuou por mais de 50 anos até o ano de 2004, quando foi vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que prejudicou a sua fala. Ele trabalhou na defesa de mais de 130 homens e mulheres que mataram seus cônjuges. Entre eles, o famoso caso do cantor Lindomar Castilho.
Em entrevista concedida ao Jornal do Advogado, ele disse que acreditava no crime por amor. E ilustrou a afirmativa citando o romancista Somerset Maughan, que tem uma imagem muito interessante a respeito do amor. Ele diz que é um sentimento tão intenso que o homem e a mulher se fundem. E que o nascimento do filho é o resultado dessa fusão. Então, quando existe a ruptura – e a ruptura em regra é unilateral –, aquele que a sofreu, que é abandonado, rejeitado, é capaz de matar.
Ele também considerava o Poder Judiciário a coluna vertebral da civilização brasileira. Na sua visão, foi o único Poder que não se contaminou, “no curso histórico, com as ditaduras que vêm destruindo o nosso país periodicamente”. Clique aqui para ler a entrevista.
A OAB de São Paulo lamentou a morte do advogado.“A Advocacia, especialmente a criminalista, perde um grande mestre, de notório saber jurídico, grande oratória e vasta cultura. Entendia que o advogado criminalista tinha de ter cultura científica, literária, filosófica e de matérias afins para que pudesse explicar os sentimentos e razões dos atos do cliente para o Júri. Deixa a grande lição da indispensabilidade do direito de defesa, do contraditório, de que o advogado criminalista garante um julgamento justo, o devido processo legal, pois defende o réu e não o crime”, afirmou o presidente da OAB paulista, Luiz Flávio Borges D´Urso.
Para D'Urso, Trancoso Peres está entre os grandes nomes da advocacia criminal, como Evaristo de Moraes, Dante Delmanto, Raimundo Paschoal Barbosa e Manoel Pedro Pimentel. “Estes advogados transformaram a advocacia criminal em arte, ao assegurar que ninguém é indigno de defesa por mais odioso que seja o crime que lhe seja atribuído”, afirma.
A Federação das Associações dos Advogados do Estado de São Paulo (Fadesp), também lamentou a morte de Troncoso Peres. Diz que ele não foi apenas um grande criminalista. “Foi um ícone da advocacia levada a sério por um homem que acreditava na capacidade do seu semelhante em ser indulgente, temperante, e, principalmente, via mortificado as misérias humanas”. Acrescentou, ainda, que ele foi referencial para todos os criminalistas e nunca esmoreceu nas causas em que atuou.
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