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OAB-SP critica "rispidez" de Barbosa e dá apoio a Mendes

Folha Online

O presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Luiz Flávio Borges D'Urso, criticou nesta sexta-feira a "rispidez" do ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), durante o bate-boca de ontem com o presidente da Suprema Corte, ministro Gilmar Mendes.

"O episódio foi lamentável, pois interfere na imagem daquela alta Corte, principalmente pelo desrespeito patrocinado por um dos ministros ao presidente do Supremo. Tanto é verdadeiro que o episódio levou os demais integrantes da Corte, após a sessão, a assinarem manifesto reafirmando respeito e confiança ao presidente Gilmar Mendes na sua atuação institucional como presidente do STF. Manifestação essa que a OAB-SP também subscreve", afirmou D'Urso durante sessão solene no TJ-SP (Tribunal de Justiça) de São Paulo.

O presidente da OAB-SP lamentou o episódio e lembrou que Barbosa é o único ministro da Corte que se nega a receber advogados.

"O ministro Joaquim Barbosa é único do Supremo que se nega a receber advogados. O episódio é lamentável, tanto quanto é lamentável a conduta do ministro Joaquim Barbosa em não receber advogados para tratar de assuntos de interesse processual", afirmou D'Urso.

Na sessão de ontem, ao proclamar resultado de um julgamento, Mendes fez críticas à visão apresentada por Barbosa sobre o caso. O ministro reagiu cobrando respeito do presidente da Corte. "Vossa Excelência me respeite. Vossa Excelência está destruindo a Justiça deste país e vem agora dar lição de moral em mim. Saia à rua, ministro Gilmar. Faça o que eu faço", afirmou Barbosa.

Após o episódio, os ministros do STF divulgaram uma nota oficial para reafirmar a confiança em Mendes. A nota é assinada por oito dos 11 ministros do Supremo, uma vez que Barbosa e o próprio Mendes não subscrevem o comunicado. A ministra Ellen Gracie também não assinou o texto porque está fora de Brasília, em viagem ao exterior.

Hoje, Mendes negou que exista uma crise institucional na Suprema Corte. Ele disse que o assunto está "superado" e que o importante é reconhecer que o trabalho do STF tem sido exemplar.

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