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Secretário de Santa Catarina acusa presidente da CBF

Bruno Lousada - O Estado de S. Paulo

NASSAU - "Um jogo de cartas marcadas". Foi assim que o secretário de Esporte, Turismo e Cultura de Santa Catarina, Gilmar Knaesel, definiu a escolha das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014. Após o anúncio de que Florianópolis não receberá jogos do Mundial, ele atacou o critério usado pela Fifa para garimpar as cidades e tem a certeza de que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teve influência no processo de seleção.

"Nos expôs ao ridículo de acreditar que a eleição aconteceu por critérios técnicos’’, declarou Knaesel, um dos poucos representantes estaduais a participar do evento, ontem, num luxuoso hotel em Nassau.

Ele revelou uma conversa que teve, meses atrás, com o presidente de honra da Fifa, João Havelange, e o mandatário da Confederação Sul Americana de Futebol (Conmebol), Nicolás Leoz. "Eles nos disseram: "A Fifa está à frente, mas vamos de acordo com o Ricardo [Teixeira]'", contou.

Até quem venceu não teve dúvida: "O Ricardo teve influência no arremate final. É a minha opinião", declarou o vice-governador do Estado do Paraná, Orlando Pessuti.

O presidente da CBF sempre negou qualquer influência na escolha das cidades sedes. Perguntado novamente sobre o assunto, respondeu: "Tive [influência] como membro do poder executivo da Fifa. Votei a favor das 12 sedes [em vez de 10, como queria a entidade máxima anteriormente]."

O prêmio de consolação oferecido por Teixeira e pelo mandatário da Fifa, Joseph Blatter, para as cidades que não vão abrigar partidas da Copa não aliviou o mal-estar e tampouco amenizou a insatisfação de quem ficou fora da lista. A revolta dos excluídos não foi abafada com promessas de amistosos da seleção, eventuais treinamentos e até hospedagem de times estrangeiros que vão jogar em Estados vizinhos.

"Lógico que não estamos satisfeitos. Quem briga para ser presidente não se contenta com cargo secundário", declarou Luiz Volpato, arquiteto responsável pelo projeto Arena da Floresta, de Rio Branco. "Não existe prêmio de consolação", emendou o catarinense Knaesel.

Belém, Campo Grande e Goiânia, que também estão fora da Copa, não enviaram representantes às Bahamas.

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