Alexandre Rodrigues - O Estado de S.Paulo
RIO DE JANEIRO - A possibilidade de a senadora Marina Silva trocar o PT pelo PV para concorrer à Presidência da República foi interpretada como um revés para a candidatura governista da ministra Dilma Rousseff, mas trouxe também um motivo de preocupação para a oposição na difícil missão de montar um palanque forte para o candidato a Presidência do PSDB no Rio, terceiro colégio eleitoral do País.
Os tucanos tentam convencer o deputado federal Fernando Gabeira (PV) a concorrer ao governo estadual, mas se o partido dele tiver Marina como candidata à presidência, o PSDB teria que dividi-lo pelo menos no primeiro turno. Gabeira acha que a aliança regional continuaria viável com Marina, mas o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) já se posiciona como alternativa.
Para Gabeira, que terá um encontro com Marina hoje, o que pode ser visto como desvantagem para sua candidatura a governador pelo bloco oposicionista PV-PSDB-PPS-DEM é na verdade uma vantagem. "A possível candidatura de Marina pode ter um impacto positivo na minha decisão, já que eu poderia ser candidato ao governo com dois palanques nacionais: Marina e (José) Serra. No primeiro turno, eu apresentaria a Marina, mas não deixaria de afirmar que o Serra é uma boa opção, deixando o caminho aberto para desembarcar na candidatura dele no segundo turno. E os dois candidatos me apoiariam, aumentando as chances da minha candidatura", disse ontem ao Estado o deputado verde, que ainda não decidiu se vai tentar o Palácio Guanabara ou disputar uma vaga no Senado.
O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), que foi candidato a vice na chapa de Gabeira para prefeito no ano passado, também admite que, com o fim da verticalização, é possível a reunião dos partidos de oposição em torno do deputado verde no Rio, dando-lhe tempo de televisão e estrutura partidária, para ajudar Serra, mesmo que ele também peça votos para Marina.
No grupo do governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição e principal cabo eleitoral de Dilma no Rio, a expectativa é de que uma candidatura de Marina pelo PV tire as últimas dúvidas de Gabeira para se decidir pelo Senado, uma eleição que as pesquisas mostram bem mais fácil do que a tarefa de bater Cabral. É também o caminho preferido dos dirigentes do PV do Rio. Mas Gabeira refuta: "Essa é a interpretação que interessa ao Planalto."
O deputado se mostra sensível aos argumentos de tucanos e líderes do PPS e PSDB, mas diz querer esperar o final de setembro quando o troca-troca partidário tiver terminado. Com o panorama político decantado, decidirá se concorre ao governo ou ao Senado. Com esse prazo no horizonte, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), já se credenciou como opção para liderar o palanque fluminense do candidato tucano à Presidência, do PSDB, que ele, Gabeira e a maioria dos tucanato do Rio prefere que seja José Serra.
Nas reuniões do bloco na casa do ex-governador tucano Marcello Alencar, Maia faz questão de deixar clara a primazia da decisão de Gabeira, mas já se posicionou como candidato ao Senado. Por essa lógica, seria o candidato a governador se Gabeira preferir o Senado. "A palavra agora está com o Gabeira, mas Maia já moveu a pedra dele muito inteligentemente", diz um tucano próximo a Serra. Para o governador paulista, mesmo com o desgaste de sua controversa última administração, Maia é a melhor alternativa para dar estrutura e discurso à oposição no Rio, onde o PSDB não tem nome competitivo.
O ex-prefeito também tem feito análises de que o eleitorado do Rio e de Minas Gerais serão decisivos em 2010. No entanto, políticos próximos a ele dizem que, de posse de pesquisas desfavoráveis, Maia resistiria em disputar com Cabral. Por outro lado, sua candidatura ajudaria a bancada fluminense do DEM, em dificuldades depois da perda da prefeitura da capital, que só teria certa a reeleição do presidente do partido, Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito.
"Sacrifício não existe no vocabulário dele", desacredita um tucano. Já o presidente regional do DEM, deputado federal Rogério Lisboa, confirma o acordo e diz que Maia está disponível para liderar a chapa estadual no lugar de Gabeira. "A candidatura nacional é a nossa prioridade e Maia é um soldado do partido. E não seria sacrifício. Ele venceu duas eleições em que começou atrás. É um candidato qualificado e tem sintonia com Serra", avalia Lisboa.
O nome de Maia, no entanto, poderia rachar a aliança por causa dos desafetos que coleciona no PSDB, PV e PPS. No entanto, PSDB e PPS já sinalizaram que passarão por cima de qualquer entrave regional em nome de Serra.
"A nossa prioridade é a candidatura nacional, que tem uma grande possibilidade de vencer. Se o melhor para Serra for Maia, o PPS vai junto", disse o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Recuperando-se de uma cirurgia na coluna, Maia está temporariamente fora das rodas políticas. Por e-mail, avisa: espera Gabeira. Só partirá em busca de uma alternativa em outubro, depois da decisão do verde.
RIO DE JANEIRO - A possibilidade de a senadora Marina Silva trocar o PT pelo PV para concorrer à Presidência da República foi interpretada como um revés para a candidatura governista da ministra Dilma Rousseff, mas trouxe também um motivo de preocupação para a oposição na difícil missão de montar um palanque forte para o candidato a Presidência do PSDB no Rio, terceiro colégio eleitoral do País.
Os tucanos tentam convencer o deputado federal Fernando Gabeira (PV) a concorrer ao governo estadual, mas se o partido dele tiver Marina como candidata à presidência, o PSDB teria que dividi-lo pelo menos no primeiro turno. Gabeira acha que a aliança regional continuaria viável com Marina, mas o ex-prefeito Cesar Maia (DEM) já se posiciona como alternativa.
Para Gabeira, que terá um encontro com Marina hoje, o que pode ser visto como desvantagem para sua candidatura a governador pelo bloco oposicionista PV-PSDB-PPS-DEM é na verdade uma vantagem. "A possível candidatura de Marina pode ter um impacto positivo na minha decisão, já que eu poderia ser candidato ao governo com dois palanques nacionais: Marina e (José) Serra. No primeiro turno, eu apresentaria a Marina, mas não deixaria de afirmar que o Serra é uma boa opção, deixando o caminho aberto para desembarcar na candidatura dele no segundo turno. E os dois candidatos me apoiariam, aumentando as chances da minha candidatura", disse ontem ao Estado o deputado verde, que ainda não decidiu se vai tentar o Palácio Guanabara ou disputar uma vaga no Senado.
O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), que foi candidato a vice na chapa de Gabeira para prefeito no ano passado, também admite que, com o fim da verticalização, é possível a reunião dos partidos de oposição em torno do deputado verde no Rio, dando-lhe tempo de televisão e estrutura partidária, para ajudar Serra, mesmo que ele também peça votos para Marina.
No grupo do governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição e principal cabo eleitoral de Dilma no Rio, a expectativa é de que uma candidatura de Marina pelo PV tire as últimas dúvidas de Gabeira para se decidir pelo Senado, uma eleição que as pesquisas mostram bem mais fácil do que a tarefa de bater Cabral. É também o caminho preferido dos dirigentes do PV do Rio. Mas Gabeira refuta: "Essa é a interpretação que interessa ao Planalto."
O deputado se mostra sensível aos argumentos de tucanos e líderes do PPS e PSDB, mas diz querer esperar o final de setembro quando o troca-troca partidário tiver terminado. Com o panorama político decantado, decidirá se concorre ao governo ou ao Senado. Com esse prazo no horizonte, o ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), já se credenciou como opção para liderar o palanque fluminense do candidato tucano à Presidência, do PSDB, que ele, Gabeira e a maioria dos tucanato do Rio prefere que seja José Serra.
Nas reuniões do bloco na casa do ex-governador tucano Marcello Alencar, Maia faz questão de deixar clara a primazia da decisão de Gabeira, mas já se posicionou como candidato ao Senado. Por essa lógica, seria o candidato a governador se Gabeira preferir o Senado. "A palavra agora está com o Gabeira, mas Maia já moveu a pedra dele muito inteligentemente", diz um tucano próximo a Serra. Para o governador paulista, mesmo com o desgaste de sua controversa última administração, Maia é a melhor alternativa para dar estrutura e discurso à oposição no Rio, onde o PSDB não tem nome competitivo.
O ex-prefeito também tem feito análises de que o eleitorado do Rio e de Minas Gerais serão decisivos em 2010. No entanto, políticos próximos a ele dizem que, de posse de pesquisas desfavoráveis, Maia resistiria em disputar com Cabral. Por outro lado, sua candidatura ajudaria a bancada fluminense do DEM, em dificuldades depois da perda da prefeitura da capital, que só teria certa a reeleição do presidente do partido, Rodrigo Maia, filho do ex-prefeito.
"Sacrifício não existe no vocabulário dele", desacredita um tucano. Já o presidente regional do DEM, deputado federal Rogério Lisboa, confirma o acordo e diz que Maia está disponível para liderar a chapa estadual no lugar de Gabeira. "A candidatura nacional é a nossa prioridade e Maia é um soldado do partido. E não seria sacrifício. Ele venceu duas eleições em que começou atrás. É um candidato qualificado e tem sintonia com Serra", avalia Lisboa.
O nome de Maia, no entanto, poderia rachar a aliança por causa dos desafetos que coleciona no PSDB, PV e PPS. No entanto, PSDB e PPS já sinalizaram que passarão por cima de qualquer entrave regional em nome de Serra.
"A nossa prioridade é a candidatura nacional, que tem uma grande possibilidade de vencer. Se o melhor para Serra for Maia, o PPS vai junto", disse o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Recuperando-se de uma cirurgia na coluna, Maia está temporariamente fora das rodas políticas. Por e-mail, avisa: espera Gabeira. Só partirá em busca de uma alternativa em outubro, depois da decisão do verde.
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