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O campeonato acabou: melhor pensar em 2010

Diogo Olivier, colunista do Zero Hora do Rio Grande do Sul

Bem, está tudo decidido. O Flamengo será o campeão. Nada fará o Flamengo deixar de faturar o título em casa, diante de algo em torno de 100 mil pessoas no Maracanã. O país quer o Flamengo campeão. Ou melhor: o Brasil não quer o São Paulo campeão pela quarta vez seguida.

A discussão sobre o Grêmio colocar reservas ou mesmo entregar o jogo para prejudicar o Inter, que pode ficar com o título caso o Flamengo não ganhe do time de Marcelo Rospide, é até secundária. Ao menos neste sentido.

O Brasileirão tem mostrado que o Grêmio quase sempre perde e raramente empata fora de casa, com ou sem segundas intenções. Mesmo que não houvesse a rivalidade Gre-Nal envolvida, as chances de derrota seriam enormes.

Sendo assim, o melhor a fazer é pensar em 2010. E, neste sentido, os dois estão em condições parecidas.

Verdade que o Inter está praticamente garantido na Libertadores. O que, claro, é mil vezes melhor do que a Copa do Brasil do Grêmio. Mas há uma perspectiva idêntica para os dois.

Inter e Grêmio discutem quem será o técnico. Nada parece ser mais importante do que isso nas imediações da Azenha e da Padre Cacique. Não é. Ou não deveria ser. O mais importante é se reforçar.

De nada adianta trazer um supertécnico, cheio de títulos no currículo, se não houver jogadores. Tanto Inter quanto Grêmio precisam se qualificar. E muito. O Grêmio numa medida menor, ao menos no primeiro semestre, para uma Copa do Brasil sem os times que disputam a Libertadores.

No caso do Inter, o panorama é mais dramático. O Corinthians está montando um esquadrão para ser campeão da América. Ronaldo, De Federico, agora Tcheco e Roberto Carlos. Isso sem falar no São Paulo, que é sempre traiçoeiro.

O Grêmio precisa de lateral-direito, um bom volante, outro meia de qualidade para fazer dupla com Souza, um ótimo atacante. E se vender Réver ou Victor? Complicado. Isso para o time titular, sem falar nas alternativas de grupo.

O Inter não tem lateral-direito, titular ou reserva. Se vender Sandro precisará de reposição à altura. Alecsandro não é o matador que se exige para uma Libertadores. E o outro atacante para formar dupla com o matador, quem será? Também não seria absurdo repensar Lauro como goleiro, diante de suas últimas temerárias inconstâncias.

Melhor Grêmio e Inter começarem a pensar nisso já. Por que o campeão está resolvido: será o Flamengo.


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