Redação Portal IMPRENSA
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso manifestou-se crítico às recentes intervenções judiciais contra veículos de comunicação do país. Na avaliação do sociólogo, que atuou contra o regime militar imposto em 1964, a censura prévia contra o jornal O Estado de S. Paulo, remete aos períodos autoritários da história brasileira.
"Imaginei que o Brasil não voltasse a ver momentos de censura prévia. Depois que o STF acabou com a Lei de Imprensa, dava a impressão de que iríamos para outro caminho", disse FHC, em entrevista ao Estadão.
Segundo o ex-presidente, o cerceamento à liberdade de expressão não ocorre apenas no Brasil, mas sim em toda América Latina. Segundo ele, o problema deriva de fatores como "tendência ao monopólio, de achar que o Estado que deve fazer tudo". Fernando Henrique Cardoso ainda alerta que, ao se priorizar as relações de mercado, com base no "cresceu ou não cresceu", a sociedade se torna menos preocupada com outros valores.
"Não há democracia se não houver contrapesos. E a liberdade de imprensa é fundamental para isso. Fui presidente, ministro, a crítica sempre incomoda. Mas a função de quem está na mídia é criticar, e de quem está no governo é entender a função da mídia".
Na ocasião, o ex-presidente ainda afirmou que existe "falsa dicotomia" entre valores, como a liberdade de expressão e os direitos individuais. "Uma coisa é direito à privacidade, que todo mundo tem que ter. Outra é limitar o direito de expressão antes de saber se afetou qualquer direito de privacidade. Se você está metido numa falcatrua de ordem pública, aí não é privacidade", disse FHC.
Na última sexta-feira (18), o empresário Fernando Sarney - filho do senador José Sarney (PMDB-AP) -apresentou pedido de desistência de ação contra o Estadão. Porém, segundo Mariana Uemura Sampaio, diretora jurídica do Grupo Estado, a decisão tem "apenas caráter midiático". O jornal, proibido de veicular informações sobre a "Operação Boi Barrica", que investiga o filho do presidente do Senado, será intimido a partir de janeiro de 2010 para decidir se acata a extinção da ação ou se aguarda parecer da Justiça sobre o caso.
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso manifestou-se crítico às recentes intervenções judiciais contra veículos de comunicação do país. Na avaliação do sociólogo, que atuou contra o regime militar imposto em 1964, a censura prévia contra o jornal O Estado de S. Paulo, remete aos períodos autoritários da história brasileira.
"Imaginei que o Brasil não voltasse a ver momentos de censura prévia. Depois que o STF acabou com a Lei de Imprensa, dava a impressão de que iríamos para outro caminho", disse FHC, em entrevista ao Estadão.
Segundo o ex-presidente, o cerceamento à liberdade de expressão não ocorre apenas no Brasil, mas sim em toda América Latina. Segundo ele, o problema deriva de fatores como "tendência ao monopólio, de achar que o Estado que deve fazer tudo". Fernando Henrique Cardoso ainda alerta que, ao se priorizar as relações de mercado, com base no "cresceu ou não cresceu", a sociedade se torna menos preocupada com outros valores.
"Não há democracia se não houver contrapesos. E a liberdade de imprensa é fundamental para isso. Fui presidente, ministro, a crítica sempre incomoda. Mas a função de quem está na mídia é criticar, e de quem está no governo é entender a função da mídia".
Na ocasião, o ex-presidente ainda afirmou que existe "falsa dicotomia" entre valores, como a liberdade de expressão e os direitos individuais. "Uma coisa é direito à privacidade, que todo mundo tem que ter. Outra é limitar o direito de expressão antes de saber se afetou qualquer direito de privacidade. Se você está metido numa falcatrua de ordem pública, aí não é privacidade", disse FHC.
Na última sexta-feira (18), o empresário Fernando Sarney - filho do senador José Sarney (PMDB-AP) -apresentou pedido de desistência de ação contra o Estadão. Porém, segundo Mariana Uemura Sampaio, diretora jurídica do Grupo Estado, a decisão tem "apenas caráter midiático". O jornal, proibido de veicular informações sobre a "Operação Boi Barrica", que investiga o filho do presidente do Senado, será intimido a partir de janeiro de 2010 para decidir se acata a extinção da ação ou se aguarda parecer da Justiça sobre o caso.
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