O Globo
Em jantar oferecido pelo senador Valter Pereira (PMDB-MS) na quarta-feira à noite, a bancada do PMDB deixou claro que não pretende abrir mão do comando do Senado no próximo ano. Apenas três dos 20 senadores do partido não participaram da reunião: Romero Juca (RR), Almeida Lima (SE) e Jarbas Vasconcelos.
Entre os presentes, todos foram unânimes na defesa do direito de o PMDB lançar um candidato próprio, por ser o dono da maior bancada do Senado. Em se tratando de PMDB, porém, nunca dá para bancar com certeza até que ponto os senadores vão manter essa posição.
O fato é que a bancada peemedebista se ressente da perda de espaço na interlocução com o governo Lula desde que o presidente do partido, Michel Temer (SP), ajudou a eleger o petista Arlindo Chinaglia (SP) presidente da Câmara. Temer agora espera a reciprocidade dos petistas para vencer a disputa pela sucessão de Chinaglia. Mas ciente de que os senadores peemedebistas poderiam não acatar a segunda parte do acordo, pelo qual o partido abriria mão do comando do Senado em favor do PT, Temer garantiu, na surdina, a prorrogação de seu mandato na presidência do partido até 2010. Na avaliação da bancada peemedebista do Senado, o partido tem legitimidade para reivindicar o comando das duas Casas do Legislativo.
O nome mais forte hoje dentro do partido para a sucessão no Senado é o do ex-presidente José Sarney, que foi um dos que menos falou na reunião. Já sua filha, a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) ajudou a engrossar o coro daqueles que não aceitam que o partido abra mão da vaga em favor da candidatura do petista Tião Viana (AC), lançada esta semana pela bancada do PT. Ainda enebriados pelo sucesso do PMDB nas eleições municipais deste ano, tudo indica que os senadores peemedebistas se contentarão apenas em manter o comando do Senado.
O gaúcho Pedro Simon, por exemplo, defendeu durante o jantar que o partido lance um candidato próprio à sucessão do presidente Lula. Seu nome preferido para essa disputa é o do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. A bancada do Senado faz planos ainda de reassumir o comando do partido com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), atual líder do governo.
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