Pular para o conteúdo principal

Jobim pede 'olhar para frente' em disputa sobre anistia


Agencia Estado

BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, aproveitou hoje o discurso de lançamento da Frente Parlamentar da Defesa, no Clube Naval, para mandar um recado nas entrelinhas aos ministros da Justiça, Tarso Genro, e da Secretaria dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. Os dois insistem em discutir a abrangência da Lei de Anistia, ao darem declarações de que ela não contempla pessoas que praticaram crimes de tortura durante o regime militar, por considerarem estes crimes imprescritíveis.


Para Jobim, o momento é de "olhar para a frente", esquecendo o passado, e prova disso é a criação desta frente multipartidária, pela Defesa Nacional, reunindo pessoas de todas as tendências políticas.


Para mostrar a necessidade de se "olhar para a frente", em defesa de causas maiores, o ministro Jobim, sem citar o nome de Vanucchi e de Tarso, afirmou que estavam sentados na mesa, lançando uma frente parlamentar pela Defesa, por exemplo, o deputado José Genoino (PT-SP), que foi vítima do regime militar. Ao elogiar os militares e a disposição deles de servir ao País, Jobim lembrou o deputado Ulysses Guimarães, que dizia que "em política não se fura fila e, quem fura fila, sabe o que acontece lá adiante".


"Esta é uma frente multipartidária, onde se encontram parlamentares de esquerda e de direita, numa linguagem hoje não significativa no Brasil. Uma frente onde se encontra alguém que foi preso pelas Forças Armadas no período militar. Frente parlamentar em que se encontram os que falavam e afirmavam a necessidade daqueles atos. Não estamos falando com o passado. Estamos na busca do grande ajuste de contas do Brasil com o seu futuro".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Astronomia: Milhares de cometas escuros podem colidir com a Terra

Da Lusa - Agência de Notícias de Portugal Londres, (Lusa) - Milhares de cometas que circulam no sistema solar podem ser um perigo para a Terra, por serem indetectáveis, o que dificulta a antecipação de um eventual impacto, alertaram quarta-feira vários astrónomos britânicos. São cerca de três mil os cometas que circulam no sistema solar e apenas 25 podem ser avistados a partir da Terra, lê-se no artigo da revista "New Scientist", assinado por Bill Napier, da Universidade de Cardiff, e por David Asher, astrónomo do Observatório da Irlanda do Norte. "Devemos alertar para o perigo invisível mas significativo que são os cometas escuros", dizem os astronómos, explicando que um cometa fica escuro quando perde a cola brilhante. Desprovido desta substância, "o trajecto de um cometa que esteja em rota de colisão com o planeta Terra pode passar despercebido ao telescópio", afirmam Napier e Asher. Nos últimos séculos, o cometa de que há registo de ter passado mais pr

Os Farrapos dos olhos azuis

Cláudio Ribeiro - Demitri Túlio, do Jornal O Povo, de Fortaleza A íris clara, azulzíssima em muitos deles, é a digital do povo Farrapo. Também é da identidade a pele branca avermelhada, carimbada pelo sol forte que não cessa em Sobral. Isso mais entre os que vivem na zona rural. Gostam de exaltar o sobrenome. É forte. Farrapo não é apelido. Não são uma etnia, mas são tratados assim. São “da raça dos Farrapos”, como nos disse quem os indicou a procurá-los. Os Farrapos têm história a ser contada. Praticaram a endogamia por muito tempo. Casamentos em família, entre primos, mais gente do olho azul de céu que foi nascendo e esticando a linhagem. Sempre gostaram de negociar, trocar coisa velha. São um pouco reclusos. Vivem sob reminiscências de judaísmo. Há estudo disso, mas muito ainda a ser (re)descoberto. Os Farrapos são citados, por exemplo, no livro do padre João Mendes Lira, Presença dos Judeus em Sobral e Circunvizinhanças e a Dinamização da Economia Sobralense em Função do Capital Ju

Erros judiciários: Caso Mignonette - Estado de necessidade

A 5 de Julho de 1884 naufragou o iate inglês La Mignonette. Depois de vários dias no mar, o imediato, que era o mais jovem de todos, foi morto pelos companheiros, que mais tarde alegaram estado de necessidade perante o júri. Sustentaram que não teriam sobrevivido caso não se utilizassem do cadáver para matar a fome. O júri deu um "veredicto especial", reconhecendo apenas a matéria de fato, mas deixando a questão jurídica para que a corte superior decidisse. Lord Coleridge, um dos juízes superiores, disse, entre outras considerações, o seguinte: Conservar a própria vida é, falando em geral, um dever: mas sacrificá-la pode ser o mais claro e alto dever. A necessidade moral impõe deveres dirigidos não à conservação mas ao sacrifício da sua vida pelos outros. Não é justo dizer que há uma incondicionada e ilimitada necessidade de conservar a própria vida. Necesse est ut eam, non ut viram (é necessário que eu caminhe, não que eu viva) disse Lord Bacon. Quem deve julgar o estado de