Cida Fontes - de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Preocupado com a sucessão no comando do Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está impaciente e quer que o ex-presidente e senador José Sarney defina o mais rapidamente possível se é ou não um dos candidatos. A definição depende da conversa reservada entre os dois que vem sendo adiada desde segunda-feira. "Essa decisão precisa ser resolvida logo, pois, dependendo do resultado, o presidente terá de entrar em campo para fazer a arrumação e acomodar os aliados no Congresso", disse um ministro à Agência Estado.
A nova estratégia de Sarney vem sendo costurada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que esta semana se instalou em seu gabinete para ajudar o ex-presidente e intensificar as pressões sobre ele. De seu gabinete, Renan dispara telefonemas para colegas da oposição e da base aliada, na tarefa de fazer de Sarney o candidato de consenso. Ontem, por exemplo, Renan procurou pessoalmente o presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), candidato à reeleição. Em resposta aos movimentos de Renan e Sarney, Garibaldi se juntou ao candidato Tião Viana (PT-AC), e os dois, numa manifestação conjunta inédita, reafirmaram publicamente suas candidaturas ao comando da Casa.
Tanto Garibaldi quanto Tião sabem que não terão chance se realmente Sarney entrar na disputa com o aval de Lula. Se Lula insistir na candidatura do petista, o PMDB vai interpretar esse gesto como um veto a Sarney e, portanto, ao PMDB. Ou seja, o troco seria o partido - detentor da maior bancada no Senado - causar prejuízos ao governo negando apoio aos projetos de interesse do Executivo na Casa.
Na segunda-feira, quando retornou das férias de 13 dias, o presidente Lula pediu ao seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, que telefonasse a Sarney para marcar o encontro. No entanto, em todos os contatos, o senador pediu mais tempo. "Esperamos que essa reunião aconteça finalmente hoje, mesmo porque o presidente viaja amanhã", afirmou um interlocutor de Lula.
Para o governo, a situação ideal é o PMDB e o PT firmarem um acordo para dividir as presidências da Câmara e o do Senado entre os dois partidos. Isso seria importante para o equilíbrio da correlação de forças nos próximos dois anos, que serão dedicados às costuras políticas relacionadas às eleições de 2010.
O que preocupa o Planalto é a possibilidade de repercutir na Câmara a pressão que o senador Renan Calheiros vem exercendo sobre o Sarney.
As articulações do futuro líder do PMDB no Senado já estão incomodando o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), candidato do partido e de Lula à presidência da Câmara. Temer desabafou a Lula que não está entendendo os motivos do boicote de Renan. O deputado do PMDB reconhece que a atitude de Renan poderá prejudicá-lo. Um líder da base aliada informou que, quando acertou sua candidatura com Lula, o presidente do PMDB garantiu que a bancada no Senado fecharia com Tião Viana. Mas, ao contrário, os senadores decidiram por unanimidade não abrir mão do cargo em favor do petista.
BRASÍLIA - Preocupado com a sucessão no comando do Senado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está impaciente e quer que o ex-presidente e senador José Sarney defina o mais rapidamente possível se é ou não um dos candidatos. A definição depende da conversa reservada entre os dois que vem sendo adiada desde segunda-feira. "Essa decisão precisa ser resolvida logo, pois, dependendo do resultado, o presidente terá de entrar em campo para fazer a arrumação e acomodar os aliados no Congresso", disse um ministro à Agência Estado.
A nova estratégia de Sarney vem sendo costurada pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que esta semana se instalou em seu gabinete para ajudar o ex-presidente e intensificar as pressões sobre ele. De seu gabinete, Renan dispara telefonemas para colegas da oposição e da base aliada, na tarefa de fazer de Sarney o candidato de consenso. Ontem, por exemplo, Renan procurou pessoalmente o presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), candidato à reeleição. Em resposta aos movimentos de Renan e Sarney, Garibaldi se juntou ao candidato Tião Viana (PT-AC), e os dois, numa manifestação conjunta inédita, reafirmaram publicamente suas candidaturas ao comando da Casa.
Tanto Garibaldi quanto Tião sabem que não terão chance se realmente Sarney entrar na disputa com o aval de Lula. Se Lula insistir na candidatura do petista, o PMDB vai interpretar esse gesto como um veto a Sarney e, portanto, ao PMDB. Ou seja, o troco seria o partido - detentor da maior bancada no Senado - causar prejuízos ao governo negando apoio aos projetos de interesse do Executivo na Casa.
Na segunda-feira, quando retornou das férias de 13 dias, o presidente Lula pediu ao seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, que telefonasse a Sarney para marcar o encontro. No entanto, em todos os contatos, o senador pediu mais tempo. "Esperamos que essa reunião aconteça finalmente hoje, mesmo porque o presidente viaja amanhã", afirmou um interlocutor de Lula.
Para o governo, a situação ideal é o PMDB e o PT firmarem um acordo para dividir as presidências da Câmara e o do Senado entre os dois partidos. Isso seria importante para o equilíbrio da correlação de forças nos próximos dois anos, que serão dedicados às costuras políticas relacionadas às eleições de 2010.
O que preocupa o Planalto é a possibilidade de repercutir na Câmara a pressão que o senador Renan Calheiros vem exercendo sobre o Sarney.
As articulações do futuro líder do PMDB no Senado já estão incomodando o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), candidato do partido e de Lula à presidência da Câmara. Temer desabafou a Lula que não está entendendo os motivos do boicote de Renan. O deputado do PMDB reconhece que a atitude de Renan poderá prejudicá-lo. Um líder da base aliada informou que, quando acertou sua candidatura com Lula, o presidente do PMDB garantiu que a bancada no Senado fecharia com Tião Viana. Mas, ao contrário, os senadores decidiram por unanimidade não abrir mão do cargo em favor do petista.
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