Estadão
O senador José Sarney (PMDB-AP) já pode se considerar virtualmente eleito presidente do Senado pela terceira vez. É o que diz a maioria das lideranças políticas envolvidas na disputa quando a conversa é reservada, com compromisso de não identificação da fonte em caso de publicação. "Este é um assunto liquidado", disse uma dessas fontes ao serviço de Análise Política da Agência Estado.
O registro da candidatura do senador Tião Viana (PT-AC), nesse contexto, teria sido apenas um gesto para marcar posição e atrapalhar a campanha do deputado Michel Temer (SP), que como Sarney é do PMDB e tem o compromisso por escrito da cúpula do PT a seu favor. Viana se apoia nos 27 senadores da esquerda governista.
A certeza a respeito da vitória de Sarney não tem origem em especulações e análises do quadro político e sim em fatos concretos. Segundo essas fontes, ele só decidiu se candidatar depois de ter garantido o apoio das bancadas do DEM e do PSDB, que juntas somam 26 votos. A bancada de 20 senadores do PMDB lhe dará os demais votos necessários. Ele ainda conta com votos na bancada de sete senadores do PTB e na de cinco do PDT.
A candidatura de Sarney é o resultado da reconstrução da aliança entre o PMDB, o PSDB e o DEM, que nos anos 90 elegeu duas vezes o tucano Fernando Henrique Cardoso presidente da República. Embora o ex-presidente tenha diferenças em relação ao principal candidato presidencial do PSDB e do DEM, José Serra, as lideranças desses partidos apostam que a composição eleitoral do PMDB em 2010 será com a oposição e não com o PT. Além disso, existe uma cuidadosa costura de reaproximação entre Sarney e o governador de São Paulo, a fim de superar essas divergências.
O PMDB participa do governo Lula com seis ministérios e em muitas posições no segundo escalão e nas empresas estatais. Mas a aliança do partido é com a estabilidade política do presidente Lula e não com o PT, que se manteve nesse período de desfrute do poder como um partido avesso a concessões eleitorais. As coligações estaduais com o PT são sempre muito difíceis. Os petistas lançam candidatos em toda e qualquer circunstância e, normalmente, se opõe aos governos do PMDB ou alimentam o distanciamento histórico entre as duas legendas.
As lideranças do PSDB e do DEM avaliam, por conseguinte, que se tornou natural a negociação com o PMDB de coalizões eleitorais para os governos estaduais e os dois terços de cadeiras do Senado que estarão em disputa em 2010. Ademais, da atual bancada de 20 senadores do PMDB, 17 terão de disputar a reeleição. Para fortalecer a posição da bancada foi que Sarney saiu candidato. A oposição julga que está na hora de jogar sério e assegurar desde já uma parceria que poderá ser decisiva para a sobrevivência do PMDB e a corrida pela sucessão de Lula no Planalto.
O senador José Sarney (PMDB-AP) já pode se considerar virtualmente eleito presidente do Senado pela terceira vez. É o que diz a maioria das lideranças políticas envolvidas na disputa quando a conversa é reservada, com compromisso de não identificação da fonte em caso de publicação. "Este é um assunto liquidado", disse uma dessas fontes ao serviço de Análise Política da Agência Estado.
O registro da candidatura do senador Tião Viana (PT-AC), nesse contexto, teria sido apenas um gesto para marcar posição e atrapalhar a campanha do deputado Michel Temer (SP), que como Sarney é do PMDB e tem o compromisso por escrito da cúpula do PT a seu favor. Viana se apoia nos 27 senadores da esquerda governista.
A certeza a respeito da vitória de Sarney não tem origem em especulações e análises do quadro político e sim em fatos concretos. Segundo essas fontes, ele só decidiu se candidatar depois de ter garantido o apoio das bancadas do DEM e do PSDB, que juntas somam 26 votos. A bancada de 20 senadores do PMDB lhe dará os demais votos necessários. Ele ainda conta com votos na bancada de sete senadores do PTB e na de cinco do PDT.
A candidatura de Sarney é o resultado da reconstrução da aliança entre o PMDB, o PSDB e o DEM, que nos anos 90 elegeu duas vezes o tucano Fernando Henrique Cardoso presidente da República. Embora o ex-presidente tenha diferenças em relação ao principal candidato presidencial do PSDB e do DEM, José Serra, as lideranças desses partidos apostam que a composição eleitoral do PMDB em 2010 será com a oposição e não com o PT. Além disso, existe uma cuidadosa costura de reaproximação entre Sarney e o governador de São Paulo, a fim de superar essas divergências.
O PMDB participa do governo Lula com seis ministérios e em muitas posições no segundo escalão e nas empresas estatais. Mas a aliança do partido é com a estabilidade política do presidente Lula e não com o PT, que se manteve nesse período de desfrute do poder como um partido avesso a concessões eleitorais. As coligações estaduais com o PT são sempre muito difíceis. Os petistas lançam candidatos em toda e qualquer circunstância e, normalmente, se opõe aos governos do PMDB ou alimentam o distanciamento histórico entre as duas legendas.
As lideranças do PSDB e do DEM avaliam, por conseguinte, que se tornou natural a negociação com o PMDB de coalizões eleitorais para os governos estaduais e os dois terços de cadeiras do Senado que estarão em disputa em 2010. Ademais, da atual bancada de 20 senadores do PMDB, 17 terão de disputar a reeleição. Para fortalecer a posição da bancada foi que Sarney saiu candidato. A oposição julga que está na hora de jogar sério e assegurar desde já uma parceria que poderá ser decisiva para a sobrevivência do PMDB e a corrida pela sucessão de Lula no Planalto.
Comentários