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Crise no Senado - Tião permanece na berlinda

Noblat

Novo lance para alimentar a crise que se instalou no Senado com a denúncia de irregularidades: vazou o volume de gastos com a própria saúde do senador Tião Viana (PT-AC), candidato derrotado por José Sarney (PMDB-AP) na recente eleição para presidente da Casa.

Quem teve acesso aos números diz que eles são muito altos. Como eu não tive não posso garantir que são.

Gastos com a saúde dos 81 senadores constituem uma das dezenas de caixas pretas mantidas mais ou menos invioláveis por todos que se interessam por elas.

Senador tem direito a médicos e a todo tipo de tratamento em qualquer parte do mundo, não importra a que preço. O Senado paga tudo.

Cada vez que se divulga algum fato que deixa mal um senador, a maioria dos outros corre atrás do atingido para implorar pelo amor de Deus que desista de qualquer reação capaz de fazer transbordar mais lama.

Tião havia anunciado ontem que faria um discurso para responder à acusação de que cedera à sua filha mais velha para uma viagem ao México um dos seus dois celulares pagos pelo Senado. Ele pretendia aproveitar a ocasião para contar um pouco do que sabe sobre as maracutais que ocorrem ali dentro.

Foi um Deus-nos-acusa. Uma dezena de senadores, pelo menos, implorou a Tião para que não dissesse nada. Como a sessão do Senado foi suspensa devido à morte do deputado Clodovil Hernandez, Tião não discursou. Poderá fazê-lo em breve.

Sarney deu um tiro no próprio pé ao anunciar que pedira aos diretores do Senado que pusessem os cargos à disposição. Ele não fazia idéia do número de diretores.

Deixou enfurecidos 181 funcionários graduados do Senado. Eles têm acesso a informações sigilosas. São alguns deles que ajudam a mídia a arranhar a superfície das caixas pretas.


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