Lúcio Lambranho e Edson Sardinha, do Congresso em Foco
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) usou a cota de passagens aéreas da Câmara para transportar um chefe de cozinha, a mulher dele e um ajudante, de Fortaleza a Brasília, ida e volta. O cozinheiro alemão Bernard Twardy, radicado há duas décadas no Ceará, viajou na companhia da mulher, Fernanda Zeballos, e de Jorge Emanoel da Silva em junho de 2007.
Bernard Twardy disse ao Congresso em Foco que esteve em Brasília, naquele mês, para prestar um serviço ao deputado por meio de sua empresa, a Gourmet Ideias e Soluções. O chefe de cozinha, autor de um livro de culinária que tem um depoimento do ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, não detalhou o tipo de serviço prestado.
"Eu prefiro não dar detalhes, e isso pode ser explicado pelo gabinete do deputado", declarou. O cozinheiro também não quis dizer se sabia que as passagens aéreas tinham saído da cota parlamentar. "Não tenho de dar detalhes sobre isso. Eu recebi a passagem, viajei e prestei meu serviço", declarou o chefe de cozinha. Bernard Twardy também informou que Jorge Emanoel da Silva é um amigo que o ajudou na prestação de serviço ao deputado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Ciro disse que suas ações estão de acordo com as normas em vigor na Câmara. “O deputado Ciro Gomes informa que todos os procedimentos de seu gabinete estão em conformidade com as normas vigentes da Câmara dos Deputados. Nenhuma ação praticada pelo gabinete feriu o regimento interno da Casa”, afirmou. Ciro preferiu não detalhar o motivo da viagem dos três passageiros que voaram na cota parlamentar.
De acordo com registros de companhias aéreas aos quais o Congresso em Foco teve acesso, eles embarcaram, no dia 25 de junho de 2007, no voo JJ3471, às 14h45, em Fortaleza com destino a Brasília. O retorno à capital cearense se deu dois dias depois, em 27 de junho, no voo JJ 3470, às 11h50. Cada um dos seis bilhetes custou R$ 679,00, além dos R$ 39,24 pagos por cada taxa de embarque. No total, a Câmara pagou R$ 4.309,44 pela viagem de Twardy, a mulher e o ajudante.
O livro de Twardy, Cozinha Tropical Cearense, tem um texto do escritor paulista Ignácio de Loyola Brandão, depoimentos de Ciro e de celebridades cearenses como o humorista Renato Aragão e o cantor e compositor Fagner. Apresenta “receitas de Lagosta ao Coco e Alho Poró, Pernil ao Mel de Caju e Brioche de carne-de-sol e cebola doce", relata o texto de divulgação da publicação gastronômica.
O casal Bernard Twardy e Fernanda Zeballos aparece com frequência nas colunas sociais dos jornais cearenses. O chefe presta consultoria ao Beach Park, um dos maiores complexos turísticos do estado. Um dia após o retorno a Fortaleza, o casal se encontrou novamente com Ciro nos festejos do casamento de Rafaela Pinho, filha de Arialdo Pinho. Arialdo Pinho é ex-sócio do Beach Park e foi secretário Casa Civil do governador Cid Gomes, irmão do deputado.
A presença do deputado, do chefe de cozinha e da mulher dele foi destacada na coluna Balada Vip, do jornal O Povo, da capital cearense. "Numa noite de altíssimo astral, Arialdo Pinho recebia os cumprimentos de Fernanda Zeballos, Bernard Twardy e de Ciro Gomes. O chef do Beach Park contava que está lançando o livro Cozinha Tropical Cearense, com 30 receitas feitas com produtos genuinamente cearenses. Uma delas será dedicada a Ciro Gomes. Agora é só fechar o patrocínio para ir pro forno!".
Mãe de Ciro
No dia 22 de abril, Ciro Gomes reagiu com palavrões após a publicação de uma lista com o nome dos parlamentares que, de acordo com os registros de companhias aéreas, usaram a cota parlamentar em viagens internacionais.
Em conversa com jornalistas, Ciro usou expressões como “filho da puta” e “caralho” ao ser perguntado sobre as passagens da mãe dele emitidas na cota da Câmara. Ele disse que a viagem dela havia sido paga com recursos próprios.
Minutos antes o deputado havia refutado levantamento publicado pelo Congresso em Foco e reproduzido por outros veículos de comunicação naquele mesmo dia. “Leviana e grosseira mentira”, bradou Ciro.
O parlamentar afirmou que havia ido aos Estados Unidos, na ocasião, em missão oficial, representando a Câmara. Na semana passada, sua assessoria enviou cópia da autorização da viagem, assinada pelo então presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) (confira a íntegra do ofício).
Em reportagem publicada no último dia 18, este site mostrou um cartão de embarque em nome de Maria José Gomes, pago pela Câmara. O gabinete Ciro atribuiu a emissão de passagens em nome da mãe do deputado, na cota parlamentar, a um possível equívoco da companhia aérea. Naquela noite, a TAM divulgou nota em que admitia ter cometido um erro ao utilizar créditos da Câmara para cobrir uma passagem, de ida e volta, da mãe de Ciro Gomes aos Estados Unidos.
A companhia aérea confirmou os voos feitos por Maria José Gomes em 18 de maio de 2008 (São Paulo-Nova York) e 25 de maio de 2008 (Nova York-São Paulo) e assumiu a responsabilidade por ter debitado uma conta de R$ 12,6 mil a passagem aos cofres públicos.
Segundo a empresa, mãe e filho viajaram para os Estados Unidos no mesmo avião. A loja da TAM em Fortaleza, de acordo com a companhia, trocou os documentos de crédito dos passageiros, “emitindo as passagens de Ciro Gomes com créditos particulares da família e os bilhetes de Maria José Gomes com documentos de crédito oriundos da cota parlamentar”.
O site pediu, então, à companhia aérea e ao deputado o envio do comprovante do pagamento da passagem dele com recursos próprios. A TAM negou o pedido, alegando “dever de confidencialidade”. A reportagem procurou novamente o gabinete de Ciro para publicar cópia do documento. Por meio de sua assessoria, o deputado se recusou a fornecer o comprovante de pagamento e afirmou que dava o caso por encerrado.
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) usou a cota de passagens aéreas da Câmara para transportar um chefe de cozinha, a mulher dele e um ajudante, de Fortaleza a Brasília, ida e volta. O cozinheiro alemão Bernard Twardy, radicado há duas décadas no Ceará, viajou na companhia da mulher, Fernanda Zeballos, e de Jorge Emanoel da Silva em junho de 2007.
Bernard Twardy disse ao Congresso em Foco que esteve em Brasília, naquele mês, para prestar um serviço ao deputado por meio de sua empresa, a Gourmet Ideias e Soluções. O chefe de cozinha, autor de um livro de culinária que tem um depoimento do ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, não detalhou o tipo de serviço prestado.
"Eu prefiro não dar detalhes, e isso pode ser explicado pelo gabinete do deputado", declarou. O cozinheiro também não quis dizer se sabia que as passagens aéreas tinham saído da cota parlamentar. "Não tenho de dar detalhes sobre isso. Eu recebi a passagem, viajei e prestei meu serviço", declarou o chefe de cozinha. Bernard Twardy também informou que Jorge Emanoel da Silva é um amigo que o ajudou na prestação de serviço ao deputado.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Ciro disse que suas ações estão de acordo com as normas em vigor na Câmara. “O deputado Ciro Gomes informa que todos os procedimentos de seu gabinete estão em conformidade com as normas vigentes da Câmara dos Deputados. Nenhuma ação praticada pelo gabinete feriu o regimento interno da Casa”, afirmou. Ciro preferiu não detalhar o motivo da viagem dos três passageiros que voaram na cota parlamentar.
De acordo com registros de companhias aéreas aos quais o Congresso em Foco teve acesso, eles embarcaram, no dia 25 de junho de 2007, no voo JJ3471, às 14h45, em Fortaleza com destino a Brasília. O retorno à capital cearense se deu dois dias depois, em 27 de junho, no voo JJ 3470, às 11h50. Cada um dos seis bilhetes custou R$ 679,00, além dos R$ 39,24 pagos por cada taxa de embarque. No total, a Câmara pagou R$ 4.309,44 pela viagem de Twardy, a mulher e o ajudante.
O livro de Twardy, Cozinha Tropical Cearense, tem um texto do escritor paulista Ignácio de Loyola Brandão, depoimentos de Ciro e de celebridades cearenses como o humorista Renato Aragão e o cantor e compositor Fagner. Apresenta “receitas de Lagosta ao Coco e Alho Poró, Pernil ao Mel de Caju e Brioche de carne-de-sol e cebola doce", relata o texto de divulgação da publicação gastronômica.
O casal Bernard Twardy e Fernanda Zeballos aparece com frequência nas colunas sociais dos jornais cearenses. O chefe presta consultoria ao Beach Park, um dos maiores complexos turísticos do estado. Um dia após o retorno a Fortaleza, o casal se encontrou novamente com Ciro nos festejos do casamento de Rafaela Pinho, filha de Arialdo Pinho. Arialdo Pinho é ex-sócio do Beach Park e foi secretário Casa Civil do governador Cid Gomes, irmão do deputado.
A presença do deputado, do chefe de cozinha e da mulher dele foi destacada na coluna Balada Vip, do jornal O Povo, da capital cearense. "Numa noite de altíssimo astral, Arialdo Pinho recebia os cumprimentos de Fernanda Zeballos, Bernard Twardy e de Ciro Gomes. O chef do Beach Park contava que está lançando o livro Cozinha Tropical Cearense, com 30 receitas feitas com produtos genuinamente cearenses. Uma delas será dedicada a Ciro Gomes. Agora é só fechar o patrocínio para ir pro forno!".
Mãe de Ciro
No dia 22 de abril, Ciro Gomes reagiu com palavrões após a publicação de uma lista com o nome dos parlamentares que, de acordo com os registros de companhias aéreas, usaram a cota parlamentar em viagens internacionais.
Em conversa com jornalistas, Ciro usou expressões como “filho da puta” e “caralho” ao ser perguntado sobre as passagens da mãe dele emitidas na cota da Câmara. Ele disse que a viagem dela havia sido paga com recursos próprios.
Minutos antes o deputado havia refutado levantamento publicado pelo Congresso em Foco e reproduzido por outros veículos de comunicação naquele mesmo dia. “Leviana e grosseira mentira”, bradou Ciro.
O parlamentar afirmou que havia ido aos Estados Unidos, na ocasião, em missão oficial, representando a Câmara. Na semana passada, sua assessoria enviou cópia da autorização da viagem, assinada pelo então presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) (confira a íntegra do ofício).
Em reportagem publicada no último dia 18, este site mostrou um cartão de embarque em nome de Maria José Gomes, pago pela Câmara. O gabinete Ciro atribuiu a emissão de passagens em nome da mãe do deputado, na cota parlamentar, a um possível equívoco da companhia aérea. Naquela noite, a TAM divulgou nota em que admitia ter cometido um erro ao utilizar créditos da Câmara para cobrir uma passagem, de ida e volta, da mãe de Ciro Gomes aos Estados Unidos.
A companhia aérea confirmou os voos feitos por Maria José Gomes em 18 de maio de 2008 (São Paulo-Nova York) e 25 de maio de 2008 (Nova York-São Paulo) e assumiu a responsabilidade por ter debitado uma conta de R$ 12,6 mil a passagem aos cofres públicos.
Segundo a empresa, mãe e filho viajaram para os Estados Unidos no mesmo avião. A loja da TAM em Fortaleza, de acordo com a companhia, trocou os documentos de crédito dos passageiros, “emitindo as passagens de Ciro Gomes com créditos particulares da família e os bilhetes de Maria José Gomes com documentos de crédito oriundos da cota parlamentar”.
O site pediu, então, à companhia aérea e ao deputado o envio do comprovante do pagamento da passagem dele com recursos próprios. A TAM negou o pedido, alegando “dever de confidencialidade”. A reportagem procurou novamente o gabinete de Ciro para publicar cópia do documento. Por meio de sua assessoria, o deputado se recusou a fornecer o comprovante de pagamento e afirmou que dava o caso por encerrado.
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