Estadão
SÃO PAULO - O PMDB saiu fortalecido das urnas com a conquista do maior número de prefeituras no País, mas nas regiões metropolitanas e nas capitais não garantiu hegemonia e irá dividir o seu poderio com o PT e o PSDB, avalia o cientista político Francisco Fonseca, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). "É um partido vencedor, porém é um partido vencedor muito divido, que sequer tem candidato à Presidência da República", afirmou.
A fragmentação do PMDB, partido que chamou de "camaleônico", é mais uma forma de sobrevivência, segundo ele, do que um projeto político: "Se tornou um partido extremamente pragmático. O PMDB não tem mais ideologia. Não tem cara: um PMDB mais conservador, um PMDB menos conservador ou um PMDB mais progressista. Faz aliança com todos. Estava com o Fernando Henrique, depois está com o PT, pode estar novamente com o PT ou novamente com o PSDB".
Segundo Hilton Fernandes, cientista político da Escola de Sociologia Política de São Paulo, a regionalização do PMDB é o jogo de poder do próprio partido que assim consegue trabalhar com lideranças diversas no País e se sustentar. "O mesmo acontece com os cargos de segundo escalão. É mais fácil trabalhar com forças regionais do que, por exemplo com o Ministério da Educação, que tem que trabalhar com o Brasil inteiro", disse, referindo-se aos ministérios que estão sob o comando do PMDB. Atualmente, a sigla é a que tem mais pastas, depois do PT. São seis: Integração, Minas e Energia, Agricultura, Defesa, Saúde e Comunicação.
Para Fonseca, a troca de apoio por cargos no Ministério que o PMDB negocia não é diferente do que fazem outros partidos. "Não tem um ministério, mas tem uma estatal. Na base do governo Lula, são 11 partidos. Essa luta por recursos e ministérios tem a ver com representação política que se dá no voto, tanto no voto popular quanto no Congresso", disse.
E explicou: "O PMDB diz o seguinte. Temos tantos votos no Parlamento que representa, em termos de fidelidade, a tantas propostas do governo. E portanto lhe dá o direito de exigir tantos ministérios", concluiu Fonseca. O PMDB é o partido com a maior bancada parlamentar.
A grande noiva
Sem uma figura do partido de projeção nacional, capaz de garantir votos à Presidência da República, tanto Fonseca quanto Fernandes, concordam com afirmação de que o PMDB é a grande "noiva" em 2010 e será cortejado por PT e PMDB para compor uma aliança. Outra alternativa, citada por Fonseca, é o partido convencer o tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais, a virar peemedebista e sair candidato pela sigla, caso José Serra, governador de São Paulo, seja o nome escolhido do PSDB.
Caciques fortalecidos
Os dois cientistas ressaltam que a força regional do partido não só se refletiu no resultado das últimas eleições como também garantiu projeção a caciques como Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo, e Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional. O primeiro costurou a aliança com o DEM e conseguiu reeleger o prefeito Gilberto Kassab (DEM) na capital paulista, embora sua força não se reflita em votos.
E o último saiu vitorioso em Salvador com a reeleição de João Henrique. Sem contar que o comando da pasta de Integração Nacional, segundo Fonseca, dá a Geddel uma posição estratégica para o desenvolvimento do Nordeste. Também saíram vitoriosos Sérgio Cabral Filho, que conseguiu eleger Eduardo Paes na capital fluminense; Beto Richa, reeleito em Curitiba; e José Fogaça, em Porto Alegre. Também venceram nas capitais os peemedebistas Dário Berger (Florianópolis), Íris Rezende (Goiânia) e Nelsinho Trad (Campo Grande).
A fragmentação do PMDB, partido que chamou de "camaleônico", é mais uma forma de sobrevivência, segundo ele, do que um projeto político: "Se tornou um partido extremamente pragmático. O PMDB não tem mais ideologia. Não tem cara: um PMDB mais conservador, um PMDB menos conservador ou um PMDB mais progressista. Faz aliança com todos. Estava com o Fernando Henrique, depois está com o PT, pode estar novamente com o PT ou novamente com o PSDB".
Segundo Hilton Fernandes, cientista político da Escola de Sociologia Política de São Paulo, a regionalização do PMDB é o jogo de poder do próprio partido que assim consegue trabalhar com lideranças diversas no País e se sustentar. "O mesmo acontece com os cargos de segundo escalão. É mais fácil trabalhar com forças regionais do que, por exemplo com o Ministério da Educação, que tem que trabalhar com o Brasil inteiro", disse, referindo-se aos ministérios que estão sob o comando do PMDB. Atualmente, a sigla é a que tem mais pastas, depois do PT. São seis: Integração, Minas e Energia, Agricultura, Defesa, Saúde e Comunicação.
Para Fonseca, a troca de apoio por cargos no Ministério que o PMDB negocia não é diferente do que fazem outros partidos. "Não tem um ministério, mas tem uma estatal. Na base do governo Lula, são 11 partidos. Essa luta por recursos e ministérios tem a ver com representação política que se dá no voto, tanto no voto popular quanto no Congresso", disse.
E explicou: "O PMDB diz o seguinte. Temos tantos votos no Parlamento que representa, em termos de fidelidade, a tantas propostas do governo. E portanto lhe dá o direito de exigir tantos ministérios", concluiu Fonseca. O PMDB é o partido com a maior bancada parlamentar.
A grande noiva
Sem uma figura do partido de projeção nacional, capaz de garantir votos à Presidência da República, tanto Fonseca quanto Fernandes, concordam com afirmação de que o PMDB é a grande "noiva" em 2010 e será cortejado por PT e PMDB para compor uma aliança. Outra alternativa, citada por Fonseca, é o partido convencer o tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais, a virar peemedebista e sair candidato pela sigla, caso José Serra, governador de São Paulo, seja o nome escolhido do PSDB.
Caciques fortalecidos
Os dois cientistas ressaltam que a força regional do partido não só se refletiu no resultado das últimas eleições como também garantiu projeção a caciques como Orestes Quércia, ex-governador de São Paulo, e Geddel Vieira Lima, ministro da Integração Nacional. O primeiro costurou a aliança com o DEM e conseguiu reeleger o prefeito Gilberto Kassab (DEM) na capital paulista, embora sua força não se reflita em votos.
E o último saiu vitorioso em Salvador com a reeleição de João Henrique. Sem contar que o comando da pasta de Integração Nacional, segundo Fonseca, dá a Geddel uma posição estratégica para o desenvolvimento do Nordeste. Também saíram vitoriosos Sérgio Cabral Filho, que conseguiu eleger Eduardo Paes na capital fluminense; Beto Richa, reeleito em Curitiba; e José Fogaça, em Porto Alegre. Também venceram nas capitais os peemedebistas Dário Berger (Florianópolis), Íris Rezende (Goiânia) e Nelsinho Trad (Campo Grande).
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