Estadão
Preocupado com o racha na base aliada por causa da sucessão no Congresso, marcada para fevereiro de 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ontem à noite o senador José Sarney (PMDB-AP) para uma conversa reservada, no Palácio do Planalto. Lula perguntou a Sarney se ele pretende concorrer ao comando do Senado e se o PMDB veta a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC), apoiada pelo governo. Não foi só: disse que, antes de tudo, é preciso garantir a unidade entre o PT e o PMDB para a eleição presidencial de 2010.
Sarney não assumiu a candidatura porque não quer virar alvo de ataques com tanta antecedência. Aos amigos, o senador tem afirmado que só aceitará entrar no páreo se for nome de consenso.
Lula estava interessado em saber se Sarney tinha motivação pessoal para concorrer, mas não obteve sucesso. Discreto, ele não deu pistas sobre suas intenções nem comentou a pretensão do PMDB - fortalecido após as eleições municipais - de abocanhar mais cargos no governo. A meta da sigla, agora, é ocupar o Ministério da Justiça.
Na tentativa de resolver o imbróglio, Lula vai se reunir com os seis ministros do PMDB e o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), na segunda quinzena deste mês, após as viagens a Roma e Washington. Fará um apelo aos peemedebistas para evitar confronto em sua base de apoio na eleição para a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Lula insiste em que o PMDB deve apoiar Viana, já que o PT garante aval a Temer na Câmara. O impasse tem como pano de fundo uma queda-de-braço entre os aliados, que medem forças dois anos antes da disputa presidencial.
"É cedo para esse confronto, pois temos muito chão e pista pela frente", disse o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Articulador político do Planalto, Múcio minimizou os atritos e o namoro do PMDB com os tucanos. "Temos de deixar exaurir as tensões e emergir as pretensões para que nasçam as soluções", filosofou.
Com o argumento de que é a maior bancada tanto da Câmara como do Senado, o PMDB não aceita a reivindicação do PT, que quer emplacar Viana na cadeira de Garibaldi Alves (PMDB-RN). Mais: o partido de Sarney está de olho no Ministério da Justiça, dirigido pelo petista Tarso Genro.
O PMDB quer deslocar o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para a Justiça. Na expectativa de mudanças na equipe para reacomodar forças políticas, a sigla aposta na divergência entre Tarso e o advogado-geral da União, José Antônio Toffoli - motivada pela Lei da Anistia -, para inflar sua participação na Esplanada.
Peemedebistas alegam que a Polícia Federal - subordinada ao ministério de Tarso - tem atuado de forma "política". No ano passado, a PF produziu contundente relatório contra Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou à presidência do Senado para escapar da cassação. Agora, a PF acusa o empresário Fernando Sarney, filho do senador, de tráfico de influência no Ministério de Minas e Energia e em estatais do porte da Eletrobrás para favorecer negócios privados. Fernando alega que os negócios de seu grupo de comunicação não envolvem recursos públicos.
Sarney não assumiu a candidatura porque não quer virar alvo de ataques com tanta antecedência. Aos amigos, o senador tem afirmado que só aceitará entrar no páreo se for nome de consenso.
Lula estava interessado em saber se Sarney tinha motivação pessoal para concorrer, mas não obteve sucesso. Discreto, ele não deu pistas sobre suas intenções nem comentou a pretensão do PMDB - fortalecido após as eleições municipais - de abocanhar mais cargos no governo. A meta da sigla, agora, é ocupar o Ministério da Justiça.
Na tentativa de resolver o imbróglio, Lula vai se reunir com os seis ministros do PMDB e o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), na segunda quinzena deste mês, após as viagens a Roma e Washington. Fará um apelo aos peemedebistas para evitar confronto em sua base de apoio na eleição para a escolha dos novos presidentes da Câmara e do Senado. Lula insiste em que o PMDB deve apoiar Viana, já que o PT garante aval a Temer na Câmara. O impasse tem como pano de fundo uma queda-de-braço entre os aliados, que medem forças dois anos antes da disputa presidencial.
"É cedo para esse confronto, pois temos muito chão e pista pela frente", disse o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Articulador político do Planalto, Múcio minimizou os atritos e o namoro do PMDB com os tucanos. "Temos de deixar exaurir as tensões e emergir as pretensões para que nasçam as soluções", filosofou.
Com o argumento de que é a maior bancada tanto da Câmara como do Senado, o PMDB não aceita a reivindicação do PT, que quer emplacar Viana na cadeira de Garibaldi Alves (PMDB-RN). Mais: o partido de Sarney está de olho no Ministério da Justiça, dirigido pelo petista Tarso Genro.
O PMDB quer deslocar o ministro da Defesa, Nelson Jobim, para a Justiça. Na expectativa de mudanças na equipe para reacomodar forças políticas, a sigla aposta na divergência entre Tarso e o advogado-geral da União, José Antônio Toffoli - motivada pela Lei da Anistia -, para inflar sua participação na Esplanada.
Peemedebistas alegam que a Polícia Federal - subordinada ao ministério de Tarso - tem atuado de forma "política". No ano passado, a PF produziu contundente relatório contra Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou à presidência do Senado para escapar da cassação. Agora, a PF acusa o empresário Fernando Sarney, filho do senador, de tráfico de influência no Ministério de Minas e Energia e em estatais do porte da Eletrobrás para favorecer negócios privados. Fernando alega que os negócios de seu grupo de comunicação não envolvem recursos públicos.
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