Correio Braziliense
A confusão está criada. O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), manda um recado aos senadores: sua candidatura na eleição de fevereiro para o comando da Casa é para valer, sem chances de recuo. ‘‘Sou candidato. É irreversível. Vou lançar perante o meu partido na quarta-feira’’, afirmou em entrevista ao Correio.
A confusão está criada. O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), manda um recado aos senadores: sua candidatura na eleição de fevereiro para o comando da Casa é para valer, sem chances de recuo. ‘‘Sou candidato. É irreversível. Vou lançar perante o meu partido na quarta-feira’’, afirmou em entrevista ao Correio.
A decisão de Garibaldi colocou água no chope do PT, que pretendia encerrar o ano apenas com o petista Tião Viana (AC) como candidato. O partido não contava com a possibilidade de o PMDB, maior bancada da Casa, encontrar um nome ainda em 2008. Apostava na indefinição em torno da resistência de José Sarney (PMDB-AP) em ceder à pressão dos colegas para disputar o cargo. O jogo agora é outro. Garibaldi avisa também que está disposto a brigar no voto com Tião Viana. ‘‘Vou mesmo. Me sinto animado. A minha política, minha diretriz está dando resultado, de valorizar o poder, com mudanças administrativas, políticas, de regimento’’, argumenta.Garibaldi baseia-se num parecer jurídico de Francisco Rezek, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.
Na última quinta-feira, Rezek prometeu ao parlamentar entregar até hoje um entendimento defendendo a viabilidade da candidatura dele à Presidência do Senado em fevereiro. A Constituição proíbe a reeleição no cargo dentro de uma mesma legislatura. A interpretação jurídica, segundo Garibaldi, é a de que ele está encerrando um mandato que pertence a Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador alagoano renunciou ao posto em dezembro do ano passado em meio a denúncias de ter recebido dinheiro de um lobista para despesas pessoais. Garibaldi foi eleito para concluir os últimos 14 meses. Por isso, diz que ocupa um mandato-tampão. Ou seja, poderia disputar a eleição em fevereiro para continuar na presidência. A semana será tomada de análises jurídicas por parte dos demais senadores sobre a decisão de Garibaldi. Caberá a algum parlamentar, se achar necessário, contestá-la na Justiça, numa postura que será muito mais política do que técnica.
Assessores de lideranças partidárias foram mobilizados no fim de semana para estudar o caso e emitir uma opinião aos senadores.
Avaliação
Quem quiser derrotar Tião Viana poderá embarcar na candidatura de Garibaldi sem levar em conta as possíveis polêmicas em relação à reeleição dele. O peemedebista já começa a contar com o apoio de colegas do seu partido, como Pedro Simon (RS), e até mesmo da oposição, que prefere seu nome ao de Tião Viana como forma de conter o fôlego do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado.
Da base aliada do governo, o PSB já manifestou apoio a Viana, e agora, pego de surpresa com a candidatura de Garibaldi, terá que reavaliar sua posição. ‘‘O PSB declarou apoio num momento em que não existia a candidatura do Garibaldi. O Tião Viana continua sendo um bom candidato. Agora, se o Garibaldi tiver base jurídica, não tenho nada contra. Só lamento porque o ideal era ter apenas um candidato’’, diz o líder do PSB, Renato Casagrande (ES).
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