Estadão
O PMDB do Senado atropelou o acordo da própria legenda com o PT na Câmara e lançou ontem a candidatura de Garibaldi Alves (RN) à presidência da Casa, cargo que ele ocupa desde dezembro do ano passado. A decisão foi tomada por 17 dos 20 senadores do partido e, se não houver contestação ao fato de ele tentar se reeleger numa mesma legislatura, Garibaldi vai disputar o cargo no dia 1º de fevereiro com o candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, Tião Viana (PT-AC).
Ao sair da reunião do partido que formalizou seu nome, o atual presidente disse que agora vai buscar o voto dos demais colegas "para ganhar a eleição". Com base em pareceres de juristas que distribuiu ontem aos senadores, ele garantiu que sua candidatura é "plenamente sustentável". Nesse quadro, a candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara corre risco, pois os deputados petistas poderão, em represália, abandonar o compromisso de elegê-lo.
Já Tião Viana acredita que haverá um "entendimento" e sua candidatura terá o apoio do PMDB. "O senador Garibaldi sabe os problemas jurídicos que terá pela frente", observou o petista. "A bancada está insegura, vários senadores têm a percepção de que há um equívoco e eu acredito na superação disso em favor de meu nome, como representante da Casa."
Garibaldi tem como principal ponto a seu favor o fato de ter se rebelado contra o abuso do governo na edição de medidas provisórias. Tião, por sua vez, tem se comprometido a manter a independência da Casa e a fazer uma "faxina" na administração do Senado, há anos dominada por grupos que deixam dúvidas quanto à integridade de seus atos.
Esse é um dos fatores que leva o peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) a declarar apoio a Tião. Jarbas não compareceu à reunião da bancada, alegando que não existe unidade dentro do partido e a decisão de lançar candidato reforça a divisão existente entre dois grupos do partido. "Vou manter meu compromisso com o Tião, ele teve uma experiência positiva no período em que ocupou a presidência interinamente", afirmou.
Apesar de já ter se manifestado contra a candidatura de Garibaldi, o líder do governo, Romero Jucá (RR), seguiu a maioria da bancada. "Não temos ainda uma candidatura firme e, mais do que isso, temos uma dúvida jurídica, temos de aguardar o posicionamento da consultoria do Senado", alegou, reiterando sua posição de não se amparar nos juristas consultados por Garibaldi: Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Ambos argumentam que, por ter exercido um mandato-tampão, Garibaldi pode, sim, disputar a presidência.
SARNEY
O líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), descartou qualquer possibilidade de Garibaldi renunciar mais à frente para ceder o lugar a José Sarney (AP), como quer o Planalto. O próprio Sarney, ao sair da reunião da bancada, reiterou que não quer voltar à presidência do Senado. "Fizeram um apelo, mas eu não aceitei", resumiu.
Os partidos aliados do governo, como PSB e PDT, já manifestaram apoio a Tião, mas é certo que nas bancadas há dissidentes a favor de Garibaldi. Já PSDB e DEM só decidirão a quem vão apoiar no fim de janeiro. O dois partidos querem adotar uma solução fechada, mas desde já fica claro que seus integrantes estão divididos entre Tião e Garibaldi.
O PMDB do Senado atropelou o acordo da própria legenda com o PT na Câmara e lançou ontem a candidatura de Garibaldi Alves (RN) à presidência da Casa, cargo que ele ocupa desde dezembro do ano passado. A decisão foi tomada por 17 dos 20 senadores do partido e, se não houver contestação ao fato de ele tentar se reeleger numa mesma legislatura, Garibaldi vai disputar o cargo no dia 1º de fevereiro com o candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, Tião Viana (PT-AC).
Ao sair da reunião do partido que formalizou seu nome, o atual presidente disse que agora vai buscar o voto dos demais colegas "para ganhar a eleição". Com base em pareceres de juristas que distribuiu ontem aos senadores, ele garantiu que sua candidatura é "plenamente sustentável". Nesse quadro, a candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara corre risco, pois os deputados petistas poderão, em represália, abandonar o compromisso de elegê-lo.
Já Tião Viana acredita que haverá um "entendimento" e sua candidatura terá o apoio do PMDB. "O senador Garibaldi sabe os problemas jurídicos que terá pela frente", observou o petista. "A bancada está insegura, vários senadores têm a percepção de que há um equívoco e eu acredito na superação disso em favor de meu nome, como representante da Casa."
Garibaldi tem como principal ponto a seu favor o fato de ter se rebelado contra o abuso do governo na edição de medidas provisórias. Tião, por sua vez, tem se comprometido a manter a independência da Casa e a fazer uma "faxina" na administração do Senado, há anos dominada por grupos que deixam dúvidas quanto à integridade de seus atos.
Esse é um dos fatores que leva o peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) a declarar apoio a Tião. Jarbas não compareceu à reunião da bancada, alegando que não existe unidade dentro do partido e a decisão de lançar candidato reforça a divisão existente entre dois grupos do partido. "Vou manter meu compromisso com o Tião, ele teve uma experiência positiva no período em que ocupou a presidência interinamente", afirmou.
Apesar de já ter se manifestado contra a candidatura de Garibaldi, o líder do governo, Romero Jucá (RR), seguiu a maioria da bancada. "Não temos ainda uma candidatura firme e, mais do que isso, temos uma dúvida jurídica, temos de aguardar o posicionamento da consultoria do Senado", alegou, reiterando sua posição de não se amparar nos juristas consultados por Garibaldi: Manoel Gonçalves Ferreira Filho e Diogo de Figueiredo Moreira Neto. Ambos argumentam que, por ter exercido um mandato-tampão, Garibaldi pode, sim, disputar a presidência.
SARNEY
O líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), descartou qualquer possibilidade de Garibaldi renunciar mais à frente para ceder o lugar a José Sarney (AP), como quer o Planalto. O próprio Sarney, ao sair da reunião da bancada, reiterou que não quer voltar à presidência do Senado. "Fizeram um apelo, mas eu não aceitei", resumiu.
Os partidos aliados do governo, como PSB e PDT, já manifestaram apoio a Tião, mas é certo que nas bancadas há dissidentes a favor de Garibaldi. Já PSDB e DEM só decidirão a quem vão apoiar no fim de janeiro. O dois partidos querem adotar uma solução fechada, mas desde já fica claro que seus integrantes estão divididos entre Tião e Garibaldi.
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