A julgar pela movimentação da noite passada, será tensa a reunião da bancada de senadores do PMDB, marcada para a tarde desta quarta (17).
Vão à mesa dois temas espinhosos: a recandidatura de Garibaldi Alves (RN) à presidência do Senado e a escolha do novo líder do partido.
Entre quatro paredes, Romero Jucá (RR), líder de Lula no Senado, adiantou a colegas que vai se posicionar contra a pretensão de Garibaldi.
Para Jucá, deve-se respeitar a Constituição, que proíbe a recondução do presidente da Casa no meio de uma mesma legislatura.
De resto, Jucá desenvolve um raciocínio de alta voltagem. Diz que a reeleição de Garibaldi abriria caminho para o terceiro mandato de Lula.
Por que? Reelegendo-se agora, Garibaldi se credenciaria para disputar o cargo pela terceira vez em 2011. Seria, então, o início de uma nova legislatura.
E não haveria proibição constitucional. Pelo menos quatro personagens já se reelegeram nessas circunstâncias:
Um na Câmara: Ulysses Guimarães. E três no Senado: José Sarney, Antonio Carlos Magalhaes e Renan Calheiros. Em timbre de provocação, Jucá diz que, abrindo-se a porteira para Garibaldi, será difícil fechá-la para Lula.
O argumento faz eco na oposição. "A questão é muito séria e pode abrir precedente perigoso", concorda José Agripino Maia (RN), líder do DEM.
Como se fosse pouco, o encontro do PMDB será eletrificado por uma disputa em torno da liderança do partido no Senado.
Valdir Raupp (RO), que responde pela liderança, deseja ser reconduzido ao posto. Mas é desafiado por Renan Calheiros (AL).
Decidido a retornar ao centro do palco, Renan quer a cadeira de Raupp. Aconselhou-o a adiar o embate. Até a noite passada, porém, Raupp não arredara o pé.
A bancada do PMDB é composta de 20 senadores. Para virar líder, basta que um senador arraste para o seu lado 11 votos -o dele e mais dez.
Raupp acha que dispõe de cacife suficiente. Renan, por sua vez, ameaça levar ao pano verde 14 fichas. Um dos dois está blefando.
Garibaldi vai ao encontro munido de uma carta de Francisco Rezek. No texto, o ex-ministro do STF diz que é juridicamente "defensável" a tese de que, como presidente-tampão, Garibaldi poderia disputar a reeleição.
Mas o próprio Rezek condiciona o arranjo à conjuntura política. E diz que, havendo contestação, o passivo vai ao STF. Ali, escreve ele, "o deslinde da matéria é imprevisível".
Tião Viana (AC), o candidato do PT ao comando do Senado, observa o desarranjo do PMDB a uma distância regulamentar.
Enquanto espera por uma definição, Tião vai colecionando apoios. Nesta terça (16), incorporou-se à sua caravana o PR.
Estima-se que nas próximas horas também o PTB deve declarar apoio ao petista.
Excluídos os senadores do PMDB, Tião já levou ao cesto 33 votos de colegas do consórcio governista.
Separam o candidato do PT da vitória escassos oito votos.
Com sua indefinição, o PMDB leva os oposicionistas PSDB e DEM a flertar com Tião.
Acertando-se com a oposição, o petista iria à cadeira de presidente mesmo sem o PMDB.
Uma candidatura como a de José Sarney (PMDB-AP) poderia subverter o aparente favoritismo de Tião.
Garibaldi diz que, por Sarney, abriria mão de sua recandidatura.
O problema é que o cacique-mor da tribo dos pemedebês quer ser ungido. E a unanimidade é mercadoria que o Senado não parece disposto a entregar a Sarney.
Vão à mesa dois temas espinhosos: a recandidatura de Garibaldi Alves (RN) à presidência do Senado e a escolha do novo líder do partido.
Entre quatro paredes, Romero Jucá (RR), líder de Lula no Senado, adiantou a colegas que vai se posicionar contra a pretensão de Garibaldi.
Para Jucá, deve-se respeitar a Constituição, que proíbe a recondução do presidente da Casa no meio de uma mesma legislatura.
De resto, Jucá desenvolve um raciocínio de alta voltagem. Diz que a reeleição de Garibaldi abriria caminho para o terceiro mandato de Lula.
Por que? Reelegendo-se agora, Garibaldi se credenciaria para disputar o cargo pela terceira vez em 2011. Seria, então, o início de uma nova legislatura.
E não haveria proibição constitucional. Pelo menos quatro personagens já se reelegeram nessas circunstâncias:
Um na Câmara: Ulysses Guimarães. E três no Senado: José Sarney, Antonio Carlos Magalhaes e Renan Calheiros. Em timbre de provocação, Jucá diz que, abrindo-se a porteira para Garibaldi, será difícil fechá-la para Lula.
O argumento faz eco na oposição. "A questão é muito séria e pode abrir precedente perigoso", concorda José Agripino Maia (RN), líder do DEM.
Como se fosse pouco, o encontro do PMDB será eletrificado por uma disputa em torno da liderança do partido no Senado.
Valdir Raupp (RO), que responde pela liderança, deseja ser reconduzido ao posto. Mas é desafiado por Renan Calheiros (AL).
Decidido a retornar ao centro do palco, Renan quer a cadeira de Raupp. Aconselhou-o a adiar o embate. Até a noite passada, porém, Raupp não arredara o pé.
A bancada do PMDB é composta de 20 senadores. Para virar líder, basta que um senador arraste para o seu lado 11 votos -o dele e mais dez.
Raupp acha que dispõe de cacife suficiente. Renan, por sua vez, ameaça levar ao pano verde 14 fichas. Um dos dois está blefando.
Garibaldi vai ao encontro munido de uma carta de Francisco Rezek. No texto, o ex-ministro do STF diz que é juridicamente "defensável" a tese de que, como presidente-tampão, Garibaldi poderia disputar a reeleição.
Mas o próprio Rezek condiciona o arranjo à conjuntura política. E diz que, havendo contestação, o passivo vai ao STF. Ali, escreve ele, "o deslinde da matéria é imprevisível".
Tião Viana (AC), o candidato do PT ao comando do Senado, observa o desarranjo do PMDB a uma distância regulamentar.
Enquanto espera por uma definição, Tião vai colecionando apoios. Nesta terça (16), incorporou-se à sua caravana o PR.
Estima-se que nas próximas horas também o PTB deve declarar apoio ao petista.
Excluídos os senadores do PMDB, Tião já levou ao cesto 33 votos de colegas do consórcio governista.
Separam o candidato do PT da vitória escassos oito votos.
Com sua indefinição, o PMDB leva os oposicionistas PSDB e DEM a flertar com Tião.
Acertando-se com a oposição, o petista iria à cadeira de presidente mesmo sem o PMDB.
Uma candidatura como a de José Sarney (PMDB-AP) poderia subverter o aparente favoritismo de Tião.
Garibaldi diz que, por Sarney, abriria mão de sua recandidatura.
O problema é que o cacique-mor da tribo dos pemedebês quer ser ungido. E a unanimidade é mercadoria que o Senado não parece disposto a entregar a Sarney.
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