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O Acre no olho do furacão

Edinei Muniz

É elogiável a postura do senador Tião Viana na queda de braço sem fim que se transformou a sucessão na maior instância política nacional.

Está sendo firme e já venceu Sarney no quesito moralidade. Tanto que o presidente do nosso partido, o também senador, Sergio Guerra, declarou (com justiça) que Tião é o melhor nome, sob o ponto de vista ético, para melhorar a imagem abalada da casa. Concordo com o presidente Guerra.

Tião merece elogios exatamente por não aceitar ser tão subserviente a Lula. Tião recebeu inúmeras promessas do presidente de que seria o nome do governo, mas não está sendo, quem o leva é o PT.

Por outro lado, sob o ponto de vista político, não é nada recomendável para o governo uma disputa no senado. Ainda mais quando sabe que Dilma não vai a lugar algum só com o PT. Daí o presidente ter optado pela agenda sucessória. Assim como fez Guerra ao chamar a bancada e pedir que votem em Sarney pensando na eleição de Jose Serra ano que vem.

A verdade é que a eleição no senado virou uma disputa pelo PMDB. E está virando uma disputa também que irá definir do lado de quem estará quem.

Jose Serra mantém uma relação muito boa com Tião Viana. Resta saber se Serra irá desrespeitar a posição do presidente tucano.

Sarney, por seu turno, é magoado com Serra, mas sabe que precisa dele para ser eleito. Serra, por sua vez, sabe que é uma excelente oportunidade de dividir mais ainda o apoio do PMDB a uma possível candidatura de Dilma.

As cartas estão na mesa.


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