Christiane Samarco, da Agência Estado
BRASÍLIA - O apoio do PSDB ao PT na sucessão do Senado já produziu um forte abalo na candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), ainda que não seja suficiente para derrubar o favoritismo do peemedebista na votação em plenário, marcada para segunda-feira. Avesso a disputas, Sarney só aceitara o confronto com o petista Tião Viana (AC) na expectativa de ser legitimado pela eleição e de sair "consagrado" do plenário. Sem o apoio oficial do PSDB, no entanto, não haverá consagração para Sarney, ainda que lhe sobrem votos além do mínimo de 41, imprescindíveis para levar qualquer candidato à vitória.
BRASÍLIA - O apoio do PSDB ao PT na sucessão do Senado já produziu um forte abalo na candidatura do senador José Sarney (PMDB-AP), ainda que não seja suficiente para derrubar o favoritismo do peemedebista na votação em plenário, marcada para segunda-feira. Avesso a disputas, Sarney só aceitara o confronto com o petista Tião Viana (AC) na expectativa de ser legitimado pela eleição e de sair "consagrado" do plenário. Sem o apoio oficial do PSDB, no entanto, não haverá consagração para Sarney, ainda que lhe sobrem votos além do mínimo de 41, imprescindíveis para levar qualquer candidato à vitória.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), explicou que o PSDB tomou esta decisão "às pressas", para que o candidato petista tivesse mais tempo para trabalhar o fato novo e virar o jogo eleitoral a seu favor. A despeito da larga margem de vantagem do candidato do PMDB, alardeada por todos até a noite de ontem, quando houve a reviravolta no PSDB, o líder tucano afirma que seu partido "entrou para valer" na campanha de Viana e mais: "Já equilibrou a disputa".
"Queremos ganhar esta eleição e estamos trabalhando duro para isto", disse Virgílio. O PSDB aposta que conseguirá inverter o movimento dos indecisos que aderiram a Sarney na última semana, certos de que a candidatura de Tião perdera competitividade. "Aqueles que foram para lá (Sarney) no efeito manada, agora voltam para cá (Tião). O Tião Viana está no jogo", avalia.
A contabilidade do PT do Senado hoje apontava algo em torno de 37 ou 38 votos, logo de manhã. Nas contas de Viana, que entrou madrugada adentro avisando os companheiros do Senado da novidade, bastariam três novas adesões para virar o jogo. No fim do dia, o petista já falava em 42 votos. A dificuldade é que há dissidências em todos os partidos, tanto para um lado quanto para o outro.
Até mesmo o PSDB, que anunciou o voto em bloco de seus 13 senadores, a exemplo do que ocorreu na votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), não fechará inteiramente com Viana. Diferentemente da CPMF, que foi derrubada com o apoio maciço dos tucanos, o painel de votação não exibirá publicamente a posição de cada um, já que o voto para presidente do Senado é secreto.
Contas
O grupo de Sarney afirma, contudo, que tem vitória garantida com, pelo menos, 55 dos 81 votos. Os peemedebistas acreditam que o PSDB apostou mais na confusão do que na definição do jogo sucessório, quando aderiu ao PT. O PMDB admite que o fato novo altera as contas, mas mantém a previsão de vitória com folga de votos. A aposta do grupo é que o PSDB vai rachar e dar a Sarney pelo menos sete votos. A conta do PT é outra. Os apoiadores de Tião Viana acreditam que a dissidência tucana não passará de quatro votos.
No caso do PMDB, os partidários de Sarney contabilizam apenas uma defecção - Jarbas Vasconcelos (PE) - na bancada de 20 senadores. Mas o PT aposta que, com o apoio dos tucanos, tomará de volta votos perdidos. Um dirigente do PMDB avalia que o senador Gerson Camata (PMDB-ES), por exemplo, é um dos que podem fazer o caminho de volta.
Segundo o parlamentar, Sarney teve muito trabalho para obter o apoio do capixaba, que, apesar do carinho e da atenção dispensados pelo candidato peemedebista, mostrava-se desconfortável com a opção. O raciocínio neste caso é de que todos os que aderiram "contrariados" a Sarney, porque a candidatura de Viana parecia inviável, agora podem repensar o voto.
"Queremos ganhar esta eleição e estamos trabalhando duro para isto", disse Virgílio. O PSDB aposta que conseguirá inverter o movimento dos indecisos que aderiram a Sarney na última semana, certos de que a candidatura de Tião perdera competitividade. "Aqueles que foram para lá (Sarney) no efeito manada, agora voltam para cá (Tião). O Tião Viana está no jogo", avalia.
A contabilidade do PT do Senado hoje apontava algo em torno de 37 ou 38 votos, logo de manhã. Nas contas de Viana, que entrou madrugada adentro avisando os companheiros do Senado da novidade, bastariam três novas adesões para virar o jogo. No fim do dia, o petista já falava em 42 votos. A dificuldade é que há dissidências em todos os partidos, tanto para um lado quanto para o outro.
Até mesmo o PSDB, que anunciou o voto em bloco de seus 13 senadores, a exemplo do que ocorreu na votação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), não fechará inteiramente com Viana. Diferentemente da CPMF, que foi derrubada com o apoio maciço dos tucanos, o painel de votação não exibirá publicamente a posição de cada um, já que o voto para presidente do Senado é secreto.
Contas
O grupo de Sarney afirma, contudo, que tem vitória garantida com, pelo menos, 55 dos 81 votos. Os peemedebistas acreditam que o PSDB apostou mais na confusão do que na definição do jogo sucessório, quando aderiu ao PT. O PMDB admite que o fato novo altera as contas, mas mantém a previsão de vitória com folga de votos. A aposta do grupo é que o PSDB vai rachar e dar a Sarney pelo menos sete votos. A conta do PT é outra. Os apoiadores de Tião Viana acreditam que a dissidência tucana não passará de quatro votos.
No caso do PMDB, os partidários de Sarney contabilizam apenas uma defecção - Jarbas Vasconcelos (PE) - na bancada de 20 senadores. Mas o PT aposta que, com o apoio dos tucanos, tomará de volta votos perdidos. Um dirigente do PMDB avalia que o senador Gerson Camata (PMDB-ES), por exemplo, é um dos que podem fazer o caminho de volta.
Segundo o parlamentar, Sarney teve muito trabalho para obter o apoio do capixaba, que, apesar do carinho e da atenção dispensados pelo candidato peemedebista, mostrava-se desconfortável com a opção. O raciocínio neste caso é de que todos os que aderiram "contrariados" a Sarney, porque a candidatura de Viana parecia inviável, agora podem repensar o voto.
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