Estadão
BRASÍLIA - O PMDB não tem nomes naturais à sucessão presidencial, mas valorizou seu passe nesta eleição e se transformou na "grande noiva" de 2010. Com 1.203 prefeitos eleitos em todo o País (1195 no primeiro turno e 8 no segundo), o partido se consolidou como sujeito mais cobiçado na corrida pelo Planalto daqui a dois anos.
Adversários, PT e PSDB já são pretendentes. Nesta eleição, os tucanos saíram na frente, ocupando o segundo lugar entre os partidos que mais tiveram prefeitos eleitos, com 787. O PT aparece em 3º, com 557. Em quarto, vem o PP, com 551, seguido pelo DEM, com 498 prefeitos eleitos, incluindo São Paulo, com o maior eleitorado do País. Gilberto Kassab, eleito na capital paulista, tem como vice Alda Marco Antônio, do PMDB.
Nas eleições de 2004, somados os dois turnos, PMDB, PSDB, PT e PP elegeram, respectivamente, 1.059, 870, 411 e 551 prefeitos. Em comparação com os números desse ano, peemedebistas e petistas ganharam terreno, enquanto tucanos e pepistas perderam.
"O PMDB será protagonista. Com certeza participará de uma chapa na disputa em 2010", disse o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP). O PT de Luiz Inácio Lula da Silva está obcecado com a idéia de fechar a aliança com o PMDB em torno da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), dizem fontes do partido e do Palácio. O PSDB de José Serra atua no mesmo propósito.
"Os PMDBs vão ser disputados. São Paulo e Pernambuco já estão com Serra", afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ilustrando a tradicional divisão da legenda. Partido mais robusto do Parlamento e do País, o PMDB não fazia parte da base de Lula quando este foi eleito em 2002, mas participou do governo, inclusive com ministérios. No segundo mandato, passou a integrar formalmente a base aliada.
"Hoje há chance um pouco maior dele ficar com o PT", avaliou o deputado Maurício Rands (PE), líder do PT na Câmara. "O risco é, por estar dividido, o PMDB decidir não se coligar com ninguém para ver quem ganha. Esse é um jogo que eles podem repetir", acrescentou.
Apesar da histórica aliança entre PSDB e DEM, o enfraquecimento deste último ao longo dos anos recentes poderia lançá-lo a um papel mais coadjuvante em 2010, com o risco de não assumir a vaga de vice na ventilada candidatura de Serra. "O PMDB é um grande partido, é a maior noiva do Brasil" sinalizou Guerra.
Crise global
Apesar dos altos índices de aprovação, ficará difícil para Lula e o PT seduzirem o PMDB se a crise financeira global abater a economia do Brasil. Nesse caso, a popularidade do presidente, hoje na casa de 80%, poderia minguar, fortalecendo a oposição na eleição nacional. "Nesse caso, poderia diminuir a força dos que querem coligar com a gente dentro do PMDB", completou Rands.
Segundo os analistas, o presidente Lula não informou a população sobre os reais impactos desta crise de proporções globais na economia brasileira e agora, depois das eleições municipais, ele terá que tomar medidas impopulares para minimizar os estragos importados pela desordem econômica no mundo.
Para o analista Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, uma aprovação popular ao redor de 50% não pode ser considerada um índice ruim. Mas certamente ele deverá ser alvo de muitos ataques da oposição. "Uma mostra dos ataques que Lula sofrerá daqui para a frente já foi dada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ao citar que seu sucessor teria se esforçado para esconder a crise da população", diz Ribeiro.
O analista político da Tendências Consultoria Integrada Rogério Schmitt, também prevê que a popularidade do presidente Lula chegará em 2010 ao redor de 50%, abaixo dos atuais 80%. Schmitt é outro que aposta no fortalecimento da candidatura Serra em 2010, não só pelos impactos da crise econômica do Brasil, mas pela vitória que o tucano angariou nessas eleições.
Nem um dos dois lados que cortejam a "grande noiva" assume a tarefa da conquista como fácil, independente de cenários externos. Apesar de não lançar um candidato ao comando do País desde 1994, o PMDB de diversas tendências ainda pode vislumbrar a proeza de ter um nome próprio. A hipótese, no entanto, é considerada remota.
Adversários, PT e PSDB já são pretendentes. Nesta eleição, os tucanos saíram na frente, ocupando o segundo lugar entre os partidos que mais tiveram prefeitos eleitos, com 787. O PT aparece em 3º, com 557. Em quarto, vem o PP, com 551, seguido pelo DEM, com 498 prefeitos eleitos, incluindo São Paulo, com o maior eleitorado do País. Gilberto Kassab, eleito na capital paulista, tem como vice Alda Marco Antônio, do PMDB.
Nas eleições de 2004, somados os dois turnos, PMDB, PSDB, PT e PP elegeram, respectivamente, 1.059, 870, 411 e 551 prefeitos. Em comparação com os números desse ano, peemedebistas e petistas ganharam terreno, enquanto tucanos e pepistas perderam.
"O PMDB será protagonista. Com certeza participará de uma chapa na disputa em 2010", disse o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP). O PT de Luiz Inácio Lula da Silva está obcecado com a idéia de fechar a aliança com o PMDB em torno da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), dizem fontes do partido e do Palácio. O PSDB de José Serra atua no mesmo propósito.
"Os PMDBs vão ser disputados. São Paulo e Pernambuco já estão com Serra", afirmou o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ilustrando a tradicional divisão da legenda. Partido mais robusto do Parlamento e do País, o PMDB não fazia parte da base de Lula quando este foi eleito em 2002, mas participou do governo, inclusive com ministérios. No segundo mandato, passou a integrar formalmente a base aliada.
"Hoje há chance um pouco maior dele ficar com o PT", avaliou o deputado Maurício Rands (PE), líder do PT na Câmara. "O risco é, por estar dividido, o PMDB decidir não se coligar com ninguém para ver quem ganha. Esse é um jogo que eles podem repetir", acrescentou.
Apesar da histórica aliança entre PSDB e DEM, o enfraquecimento deste último ao longo dos anos recentes poderia lançá-lo a um papel mais coadjuvante em 2010, com o risco de não assumir a vaga de vice na ventilada candidatura de Serra. "O PMDB é um grande partido, é a maior noiva do Brasil" sinalizou Guerra.
Crise global
Apesar dos altos índices de aprovação, ficará difícil para Lula e o PT seduzirem o PMDB se a crise financeira global abater a economia do Brasil. Nesse caso, a popularidade do presidente, hoje na casa de 80%, poderia minguar, fortalecendo a oposição na eleição nacional. "Nesse caso, poderia diminuir a força dos que querem coligar com a gente dentro do PMDB", completou Rands.
Segundo os analistas, o presidente Lula não informou a população sobre os reais impactos desta crise de proporções globais na economia brasileira e agora, depois das eleições municipais, ele terá que tomar medidas impopulares para minimizar os estragos importados pela desordem econômica no mundo.
Para o analista Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, uma aprovação popular ao redor de 50% não pode ser considerada um índice ruim. Mas certamente ele deverá ser alvo de muitos ataques da oposição. "Uma mostra dos ataques que Lula sofrerá daqui para a frente já foi dada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ao citar que seu sucessor teria se esforçado para esconder a crise da população", diz Ribeiro.
O analista político da Tendências Consultoria Integrada Rogério Schmitt, também prevê que a popularidade do presidente Lula chegará em 2010 ao redor de 50%, abaixo dos atuais 80%. Schmitt é outro que aposta no fortalecimento da candidatura Serra em 2010, não só pelos impactos da crise econômica do Brasil, mas pela vitória que o tucano angariou nessas eleições.
Nem um dos dois lados que cortejam a "grande noiva" assume a tarefa da conquista como fácil, independente de cenários externos. Apesar de não lançar um candidato ao comando do País desde 1994, o PMDB de diversas tendências ainda pode vislumbrar a proeza de ter um nome próprio. A hipótese, no entanto, é considerada remota.
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