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Internado, Alencar pede votos para Tião; PSDB diz que petista vai "limpar" o Senado

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Internado no hospital Sírio-Libanês (SP), onde se recupera da retirada de tumores abdominais, o vice-presidente José Alencar pediu nesta segunda-feira apoio ao senador Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado. Em conversa por telefone com o líder do PR na Casa, Marcelo Crivella (PR-RJ), Alencar pediu que o partido vote unido no petista.

"O vice-presidente José Alencar que, convalescendo depois de cinco dias num CTI [Centro de Terapia Intensiva], não deixou de expressar seu sentimento em favor do senador Tião Viana e disse que focalizasse isso à nação dessa tribuna", disse Crivella.

O líder disse que os quatro integrantes do partido no Senado vão votar unidos em Tião. Mesmo afirmando ter "grande respeito e admiração" por Sarney, Crivella disse que o petista tem a "responsabilidade extraordinária de conduzir nosso Senado a uma renovação".

O líder do PDT no Senado, Osmar Dias (PR), reafirmou a decisão do partido de apoiar o petista na disputa. "O PDT vai unido, como sempre. Somos apenas cinco votos, mas estamos pensando no futuro do Senado Federal", afirmou.

Assim como Crivella, Dias desculpou-se com Sarney ao afirmar que o partido optou pela candidatura de Tião diante de sucessivas negativas do peemedebista de que seria candidato.

"Decidimos que o PDT votaria com o senador Tião. A discussão do que é renovação, o que deixa de ser renovação, vou me abster porque acredito que muitas vezes a renovação não está nos nomes, mas nos métodos que vão ser implantados", afirmou.

Limpeza

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) subiu à tribuna para justificar a decisão do PSDB de apoiar Tião. Depois do senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) fazer duras críticas aos aliados de Sarney, Tasso também disse que o Senado precisa passar por uma "limpeza" em todas as suas estruturas.

"Pelas circunstâncias, pela história dos grupos que compõem as duas candidaturas, o senador Tião Viana é aquele que tem condições de fazer a reforma profunda, inadiável nesta Casa", afirmou.

Apesar de não personalizar o discurso, Tasso direcionou suas palavras para aliados de Sarney, como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) --que se afastou da presidência da Casa no final de 2007 em meio a vários processos por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética.

"Não é confortável para mim chegar e dizer que vou votar em outro candidato. Nós chegamos a essa conclusão em função de uma análise profunda do que tem acontecido nesta Casa nos últimos anos, quando foi exposta de maneira pouco digna à opinião pública, ficando a sua reputação, a sua avaliação", afirmou.

Sobre a inusitada aliança entre PT e PSDB no Senado, Tasso disse que as eleições do Congresso não tem relação com o cenário político de 2010.

"Não estamos falando de política eleitoral, não estamos falando nas eleições de 2010 porque todos sabemos que seremos adversários com o PT. Estamos falando aqui de valores que são essenciais à democracia, valores que são essenciais à manutenção de uma sociedade estável e razoavelmente organizada."

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